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HISTÓRIA


Suíça - 1954

Contexto histórico

O atacante Morlock chuta para marcar o primeiro gol da Alemanha na final contra a Hungria, do goleiro Grosics, vencida pelos alemães por 3 a 2

Ainda sob os efeitos do pós-2ª Guerra Mundial, o continente europeu voltou a receber um Mundial de futebol em 1954, depois de 16 anos da Copa da França.

O país escolhido pela Fifa para abrigar o torneio foi a Suíça, que havia ficado neutra durante a guerra e gozava de situação financeira equilibrada, além de possuir bons estádios.

Além disso, contaram a favor dos suíços os bons desempenhos nas Copas de 1938 e 1950. Em ambos o time ficou na sexta colocação.

A Copa

Apesar de ter entrado para a história como a Copa das goleadas, a competição suíça consagrou em sua decisão a vitória da força física sobre a habilidade.

A grande seleção da Copa, a Hungria, que atropelou seus adversários, incluindo o Brasil, em seu caminho até a final, com uma enxurrada de gols, acabou surpeendida pela frieza alemã na final.

Com um sistema tático revolucionário, em que os atacantes não tinham posições fixas, os húngaros fizeram 27 gols em cinco jogos. Ferenc Puskas e Sandor Kocsis, artilheiro do torneio, eram os destaques.

Mas, mesmo credenciada pelo título olímpico de Helsinque-52 e pela goleada sobre a própria Alemanha Ocidental na primeira fase da Copa por 8 a 3, a Hungria permitiu uma virada histórica na final.

Após fazer dois gols em menos de 10 minutos (feito que conseguiu em todos os jogos que disputou), os húngaros viram os alemães se recuperarem ainda no primeiro tempo e vencerem por 3 a 2.
 
Classificação
 Alemanha Oc.
 Hungria
 Áustria
4o Uruguai

Artilheiros
Kocsis
Atacante
Hungria
Morlock
Atacante
Alemanha
Probst
Atacante
Áustria
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O Brasil

Mesmo sem ter convocado o meia Zizinho, o técnico Zezé Moreira levou um time de craques para a Suíça, com Djalma Santos, Nílton Santos, Bauer, Didi e Julinho. Mas o que mais pesava contra a seleção ainda era o trauma da perda do título de 1950 para o Uruguai, em pleno Maracanã.

Na primeira fase, o Brasil goleou o México por 5 a 0 e empatou em 1 a 1 com a Iugoslávia. Classificado para as quartas-de-final, cruzou logo de cara com a Hungria. Como sempre acontecia, o húngaros fizeram 2 a 0 antes dos dez primeiros minutos de jogo. O Brasil esboçou uma reação, mas acabou perdendo por 4 a 2.

Derrotados na bola, os brasileiros partiram para a briga. Até dirigentes e jornalistas se envolveram na confusão, que ficou conhecida como “Batalha de Berna”.

Sistema de disputa

A fórmula de disputa adotada para a Copa-54 era confusa e foi muito criticada. Os 16 times classificados nas eliminatórias foram divididos em quatro grupos de quatro. Cada grupo tinha dois cabeças-de-chave. Os times jogaram entre si dentro do grupo, mas sem que ouvesse confrontos entre os cabeças-de-chave. Os dois melhores classificados passaram para as quartas-de-final, fase a partir da qual o sistema era mata-mata.

Destaque

A seleção húngara do técnico Gusztav Sebes chegou à Suíça carregando uma invencibilidade de quatro anos _não perdia desde maio de 1950_, período em que conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Helsinque-1952. Venceu seus jogos com larga margem de gols até a final, quando foi derrotada pela Alemanha. Depois da Copa, ficou outros dois anos invicta, até fevereiro de 1956. Os grandes destaques do time eram os atacantes Puskas e Kocsis, artilheiro da Copa com 11 gols. Puskas, o maior ídolo da históra do futebol húngaro, fez 85 gols em 84 jogos por sua seleção. O craque, no entanto, perdeu dois jogos do Mundial por contusão e atuou na final sem estar em suas melhores condições.

Curiosidades

Na Copa da Suíça, o Brasil usou pela primeira vez a hoje tradicional camisa amarela. Até então o uniforme principal da seleção tinha camisas brancas. Depois da derrota na final de 1950, a CBD promoveu um concurso para trocar o uniforme e deixar o trauma para trás. O radialista Geraldo José de Almeida criou o apelido “seleção canarinho”.
A Hungria revolucionou não só no esquema tático, em que os atacantes não tinham posição fixa, mas também em sua preparação. Antes das partidas, os húngaros faziam aquecimento, prática inusual na época.
Os jogadores da Coréia do Sul não falavam uma palavra em idiomas europeus e sempre se perdiam, sendo recolhidos ao hotel por policiais. No campo, também não se encontravam: tomaram nove gols da Hungria e sete da Turquia.
Alguns jogadores da seleção alemã passaram um bom tempo fechados numa clínica depois do Mundial. Parte da imprensa européia cogitou que eles tiveram más reações a um suposto doping utilizado nos jogos da Copa.
A desorganização da seleção brasileira era tanta que os jogadores não sabiam que o empate frente aos iugoslavos classificava os dois times. Os brasileiros lutaram até o final e, sem conseguir alterar o 1 a 1 no placar, alguns atletas chegaram a chorar no ônibus antes de saber que estavam nas quartas-de-final.
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