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06/07/2006 - 11h53

"Minha capacidade de memória melhorou", diz mãe; leia depoimentos

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AMARÍLIS LAGE
FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S.Paulo

Erika Hindrikson, 35, maestrina

Durante a gravidez, a maestrina Erika Hindrikson, 35, conduzia as apresentações da Banda Sinfônica do Estado com medo de, a qualquer momento, sua cabeça dar um branco. "Minha memória piorou muito", conta ela, que começou a esquecer os óculos nos lugares aonde ia e a deixar passar o prazo de pagamento de contas.

Em sua profissão, que exige a memorização de pelo menos 20 partituras de instrumentos diferentes, lapsos assim poderiam ser muito complicados. "O repertório das bandas sinfônicas costuma ser novo, e, quando a música não é conhecida, se você balança, a banda não segue sozinha, ela balança junto", conta.

O problema, ela avalia, talvez não fosse uma dificuldade de lembrar todas as coisas --só as coisas que não eram ligadas ao bebê. "Nos primeiros meses, parece que o seu foco fica todo na gravidez e você pensa o dia inteiro naquilo", lembra Erika.

Mas, depois do parto, há quase 50 dias, ela sentiu uma melhoria na memória. "Pode ser que eu apenas tenha voltado ao "normal" e, por isso, eu ache que melhorou. Mas eu sinto que estou mais atenta mesmo", conta.

"Sempre tive muito sono e, agora, mesmo dormindo pouco, não me sinto exausta. Lembro onde está tudo, aonde tenho que ir." As mudanças não param por aí. Erika, que já tinha o ouvido "treinado" para música, também sente agora uma maior sensibilidade auditiva e se diz menos ansiosa. "Espero que as mudanças continuem quando eu voltar ao trabalho."

Nilton Fukuda/F
A farmacêutica Luciana Knobel, 34, que reconhece a presença das filhas pelo olfato
A farmacêutica Luciana Knobel, 34, que reconhece a presença das filhas pelo olfato
Luciana Knobel, 34, farmacêutica

"Sempre que saio do elevador do meu prédio, antes mesmo de abrir a porta do apartamento, eu sinto um cheiro certo. O cheirinho das minhas filhas. O mesmo que elas têm desde que eram bebês."

A declaração vem de uma especialista em perfumes, a farmacêutica Luciana Knobel, 34, que trabalha há 11 anos com criação de fragrâncias.

O olfato já sensível de Luciana ficou ainda mais aguçado quando ela engravidou da primeira filha, Carolina, hoje com seis anos. Na época, até o cheiro do xampu lhe dava enjôos. O paladar seguiu a mesma linha, e ela riscou vários alimentos do cardápio.

Depois que Carolina nasceu, aquela hipersensibilidade diminuiu --mas não totalmente. E ela, que era viciada em café puro, até hoje só consegue tomar café misturado com leite, para que o cheiro e o sabor se tornem mais suaves.

A chegada das filhas também foi acompanhada de um salto na carreira de Luciana. Nos últimos seis anos, ela foi chamada por uma das empresas líderes na produção de fragrâncias no mundo para ocupar a gerência de perfumaria fina na América Latina, aprendeu espanhol e, recentemente, concluiu um curso sobre liderança. Agora, quer começar a estudar francês.

"Minhas filhas são minha prioridade, mas quem não seguir o ritmo no trabalho está fadado a ser descartado. Por isso, tento equilibrar sempre as duas coisas", afirma a farmacêutica.

Juliana Mendonça Gentil Tucunduva, 32, advogada

O nascimento de Antonio, 3, foi fundamental para motivar Juliana Mendonça Gentil Tucunduva, 32, a enfrentar um novo desafio profissional. "Se eu não tivesse filho, não estaria no cargo em que estou hoje", conta ela, atualmente promotora de Justiça de Carapicuíba, a 25 quilômetros de São Paulo.

A função oferecia uma série de vantagens em relação ao cargo anterior de Juliana, na promotoria de Jandira, cidade localizada a 28 quilômetros da capital. Mas previa uma nova atribuição: trabalhar junto a júris. "Eu não me sentia à vontade em relação aos debates orais", lembra Juliana.

O fator decisivo para ela, ainda assim, aceitar a mudança foi a distância. Para chegar a Jandira, Juliana demorava pouco mais de 1h. Já para ir a Carapicuíba, gastaria cerca de 40 minutos.

A diferença, mesmo pequena, era importante para a promotora, pois permitiria um convívio maior com o filho, e, caso ele ficasse doente, por exemplo, ela poderia levá-lo mais rapidamente ao médico.

"Se eu não tivesse o Antonio, provavelmente ficaria esperando uma outra oportunidade que não tivesse júri", conta Juliana, que, uma vez instalada na nova função, começou a gostar das novas atribuições.

"Acho que a maternidade me deixou mais firme e prática. Antes, diante de determinada ação, eu ficava um pouco insegura. Agora sou mais objetiva. Quanto ao júri, não sinto o mesmo receio. Descobri que sou capaz e adoro o que faço."

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