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04/08/2002 - 07h16

Morar sozinho é tendência mundial

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da Folha de S.Paulo

O aumento do número de pessoas que vivem sozinhas nas grandes cidades, por opção ou contingência, não é uma característica brasileira, e sim uma tendência mundial.

As razões apontadas para o fenômeno são, entre outras, o aumento dos pedidos de divórcio, a maior longevidade da população -a morte de um dos cônjuges obriga o outro viver sozinho quando a família não o acolhe-, o adiamento da decisão de casar entre os jovens e o crescimento das uniões informais, em que os cônjuges optam por morar em casas separadas.

No Brasil
São Paulo é, em números absolutos, a cidade brasileira com mais moradores que vivem sozinhos -o que reflete a sua magnitude demográfica (mais de 10,4 milhões de habitantes). Em 2000, 318.080 pessoas moravam desacompanhadas na capital paulista -uma em cada grupo de 30 habitantes.

O Rio de Janeiro vem em segundo lugar, com 244.619; Porto Alegre, em terceiro, com 75.896; Salvador, em quarto, com 70.041; e Belo Horizonte, em quinto, com 69.055.

A capital gaúcha, no entanto, tem a maior proporção de domicílios unipessoais: 17,2%. Percentualmente, São Paulo cai para a oitava posição, com 10,7%, ficando atrás do Rio (13,6%), de Florianópolis (12,9%), de Vitória (11,9%), de Curitiba (11,3%), de Belo Horizonte (11,0%) e de Salvador (10,8%).

Os números globais das capitais, divulgados no final do ano passado, ainda são objeto de estudo. Para Luiz Antonio Pinto de Oliveira, do IBGE, os altos percentuais das capitais da região Sul e do Rio de Janeiro eram esperados porque são municípios com uma estrutura etária mais envelhecida e, na maior parte desses domicílios, o ocupante é uma mulher -que possui maior expectativa de vida.

Em relação a Belo Horizonte e a Vitória, a questão pode estar relacionada com processos de ocupação nas últimas décadas e com características específicas dessas cidades, segundo Oliveira.

No que se refere a Salvador, o percentual está relacionado a processos internos de migração e de distribuição habitacional urbana.
A cidade de São Paulo apresentou um ritmo de crescimento menor do que o do país -25,9% contra 30%.

De acordo com Oliveira, trata-se de um ritmo de crescimento relativo superado pelas regiões que se vão incorporando a esse movimento demográfico, que começou primeiramente no centro-sul do Brasil.

No exterior
Em cidades americanas, os indicadores são significativamente maiores: em Washington, era de 39,5% nos anos 80 e subiu para 41,5% nos anos 90; em Nova York, pulou de 26% para 27,2%, de acordo com dados do censo.

Nos Estados Unidos, 25,5% das casas têm apenas um morador. A variação foi pequena na última década, de apenas 0,9 ponto percentual. Mas, em relação à década de 70, houve um aumento de 8,4 pontos percentuais.

No Reino Unido, pesquisa da The Future Foundation, divulgada pela BBC no início de 2002, revela que morar desacompanhado já é a situação mais comum. O estudo informa que, pela primeira vez na história do país, a soma das pessoas que vivem sós ou como pais solteiros é maior do que a das que vivem no formato familiar tradicional. A pesquisa tinha como objetivo medir as mudanças que a família sofreu no Reino Unido nos últimos 40 anos.

Uma outra pesquisa -do Centro de Estudos de Políticas Familiares Independentes-, divulgada em 2000, mostrou que 28% das casas do país eram habitadas por apenas uma pessoa -o triplo do indicador apurado em 1960.

 

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