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28/02/2002
-
08h47
SERGIO VILAS BOAS
da Folha de S.Paulo
O mosquito da dengue não se dá com café. Duas pesquisadoras da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto (SP) concluíram que a cafeína é fatal para o desenvolvimento da larva do Aedes aegypti.
Quanto maior a concentração de cafeína na água parada contida em vasos, ralos e plantas, menor o tempo de vida das larvas. "Registramos uma taxa de mortalidade de 100%. Nenhuma das larvas conseguiu chegar ao último estágio de desenvolvimento", diz a bióloga Alessandra Theodoro Laranja, co-autora do estudo.
Resultados semelhantes foram obtidos com a borra de café. Em laboratório, quatro colheres de sopa de borra de café bloquearam o desenvolvimento de larvas mergulhadas no equivalente a um copo de água. "Testes realizados em jardins confirmaram as experiências de laboratório", afirma Laranja.
O estudo da Unesp oferece novas perspectivas para o combate ao mosquito da dengue. "A possibilidade de aplicação da cafeína e da borra de café como auxiliares no controle da reprodução do Aedes egypti é bem-vinda. Mas, para esse processo ser utilizado em larga escala, as dosagens e os métodos de uso precisam estar consolidados", diz José Eduardo Bracco, pesquisador da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias).
Em situações de epidemia de dengue, o método de combate mais usado contra a reprodução do mosquito é a aplicação de inseticidas, mas a maioria desses produtos é tóxica. Além disso, com o tempo, os mosquitos podem adquirir resistência a essas substâncias. "A borra de café funciona como um inseticida natural e não faz mal para seres humanos, animais e plantas", afirma a bióloga.
Outros produtos, como o sal de cozinha e a água sanitária, têm sido recomendados contra o Aedes egypti. Mas há limitações: eles não podem ser aplicados em plantas, por exemplo. A borra é um resíduo produzido diariamente na maioria das residências. "Ela pode ser jogada sobre o solo dos jardins e hortas, na terra dos vasos ou dentro das bromélias", diz Laranja. "O que não se deve fazer é diluí-la em água antes de aplicar", adverte.
As larvas do mosquito se desenvolvem em quantidades mínimas de água parada -limpa ou suja. Uma simples película sobre a terra de jardins e hortas é suficiente para facilitar a reprodução do mosquito. Os vasos de plantas, principalmente de bromélias, são viveiros domésticos perfeitos para o Aedes aegypti, que passa pelas fases de ovo, larva e pupa antes de atingir a forma de inseto.
A larva se intoxica ao ingerir extratos de borra do café. A quantidade de borra a ser utilizada depende da quantidade de água acumulada. Se o local contém o equivalente a meio copo de água de chuva ou de rega, por exemplo, duas colheres de sopa de borra bastam. "A mesma quantidade de borra nova deve ser colocada a cada sete dias", explica a bióloga.
Café mata o mosquito da dengue
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da Folha de S.Paulo
O mosquito da dengue não se dá com café. Duas pesquisadoras da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de São José do Rio Preto (SP) concluíram que a cafeína é fatal para o desenvolvimento da larva do Aedes aegypti.
Quanto maior a concentração de cafeína na água parada contida em vasos, ralos e plantas, menor o tempo de vida das larvas. "Registramos uma taxa de mortalidade de 100%. Nenhuma das larvas conseguiu chegar ao último estágio de desenvolvimento", diz a bióloga Alessandra Theodoro Laranja, co-autora do estudo.
Resultados semelhantes foram obtidos com a borra de café. Em laboratório, quatro colheres de sopa de borra de café bloquearam o desenvolvimento de larvas mergulhadas no equivalente a um copo de água. "Testes realizados em jardins confirmaram as experiências de laboratório", afirma Laranja.
O estudo da Unesp oferece novas perspectivas para o combate ao mosquito da dengue. "A possibilidade de aplicação da cafeína e da borra de café como auxiliares no controle da reprodução do Aedes egypti é bem-vinda. Mas, para esse processo ser utilizado em larga escala, as dosagens e os métodos de uso precisam estar consolidados", diz José Eduardo Bracco, pesquisador da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias).
Em situações de epidemia de dengue, o método de combate mais usado contra a reprodução do mosquito é a aplicação de inseticidas, mas a maioria desses produtos é tóxica. Além disso, com o tempo, os mosquitos podem adquirir resistência a essas substâncias. "A borra de café funciona como um inseticida natural e não faz mal para seres humanos, animais e plantas", afirma a bióloga.
Outros produtos, como o sal de cozinha e a água sanitária, têm sido recomendados contra o Aedes egypti. Mas há limitações: eles não podem ser aplicados em plantas, por exemplo. A borra é um resíduo produzido diariamente na maioria das residências. "Ela pode ser jogada sobre o solo dos jardins e hortas, na terra dos vasos ou dentro das bromélias", diz Laranja. "O que não se deve fazer é diluí-la em água antes de aplicar", adverte.
As larvas do mosquito se desenvolvem em quantidades mínimas de água parada -limpa ou suja. Uma simples película sobre a terra de jardins e hortas é suficiente para facilitar a reprodução do mosquito. Os vasos de plantas, principalmente de bromélias, são viveiros domésticos perfeitos para o Aedes aegypti, que passa pelas fases de ovo, larva e pupa antes de atingir a forma de inseto.
A larva se intoxica ao ingerir extratos de borra do café. A quantidade de borra a ser utilizada depende da quantidade de água acumulada. Se o local contém o equivalente a meio copo de água de chuva ou de rega, por exemplo, duas colheres de sopa de borra bastam. "A mesma quantidade de borra nova deve ser colocada a cada sete dias", explica a bióloga.
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