"Queria
ficar sozinha,
evitava as pessoas"
da
Folha
Online
Ficar
sozinha. Era só isso que a estudante de pedagogia Nancy Aparecida
Cardoso queria. Hoje, aos 37 anos, ela nem gosta de se lembrar do
período em que descobriu que tinha hipertireoidismo.
"Me
sentia estranha. Sempre fui alegre, extrovertida e, de repente,
ficava irritada por qualquer coisa. Minhas filhas e meu marido nem
podiam perguntar como eu estava, que já me sentia ofendida,
mal-humorada", conta.
Os
primeiros sinais de que havia algo errado foram a hiperatividade
e a insônia. Nancy não ficava parada, tinha atividades
o dia todo, mas, mesmo assim, não conseguia dormir. "Depois
de 15 dias sem dormir, procurei um médico. Ainda fiquei mais
cinco dias sem pregar o olho. Como era possível, com tanta
atividade?"
Depois
que descobriu o problema, ela caiu em depressão. Emagreceu
18 kg, ria e chorava sem parar, mesmo não sabendo o motivo.
Isso até dificultou o seu relacionamento com a família.
"Sentia raiva, ódio. Pra que família, por que
fui me casar?", perguntava-se.
Ela
diz que a depressão aconteceu, em parte, por conviver com
pessoas muito doentes, enquanto fez radioterapia no Hospital das
Clínicas, em São Paulo. "Me imaginava no lugar
daquelas pessoas, olhava os olhos saltando pra fora do rosto, e
pensava que não queria ficar assim."
Nancy
logo percebeu o sucesso do tratamento. Com 15 dias de medicação,
já conseguia dormir bem. Parou de tomar os remédios
um ano depois e hoje faz apenas exames de rotina. E ainda diz que
se sente "ela" outra vez. "Hoje só faço
o que gosto, saio pra dançar, me divirto. Sou a Nancy de
antes."
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