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15/11/1889
Deodoro tornou-se republicano há apenas quatro dias

da Folha Online


Apesar de ter liderado o movimento que tirou do poder no Brasil a monarquia, o marechal Deodoro da Fonseca nunca se considerou um republicano. pelo contrário, Deodoro, garantem pessoas próximas ao novo presidente da República, sempre foi um monarquista convicto. Além disso, até o último mês, sempre fez questão de declarar-se amigo e súdito fiel do imperador dom Pedro 2º.

Há exatos 63 dias, Deodoro chegou a escrever uma carta a um sobrinho e que dizia o seguinte: "República no Brasil é coisa impossível, porque será uma verdadeira desgraça. Os brasileiros estão e estarão muito mal-educados para tornarem-se republicanos. O único sustentáculo do nosso Brasil é a monarquia; se mal com ela, pior sem ela".

Deodoro acabou decidindo-se a defender incondicionalmente os ideais republicanos a apenas quatro dias, quando recebeu em sua casa os senhores Benjamin Constant e Quintino Bocayuva, que há tempos são conhecidos no Rio de Janeiro pela defesa do sistema de poder em que o líder máximo do estado é eleito pelo povo.

Na reunião, o marechal concordou que o gabinete ministerial comandado pelo visconde de Ouro Preto pretendia reduzir gradativamente o poder do Exército e da Marinha, transferindo diversas atribuições das Armas à Guarda Nacional, que tem comando civil.

Contrariado com este fato, o marechal, ex-combatente da guerra do Paraguai, decidiu-se a derrubar a monarquia. Segundo testemunhas da reunião, foi com a seguinte frase que Deodoro anunciou aos presentes sua nova posição: "Eu queria acompanhar o caixão do imperador, que está idoso e a quem respeito muito. Mas o velho já não regula bem, Portanto, já que não há outro remédio, leve à breca a Monarquia. Nada mais temos a esperar dela. Que venha, pois, a República".

Leia mais no especial sobre a Proclamação da República

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