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Escolas colégios 30/09/2003

Escolha em questão

DÉBORA YURI

Rasguem o primeiro livro o pai ou a mãe que nunca tiveram dúvida na hora de escolher a escola do filho. Que critérios são mais importantes?

Segundo a pesquisa do Datafolha, a qualidade da escola é o item mais importante para os pais que têm filhos na rede particular (43%). Os que optaram por colégios públicos apontam a localização como o principal critério (38%).

Famílias cujos filhos estudam em colégios privados citaram também, quase com o mesmo peso de importância, a qualidade dos professores (10%), a indicação de amigos (9%) e a localização (8%). A quinta posição para o valor da mensalidade, critério que só foi o mais importante para 7%, mostra que quem pode pagar uma escola particular valoriza o ensino e não se importa em gastar com educação.

"Essa ordenação de critérios reflete mais um idealismo platônico do que a realidade. A linha pedagógica, que é o mais importante, só é eleita prioridade nas camadas mais intelectualizadas", avalia o psicólogo José Ernesto Bologna, 55, consultor de escolas e presidente da Ethos Desenvolvimento Humano e Organizacional. "Mensalidade atraente, grife e prestígio do colégio ainda influenciam muita gente", diz.

Além do projeto pedagógico, Bologna enumera como itens mais importantes o corpo de professores e o que chama de "confortos para a família": mensalidade adequada às possibilidades e distância de casa. "Computadores, biblioteca e laboratórios são importantes, mas não tanto quanto os professores."

Para a psicopedagoga Raquel Caruso Whitaker, 42, que faz workshops de como escolher a escola na clínica CAD (Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento), o mais difícil é conseguir agradar a todas as gerações da família. "Um erro comum é o pai optar pelo colégio em que gostaria de estudar sem levar em conta o perfil do filho. Precisa ver se ele é retraído, criativo, organizado, se tem tendência a humanas, artes, exatas", afirma.

Rede pública

Para as famílias com filhos na rede pública, bons professores (15%) e segurança (14%) são itens que vêm logo abaixo da localização (38%) em importância. A qualidade da escola aparece em seguida (10%). A diferença entre pais da rede particular e da pública é nítida também quando se enfoca o fator "influência dos amigos": entre os primeiros, 71% falaram com eles antes de fazer a escolha, contra 48% dos últimos.

Maria Silvia Bonini, 56, coordenadora da área de currículo e escola do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), diz que a chave de uma boa escola pública é o diretor, que deve manter relação próxima com os pais. As famílias, segundo Maria Silvia, também "precisam complementar a educação da criança, oferecer a ela recursos como leitura e inglês".

O item mais marcante para a escolha dessas famílias, a localização, pode ser educativo para os jovens para além dos muros da escola, completa ela. "É bom deixar que eles circulem pelo bairro, vendo o que ocorre no mundo real", afirma Silvia.

Talita, 14, e Felipe, 12 -dois dos três filhos da professora de matemática Teodora Maciel Ferreira Fragoso, 41-, andam cerca de dez quarteirões para ir até a escola estadual Fernão Dias, em Pinheiros. "A localização foi importante para a escolha da escola, mas também levei em conta que lá não há violência nem brigas entre alunos e que os estudantes só podem entrar de camiseta e com carteirinha", completa a professora. O caçula Gustavo, 9, também estuda em uma instituição pública, a municipal Olavo Pezzotti, na Vila Madalena.

"Matriculá-los em escolas públicas foi uma mistura de necessidade com opção, mas acho que a classe média precisa parar com esse preconceito. Se eu não encontrasse uma boa escola, daria um jeito de colocá-los numa particular", diz ela.

Teodora conta estar satisfeita com os colégios dos filhos, embora faça ressalvas em relação a algumas áreas, como inglês e informática, pelas quais tem que pagar cursos extras para os filhos. "Mas considero bons os passeios, as artes, a noção de cidadania e diversidade que as crianças recebem. Nem no ensino médio penso em transferi-los para um colégio privado, acho que eles têm condições de ir bem no vestibular."

De pai pra filho

Se para alguns pais o ensino público pode garantir boa educação, para outros a rede privada é fundamental. Mãe de Pedro, 16, aluno do colégio Dante Alighieri, a professora de dança Cristiane Reis Longhi, 42, faz parte desse último grupo. "Acho pesada a mensalidade, mas me esforço porque o ensino é primordial para os filhos. Alunos de escola pública, salvo exceções, dificilmente passam no vestibular. Pode ser que o Pedro não passe, mas pelo menos estamos oferecendo a ele um ensino de qualidade", acredita Cristiane. Ela divide os custos da mensalidade com o ex-marido, o produtor de eventos Sérgio Bruno, 47.

"O pai do Pedro nunca pôde estudar em escola particular e quis que ele fosse para o Dante. Além disso, o pai, assim como o Pedro, tem cidadania italiana, daí a escolha desse colégio tradicionalmente ligado a esse país", completa.

Colaborou Verônica Fraidenraich

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