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Escolas colégios 30/09/2003

Carga pesada

DÉBORA YURI

Com quatro filhos estudando no colégio Nossa Senhora das Graças (conhecido como Gracinha), no Itaim, a representante de vendas Mônica Lambert Vieira de Sousa, 36, sabe fazer as contas na ponta da língua.

Marcelo Soares/Folha Imagem
O casal Claudio e Mônica Vieira de Sousa (na foto, com os quatro filhos), que acredita gastar cerca de R$ 2.000 com a educação de cada criança

"Considerando só a educação, cada filho custa mais ou menos R$ 2.000 por mês. Temos que pagar mensalidades, livros, passeios, idiomas, combustível, esportes, lanchinhos", enumera.

Apesar do custo, ela e o marido, engenheiro químico, têm certeza de que fizeram a melhor opção. "Vale a pena mantê-los no Gracinha, quero que todos terminem o ensino médio lá", avalia Mônica. A mãe de Danilo, 12, Renan, 11, Bruno, 9, e Mariana, 7, demitiu uma das duas empregadas da casa em prol do ensino das crianças.

A postura de Mônica não é exceção entre os pais que mantêm seus filhos na escola particular. Vale a regra: é caro, mas compensa. De acordo com a pesquisa do Datafolha, a mensalidade escolar consome, em média, 18,2% do orçamento familiar -R$ 469 é a quantia média gasta com ela. Quase metade dos entrevistados (49%) consideram seu preço adequado e 46%, caro.

"É uma porcentagem alta da renda dedicada à escola, o que mostra a valorização do ensino pela sociedade. E quanto mais o brasileiro ganha, mais ele gasta com educação e saúde", diz Juarez Rizzieri, 61, professor de economia da FEA-USP, pesquisador e ex-presidente da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Pesquisa de orçamentos familiares da fundação mostra que o pico de gastos com educação é registrado justamente na faixa dos que ganham acima de 50 salários mínimos. "Trata-se de um bem superior, talvez o mais importante para o casal que tem filhos, junto com saúde e, um pouco abaixo, lazer. A família costuma fazer muitos esforços pela educação porque é ela que possibilita mobilidade social. É investimento, não consumo", explica o professor.

Mas Rizzieri considera 18% uma parcela muito salgada para o ensino, por mais essencial que ele seja. "É bem limite. Qualquer gasto acima de 10% da renda já é um peso enorme para a família."

Gasto ideal

Calcular os gastos antes do nascimento do filho é a recomendação de Francis Brode Hesse, 45, executivo da consultoria Planejadores Associados.

"Levando em conta que o filho vai ficar 14 anos na escola (da educação infantil ao ensino médio), é razoável jogar R$ 500 por mês para cada filho. Isso será o mínimo, considerando que ele faça o ensino superior numa universidade pública", diz. O consultor acha 18% uma fatia muito elevada para dedicar à mensalidade. "O ideal é gastar entre 10% e 15%, incluindo todos os filhos."

O analista de sistemas Paulo João Salomão Filho, 42, e a mulher, a médica Regina Uehara Salomão, 36, estão longe dessa meta proposta pelo consultor. O casal destina 25% do orçamento mensal para manter o primogênito Pedro, 5, e os gêmeos Rafael e Carolina, 1, no colégio Montessori Santa Terezinha, no Jabaquara.

Na lista de itens riscados da casa da família estão jantares, viagens para a praia, passeios, doces, o período integral de Pedro, roupas de marca. "Nem vamos mais ao shopping, agora fazemos compras em lojas do bairro. E o Pedro não compra mais lanche na escola, leva de casa", conta.

O analista diz que conversa abertamente com o filho mais velho sobre a situação porque "tudo está sendo feito pelo bem do futuro das crianças". Mas não pensa em colocá-los numa escola pública. "Só se chegar num ponto impossível. Penso na violência e na qualidade de ensino, não consigo imaginá-los lá."

Mensalidades

Segundo dados do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), a mensalidade de uma série do ensino médio pode variar de R$ 310 (no colégio Nove de Julho, Vila Maria) a R$ 2.240 (no St. Francis College, Jd. Europa). Se o Nossa Senhora do Sagrado Coração, na Vila Formosa, cobra R$ 378, o Play Pen, na Cidade Jardim, pede R$ 1.704, e a escola Stance Dual, na Consolação, R$ 1.680.

José Augusto de Mattos Lourenço, 56, presidente do Sieeesp, diz que localização, qualificação dos professores, coordenadores e auxiliares, equipamentos tecnológicos, segurança e carga horária são itens que podem modificar o valor da mensalidade.

"O IPTU no Morumbi e no Brooklin é muito mais alto do que na Casa Verde, por exemplo. Em geral, a escola que cobra cerca de R$ 2.000 é bilíngue e fica com o filho o dia inteiro", explica.

Para Lourenço, todos os colégios têm um público, mas ele vê uma relação estreita entre o preço alto e a qualidade. "Pode acontecer de uma escola cara, num bairro ótimo, ser ruim, mas a tendência é que ela seja boa. Agora, muitas cobram preços em conta e são ótimas. Um colégio excelente, num bairro de classe média-baixa, nem pode cobrar muito porque seu público não comportaria esse valor."

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