Sexualidade se mantém após lesão
da
Folha Online
Em primeiro lugar, segundo os especialistas, deve-se esclarecer
a confusão sobre os conceitos de sexualidade e função sexual.
A primeira está presente no ser humano desde o desenvolvimento intra-uterino
e o acompanha até o fim da terceira idade. É a responsável pelo
orgasmo e, por questões culturais, é associada unicamente à região
genital. Ela se reflete no sistema límbico, que concentra todas
nossas emoções e que se encontra próxima do hipotálamo, bem no centro
do cérebro.
Caso uma lesão consiga atingir tão profundamente, o indivíduo não
só deixará de ter impulsos sexuais como qualquer manifestação emocional
ou comunicativa _o que não é o caso dos paraplégicos e tetraplégicos.
Desta forma, a libido, o desejo sexual, continua intacto e pode
ser estimulado através de outras zonas erógenas.
A função sexual é aquela que engloba reações como ereção e ejaculação.
Estas, sim, são afetadas pela lesão medular (ou cervical).
Há uma perda parcial ou completa da sensibilidade e, no caso do
homem, um comprometimento da ereção psicogênica _relacionada ao
desejo, estimulado visualmente. A ereção reflexa, que acontece por
meio de manipulação do pênis, pode permanecer, mas há dificuldade
de mantê-la durante a penetração.
Assim, cerca de 70% dos homens têm disfunções eréteis e cerca de
90% a 95%, ejaculatórias. A mulher, com a perda da sensibilidade,
também pode ter diminuição da lubrificação vaginal, o que é compensado
por produtos disponíveis no mercado ou, muitas vezes, pela melhor
exploração das zonas mais sensíveis de seu corpo. (RC)
Fontes:
Fabiano Puhlmann, psicólogo
clínico e especialista em sexualidade humana da Instituição
Beneficente Nosso Lar (0/xx/11 6163-8681); Flávia
Cintra, coordenadora do CIVI (Centro de Informação
para a Vida Independente), tel.: 0/xx/11/ 6221-8000; Milton Borelli Jr., urologista e especialista
em disfunção sexual do da AACD
(Associação de Assitência à Criança
Defeituosa) tel.: 0/xx/11 5576-0777; Luiz
Antônio de Arruda Botelho, fisiatra e superintendente
médico da Fundação Selma (0/xx/11 543-3277);
Mara Gabrilli, psicóloga
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