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Educação ambiental em escola de Osasco "despertou" alunos

Cleo Velleda - 25.fev.99/Folha Imagem
Calouros da Faculdade de Geografia da USP preparam mudas de árvores no viveiro da ONG "São Paulo Verde" para serem plantadas na cidade
da Folha Online

A escola é o campo onde a educação ambiental atua mais e tem obtido resultados eficazes. A vantagem da escola é que possibilita a realização de um trabalho planejado e controlado por um longo período.

Um desses trabalhos foi desenvolvido pela educadora ambiental Andréa Pelocioni com alunos entre a 5ª e 8ª séries de uma escola de Osasco (grande São Paulo). No final do processo e com a participação ativa dos professores, a educação ambiental passou a ocupar um lugar de destaque no currículo escolar. Dentro da sala de aula, discussões em torno das questões sócio-ambientais afloraram espontaneamente, e os alunos passaram a apresentar uma visão mais crítica do meio ambiente.

O ponto de partida foi uma pesquisa entre 325 alunos que respondiam como percebiam o ambiente em volta da escola, inserido como parte do meio ambiente. A educadora constatou que para a maioria das crianças "meio ambiente" significava natureza.

Quanto às percepções dos problemas ambientais, os alunos citaram, principalmente, a poluição, o desmatamento, as queimadas e a falta de árvores na cidade (27,7%), bem como o lixo e a sujeira (20,5%). Contudo, 27,7% dos alunos apresentaram uma percepção equivocada do que seriam problemas ambientais, confundindo-os com problemas como roubo, drogas, desemprego, violência, entre outros.

Com relação à Osasco, um município predominantemente industrial, com sérios problemas ambientais, inclusive em volta da escola, 38,6% dos alunos não sabiam dizer se lá havia ou não problemas dessa natureza.

Sobre se os problemas ambientais têm relação com a saúde, 57,8% respoderam afirmativamente. Porém a concepção de saúde expressa pelos alunos era bastante simplificada e ligada, principalmente, ao bem-estar físico e mental.

Quanto a identificar quem eram os culpados pelo surgimento de problemas ambientais, 36,1% responsabilizaram a população, 19,3%, o governo e 9,6%, as fábricas. E sobre quem deve solucionar tais problemas, o governo ficou com a responsabilidade maior: 47%, seguido pela população, com 18,1%. Nenhum dos alunos mencionou a responsabilidade das fábricas na solução dos problemas ambientais.

No que diz respeito à relação entre problemas ambientais e pobreza, 53,1% dos alunos conseguiam estabelecê-la; para a relação entre problemas ambientais e riqueza, apenas 41%.

Quando questionados sobre como as pessoas, de modo geral, podem contribuir para a melhoria e/ou conservação do ambiente, os alunos citaram a correta disposição do lixo (44,6%), "não poluir" (15,6%), plantar e não destruir a flora (13,2%). 8,4% não responderam. Quanto às práticas pessoais, foi preocupante observar que 12% afirmavam não fazer nada e que 20,5% nada responderam. Os alunos responderam na pesquisa que tomam conhecimento de temas sobre o meio ambiente pela televisão (97,6%) e pelo professor (88%).

Resultados
A partir dessa pesquisa foram elaboradas as primeiras atividades educativas de acordo com a realidade dessa escola.

A primeira atividade consistiu na realização de uma pesquisa a respeito dos vários tipos de problemas ambientais para que se conhecessem melhor os problemas do local e fosse formado um banco de dados que pudesse servir de suporte às futuras atividades.

Com esse trabalho, foi possível trabalhar em sala de aula com jornais, revistas, livros e enciclopédias, com conteúdos conceituais dos problemas bem como os informações relativas às atitudes dos alunos e professores.

Na sequência, dois trabalhos de campo interdisciplinares foram elaborados. O primeiro, tinha o objetivo de conhecer o entorno da escola. Professores de diversas disciplinas acompanharam todo o trajeto.

Os alunos foram instruídos a observar, anotar e/ou desenhar livremente tudo o que percebessem no ambiente, ao longo do percurso. Alguns estudantes entrevistaram moradores locais, fotografaram e um dos alunos responsabilizou-se pela filmagem.
Depois desse trabalho de campo, os professores levantaram em classe, a partir dos registros dos alunos, as principais questões percebidas e trabalharam com elas de forma interdisciplinar.

O segundo trabalho de campo teve como destino o Pico do Jaraguá, de onde se pode observar Osasco e parte da região metropolitana de São Paulo. Essa atividade favoreceu a percepção dos alunos quanto à posição geográfica do próprio município, seu amplo parque industrial, seu papel econômico, características da urbanização, elementos geográficos da paisagem, a relação com São Paulo, entre outros fatores.


Fonte: Andréa Pelicioni, educadora ambiental e doutoranda na Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo)


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