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Escolas colégios 30/09/2003

A escola passa de ano

DÉBORA YURI

Na visão dos pais ouvidos pela pesquisa Datafolha, a escola de seus filhos está aprovada: 39% consideram que ela é boa e 33%, ótima. As taxas de ruim e péssimo registradas foram baixas (3% para cada).

Marcelo Soares/Folha Imagem
Vera Wolf Moreira, 37, que trocou de escola os filhos Tiago, 8, e Teodoro, 5, depois da fusão dos Logos com outros dois colégios

Quando o universo se restringe às escolas particulares, a aprovação é ainda maior, com 50% de índice de ótimo e 44% de bom. A nota média atribuída aos colégios pagos foi de 8,4 numa escala de zero e dez. Para a psicopedagoga Neide de Aquino Noffs, 55, professora de metodologia de ensino da Faculdade de Educação da PUC-SP e especialista em ensino básico, essa avaliação reflete uma nova postura dos pais.

"Não se trata de conformismo, mas sim de satisfação e, principalmente, de apostar no projeto pedagógico pensado para longo prazo, tendência hoje nos colégios particulares e também nos públicos", observa. "Essa mudança é benéfica para a educação porque nenhum aluno pode ser avaliado em apenas um ano. A instabilidade gera desarticulação e a estabilidade, aproveitamento."

Pode-se considerar uma surpresa a avaliação positiva também das escolas públicas, que obtiveram 7,7 de média, índice muito próximo do cravado pelas privadas. Entre os pais cujos filhos estudam num colégio municipal ou estadual, 37% o consideram bom e 28%, ótimo.

"O problema que cerca a escola pública é a generalização. Há instituições muito boas na cidade, mas as famílias de classe média tendem a achar que todas são muito ruins", diz Maria Silvia Bonini, educadora do Cenpec (Centro de Pesquisas e Estudos em Educação, Cultura e Ação Comunitária).

Ela lamenta o desconhecimento da parcela mais privilegiada da população sobre o ensino público básico. "Há instituições boas em Pinheiros, no Butantã, na zona norte, até no Campo Limpo. Elas não estão apenas nos bairros bons. Na verdade, as escolas centrais não são tão boas como algumas da periferia", afirma a coordenadora.

Mudança

A boa avaliação das escolas é refletida também no grande número de pais que não deseja mudar seus filhos de colégio no próximo ano: 84% (índice que sobe para 88% entre alunos da rede privada e fica em 82% na pública).

As famílias que desejam efetuar a mudança justificam o descontentamento citando como principais motivos os professores (28%), os métodos de ensino (24%), a falta de organização e disciplina (21%), a violência (12%), a infra-estrutura (10%), a localização e a mensalidade (ambas com 9%).

Método de ensino, o segundo item mais citado pelos pais, foi o que motivou a procuradora do Estado Vera Wolff Bava Moreira, 37, a trocar os filhos Tiago, 8, e Teodoro, 5, de escola. No início deste ano, Vera integrou a legião de pais desapontados com a fusão do famoso colégio Logos (mais liberal) com o Mater Dei (de perfil mais conservador) e a escolinha de educação infantil Bem-me-quer.

"Acredito na qualidade das escolas e da instituição que foi criada, mas deve ser difícil fundir três sentenças numa só", diz Vera. Resultado: seus filhos deixaram o Logos e foram para o Madre Alix. Ela mora na Vila Madalena e conta que a localização também foi fundamental para a troca. "Eles se fundiram na sede do Mater Dei, no Ibirapuera. Ficou impraticável, eu demoraria mais de 40 minutos para levar as crianças até lá."

A escolha do Madre Alix não se deu por acaso: a procuradora foi aluna do colégio, onde cursou o ensino fundamental. Também tinha estudado no Logos, durante o ensino médio. "Gosto das propostas das duas escolas. O Logos era liberal, seguia a linha construtivista, tinha um lado artístico muito forte. Já o Madre Alix, embora religioso, não é rígido. Acho que os pais devem escolher para os filhos a escola que combine com suas linhas pedagógicas de preferência", diz.

Evolução

"Esses números a respeito da mudança de colégio mostram pais mais preparados e conscientes da função da escola. Até pouco tempo atrás, a troca ocorria quando o filho ia mal nas provas, porque o colégio era pequeno ou devido à disciplina, que era a prioridade", diz a professora Neide Noffs, da PUC-SP, ressaltando que os índices podem estar um pouco abaixo do padrão real porque os estudantes que mudariam por medo de reprovação já trocaram de colégio, em junho ou agosto.

"Cada vez menos famílias procuram escolas rígidas demais, com a intenção de que ela imponha limites ao filho. Os pais estão percebendo que não se educa uma criança assim", afirma a professora, que considera os motivos mais citados "procedentes". "Professores capacitados e ensino articulado são as chaves para uma escola ter qualidade", diz Neide.

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