Ele é um bom companheiro...
ADRIANA
RESENDE
da Folha Online
Reprodução
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Conviver
com animais pode ajudar até na recuperação
de pessoas que passaram por cirurgias (modelo: Rafaela P. Cúnico
Silva) |
Não é
raro ver pessoas que se sentem mais felizes na companhia de seus animais
de estimação. Isso pode acontecer por motivos diferentes. A solidão
ou a depressão são dois dos principais fatores que levam as pessoas
a buscar a convivência desses bichos.
Para quem mora sozinho, o bichinho se torna um amigo, e, às vezes,
até parte da família. A pessoa divide o espaço com esses animais e
se sente confortável em dar carinho a eles. Chega até a colocá-los
para "curtir um som" ou dormir em sua própria cama.
Quem tem temperamento explosivo, do tipo "pavio curto", encontra dificuldade
em se relacionar com outras pessoas. O novo companheiro dá a sensação
de que se está cuidando de "outra pessoa", sem que isso implique brigas,
discussões e cobranças naturais da convivência diária. Essa ligação
com o animal chega mesmo a abrandar o mau humor, mudando a imagem
da pessoa diante das outras.
O contrário também pode acontecer. Por influência do dono, sempre
irritado, o bicho se torna agressivo e não se comporta bem com quem
não está presente no seu cotidiano.
Casais sem filhos
Existem casais que não podem ou preferem não ter filhos. Depois de
descartada a possibilidade de adotar uma criança, o animal de estimação
passa a ser o centro das atenções em casa. Decisões corriqueiras como
ir às compras ou viajar passam a depender dele: se é possível levá-lo,
se existe alguém com as qualidades necessárias para cuidar bem dele,
isto é, que goste de animais e saiba tratá-los.
Terapia
Sobrevivência
de enfartados coronários possuidores ou não de
Animais de Estimação (AE) |
|
|
Com
AE |
Sem
AE |
Total |
Vivos |
50 |
28 |
78 |
Mortos |
03 |
11 |
14 |
Total |
53 |
39 |
92 |
|
Sobrevivência
de enfartados coronários possuidores ou não de
Animais de Estimação (AE), exceto cão |
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Com
AE (cão) |
Sem
AE |
Total |
Vivos |
10 |
28 |
38 |
Mortos |
00 |
11 |
11 |
Total |
10 |
39 |
49 |
|
Fonte:
Beck & Katcher: Between Pets and Peoples, N. York Pputnam
and Sons, 1996 |
Há casos em que portadores de deficiência, doentes terminais e até
mesmo pessoas depressivas também se apegam aos bichos de estimação.
Assim como os mais nervosos e agressivos, eles se deparam com barreiras
de relacionamento. Seja por piedade, seja por preconceito ou por não
saberem lidar com essas situações, familiares, conhecidos e, muitas
vezes, até estranhos evitam o contato e acabam se afastando.
O bicho pode ser, nessas ocasiões, a ponte entre tais pessoas e o
seu mundo. Quando, por exemplo, alguém vê um deficiente e um cachorro,
isso pode facilitar a aproximação. Palavras como "que lindo seu cachorrinho!",
por mais simples que sejam, servem de início de uma conversa e não
despertam sentimentos negativos.
Outro exemplo é a utilização do cavalo em tratamentos.
O animal pode ser aproveitado também na socialização
de portadores de deficiência mental ou física, e já
existem até mesmo técnicas de fisioterapia com equinos.
Fontes: Hannelore
Fuchs, veterinária, psicoterapeuta, doutora pela
USP (Universidade de São Paulo) e coordenadora do projeto Petsmile,
de terapia mediada por animais;
Isabel da Silva Kahn Marin, psicóloga e psicanalista da PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica de São Paulo),
tel. 0/xx11/881-1829; e Alexandre
Rossi, zootecnista, adestrador de cães e mestrando na USP
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