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22/01/2004
-
07h10
ANA PAULA DE OLIVEIRA
da Folha de S.Paulo
No século passado, qualquer um podia lagartear ao sol e tostar até esgotar o estoque de melanina do corpo sem nenhum sentimento de culpa. Hoje, bronzear-se é um problema: a morenice ainda fascina, mas a voz do dermatologista, alertando sobre os riscos de câncer de pele e envelhecimento precoce, insiste em ecoar mesmo debaixo do guarda-sol e de espessas camadas de protetor solar.
Esse dilema pode ser contornado com o uso de cremes que tingem a pele, proporcionam um efeito semelhante ao da exposição ao sol sem alterar a produção de melanina, que é o pigmento natural da pele. Os autobronzeadores provocam uma reação química na camada mais externa da pele --a córnea--, escurecendo-a. O processo é superficial, portanto seguro para a saúde. Já a radiação solar atinge as camadas mais profundas da pele, o que aumenta o risco de câncer e acelera o envelhecimento cutâneo.
"Os autobronzeadores popularizaram-se no ano passado entre aqueles que desejavam ficar morenos ou que apenas queriam manter o bronzeado conseguido nas férias", afirma a dermatologista Ligia Kogos, que recomenda seu uso como opção para "ostentar a pele bronzeada sem riscos à saúde".
Já na primeira aplicação do produto é possível notar a mudança na cor da pele. O escurecimento acentua-se progressivamente até que a pele atinja seu limite de tingimento. Ao chegar nesse ponto, a pessoa deve espaçar as aplicações. "O bronzeado se perde à medida que a pele se descama. Depois de duas ou três aplicações, permanece por cerca de oito a dez dias", diz Kogos. Para garantir a durabilidade da cor, a médica recomenda manutenção semanal.
Uso contínuo
"Não há mal nenhum em usar au- tobronzeador por tempo prolongado. Aliás, não há contra-indicação, a não ser que a pessoa tenha histórico grave de alergia", diz o dermatologista Otávio Roberto Macedo. "Se não houver reação alérgica, o produto pode ser aplicado em todo o corpo" --o que é bem útil para apagar as marcas do maiô que escondia o corpo antes da reeducação alimentar.
Ficar bronzeado sem colocar o pé para fora de casa não significa, porém, que o protetor solar pode ser abandonado. Os especialistas alertam: o autobronzeador não aumenta a resistência da pele ao sol. "O maior perigo desse tipo de produto é a possibilidade de as pessoas o confundirem com proteção solar. Isso é errado. Mesmo se for usado antes de tomar sol, é essencial usar protetor", orienta Macedo.
Outro cuidado essencial: testar a cor em uma área "escondida" do corpo antes de se lambuzar da cabeça aos pés. A tonalidade final está relacionada à interação do produto com a pele, mas sempre tende para o dourado. "Não são todas as pessoas que ficam bonitas com o escurecimento artificial", diz a dermatologista Denise Steiner, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional São Paulo.
Como qualquer cosmético, o autobronzeador exige alguns cuidados (leia mais ao lado). Por ser uma espécie de tintura, há risco de manchas, por exemplo -tanto na pele como na roupa.
A hidratação também é importante. "Se uma parte do corpo estiver ressecada e a outra não, a pele pode manchar. É importante hidratar muito bem o corpo uma semana antes de usar o produto", orienta a médica Ana Lúcia Recio, da Academia Americana de Dermatologia. Por causa da presença da diidroxiacetona --substância que causa a reação química que leva ao escurecimento--, o próprio autobronzeador resseca a pele, o que exige hidratação constante.
Autobronzeador é opção segura para a pele
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da Folha de S.Paulo
No século passado, qualquer um podia lagartear ao sol e tostar até esgotar o estoque de melanina do corpo sem nenhum sentimento de culpa. Hoje, bronzear-se é um problema: a morenice ainda fascina, mas a voz do dermatologista, alertando sobre os riscos de câncer de pele e envelhecimento precoce, insiste em ecoar mesmo debaixo do guarda-sol e de espessas camadas de protetor solar.
Esse dilema pode ser contornado com o uso de cremes que tingem a pele, proporcionam um efeito semelhante ao da exposição ao sol sem alterar a produção de melanina, que é o pigmento natural da pele. Os autobronzeadores provocam uma reação química na camada mais externa da pele --a córnea--, escurecendo-a. O processo é superficial, portanto seguro para a saúde. Já a radiação solar atinge as camadas mais profundas da pele, o que aumenta o risco de câncer e acelera o envelhecimento cutâneo.
"Os autobronzeadores popularizaram-se no ano passado entre aqueles que desejavam ficar morenos ou que apenas queriam manter o bronzeado conseguido nas férias", afirma a dermatologista Ligia Kogos, que recomenda seu uso como opção para "ostentar a pele bronzeada sem riscos à saúde".
Já na primeira aplicação do produto é possível notar a mudança na cor da pele. O escurecimento acentua-se progressivamente até que a pele atinja seu limite de tingimento. Ao chegar nesse ponto, a pessoa deve espaçar as aplicações. "O bronzeado se perde à medida que a pele se descama. Depois de duas ou três aplicações, permanece por cerca de oito a dez dias", diz Kogos. Para garantir a durabilidade da cor, a médica recomenda manutenção semanal.
Uso contínuo
"Não há mal nenhum em usar au- tobronzeador por tempo prolongado. Aliás, não há contra-indicação, a não ser que a pessoa tenha histórico grave de alergia", diz o dermatologista Otávio Roberto Macedo. "Se não houver reação alérgica, o produto pode ser aplicado em todo o corpo" --o que é bem útil para apagar as marcas do maiô que escondia o corpo antes da reeducação alimentar.
Ficar bronzeado sem colocar o pé para fora de casa não significa, porém, que o protetor solar pode ser abandonado. Os especialistas alertam: o autobronzeador não aumenta a resistência da pele ao sol. "O maior perigo desse tipo de produto é a possibilidade de as pessoas o confundirem com proteção solar. Isso é errado. Mesmo se for usado antes de tomar sol, é essencial usar protetor", orienta Macedo.
Outro cuidado essencial: testar a cor em uma área "escondida" do corpo antes de se lambuzar da cabeça aos pés. A tonalidade final está relacionada à interação do produto com a pele, mas sempre tende para o dourado. "Não são todas as pessoas que ficam bonitas com o escurecimento artificial", diz a dermatologista Denise Steiner, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional São Paulo.
Como qualquer cosmético, o autobronzeador exige alguns cuidados (leia mais ao lado). Por ser uma espécie de tintura, há risco de manchas, por exemplo -tanto na pele como na roupa.
A hidratação também é importante. "Se uma parte do corpo estiver ressecada e a outra não, a pele pode manchar. É importante hidratar muito bem o corpo uma semana antes de usar o produto", orienta a médica Ana Lúcia Recio, da Academia Americana de Dermatologia. Por causa da presença da diidroxiacetona --substância que causa a reação química que leva ao escurecimento--, o próprio autobronzeador resseca a pele, o que exige hidratação constante.
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