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22/11/2002

Novos fundos favorecem a opção por imóveis

da Folha de S.Paulo

Comprar uma casa ou apartamento não é o único caminho para quem quer investir em imóveis. Com o lançamento do fundo imobiliário da Caixa Econômica Federal na semana passada, quem prefere aplicar os recursos nas edificações pode começar seu investimento com R$ 1 mil.

A entrada da CEF no segmento deve impulsionar o incipiente mercado de fundos imobiliários no Brasil. Dos 60 fundos registrados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), menos de 15 estão disponíveis para o poupador de médio e pequeno porte.

Os FIIs (como são conhecidos) são formados por cotas de imóveis já prontos _como o Shopping Pátio Higienópolis_ ou em construção _como o Novo Anhembi. No caso da CEF, o edifício Almirante Barroso, no Rio, será vendido ao novo fundo e alugado à instituição por dez anos, renováveis por mais dez. A rentabilidade dos cotistas virá dos aluguéis pagos ao fundo. O IR é de 20% sobre o rendimento.

A CEF escolheu novembro para o lançamento de olho nos recursos do 13º salário. "As pessoas pensam em diversificar seus investimentos nessa época", afirma Fábio Nogueira, diretor da Brazilian Mortgages, empresa pioneira na estruturação de FIIs de varejo.

O consultor Sérgio Belleza, da Coinvalores, crê no sucesso dos fundos para quem procura segurança em ativos reais.

Investir em FIIs é mais simples do que em imóveis, já que as cotas podem ser adquiridas diretamente junto à instituição financeira distribuidora. A simplicidade continua na hora de desfazer o negócio. A maioria permite a venda de uma fração do investimento, normalmente cotas de R$ 100. Quem investe em imóveis e precisa de dinheiro acaba tendo de se desfazer completamente do bem.

Mas a liquidez dos FIIs não é necessariamente imediata. As transações ocorrem em mercado secundário, dependem do encontro de interessados e não há negociação pública das cotas. A oferta pequena gera ágio. Na semana passada, por exemplo, a Coinvalores negociou cotas do Pátio Higienópolis lançadas por R$ 100 por R$ 115 no mercado secundário.

O investidor também precisa saber que não há rentabilidade garantida e que ela depende do sucesso da administração do imóvel. Vazio, prédio algum gera renda. "Os fundos são uma opção de diversificação, mas também são um cheque em branco na mão do administrador", pondera o consultor Alexandre Póvoa.

No caso dos imóveis, os três últimos meses do ano registram aumento de 20% no número de lançamentos residenciais na Grande São Paulo. A tendência deve se manter, mas com preços mais altos. "O reajuste é fruto do repasse do custo do material de construção", afirma Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio.

Além disso, a demanda pela solidez imobiliária tende a elevar o preço dos edifícios, diz Pompéia.

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