O
corpo é um órgão sexual
da
Folha Online
A partir do momento em que o deficiente opta por resgatar a sexualidade,
as possibilidades são menos limitadas do que podem imaginar os desavisados.
À parte as limitações físicas impostas pela lesão _e dependendo
dela_ a região cerebral responsável pelas sensações de prazer estão
preservadas e, portanto, a escolha depende de o indivíduo se abrir
para uma redescoberta dos pontos sensíveis do corpo.
Depois disso, sendo o parceiro ou parceira normal, é necessário
que o jogo seja aberto, e o deficiente não se limite na hora de
orientá-lo.
Mara Gabrilli, por exemplo, depois do acidente que a deixou tetraplégica,
chegou a perder um namorado por quem estava apaixonada por não ter
indicado a ele quais eram as regiões mais sensíveis de seu corpo
e o que ele deveria fazer.
As sensações de prazer, de acordo com os deficientes,
não são melhores nem piores, mas diferentes.
As principais barreiras, segundo os especialistas, vêm da própria
sociedade _que enxerga o deficiente como assexuado_ e do próprio indivíduo, que frequentemente carrega os estereótipos culturais e a mentalidade
anteriores ao problema.
Quando se desprende, por ter que ser muito mais aberto ao diálogo
do que antes, muitas vezes ele se torna até uma pessoa menos preconceituosa
do que aquelas não-portadoras. (RC)
Fontes:
Fabiano Puhlmann, psicólogo
clínico e especialista em sexualidade humana da Instituição
Beneficente Nosso Lar (0/xx/11 6163-8681); Flávia
Cintra, coordenadora do CIVI (Centro de Informação
para a Vida Independente), tel.: 0/xx/11/ 6221-8000; Milton Borelli Jr., urologista e especialista
em disfunção sexual do da AACD
(Associação de Assitência à Criança
Defeituosa) tel.: 0/xx/11 5576-0777; Luiz
Antônio de Arruda Botelho, fisiatra e superintendente
médico da Fundação Selma (0/xx/11 543-3277);
Mara Gabrilli, psicóloga
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