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27/01/2003

Saiba como avaliar os riscos de cada aplicação

da Folha de S.Paulo

Nem sempre o melhor fundo de investimentos é aquele que rende mais no final do mês ou do ano. É preciso avaliar, também, o nível de risco ao qual os gestores submetem as carteiras na busca cotidiana de resultados. Um fundo mais rentável em determinado período, por conta de posições mais ousadas, também pode dar prejuízos sensíveis aos cotistas se o administrador errar a mão _o que acontece frequentemente.

No Guia de Fundos do Labfin/ USP, o nível de risco é medido em estrelas. Elas indicam o desempenho das carteiras dentro dos parâmetros de volatilidade (oscilação das cotas) específicos de cada categoria no período de um ano. Fundos com menos de um ano de vida não recebem estrelas. O conceito é simples: quanto mais estrelas, melhor. Um fundo de cinco estrelas correu menos riscos que um de quatro, e assim por diante.

Mas atenção: o número de estrelas atribuído aos fundos só é comparável dentro de uma mesma categoria, alerta André Oda, supervisor do Guia de Fundos do Labfin. Não se pode comparar, por exemplo, fundos de renda fixa com fundos de ações ou cambiais. "Um fundo DI com apenas uma estrela geralmente irá apresentar um risco muito menor do que um fundo de ações cinco estrelas", diz Oda.

Ele observa que, no ranking de 2002, é grande o número de fundos com quatro ou cinco estrelas na categorias DI e renda fixa. Como foi o ano da "marcação a mercado", destacaram-se os fundos mais conservadores, que já vinham cumprindo as regras de contabilização dos títulos a preços de mercado.

Taxa de administração
A estratégia dos gestores é fundamental no desempenho das carteiras, mas a rentabilidade que sobra para os investidores no final do dia está diretamente atrelada a um detalhe importante: a taxa de administração. Quanto maior essa taxa, menor é o rendimento do fundo. Os bancos costumam cobrar taxas mais altas na aplicação de valores menores, e vice-versa.

Para facilitar a comparação, as categorias do Guia estão subdivididas em três faixas de aplicação: até R$ 5 mil, de R$ 5 a R$ 20 mil e de R$ 20 mil a R$ 100 mil. A exceção são os fundos cambiais, subdivididos em duas faixas, até R$ 5 mil e de R$ 5 mil a R$ 100 mil.Os resultados são comparados com a variação do CDI, da caderneta de poupança, do IGP-M e do IPC.

Os resultados gerais do ranking devem ser considerados pelos investidores em suas aplicações em 2003, mas com uma ressalva importante: rentabilidade passada não é garantia de rendimento futuro. "Um bom desempenho num ano não significa que o fundo vai ser campeão de novo no outro", diz Oda.

Dos 140 fundos mais rentáveis em 2003, somente 54 (38,6%) estavam na lista do ano anterior. Apenas um foi bicampeão: o BMC Renda Fixa DI, com 19,3% de rendimento em 2002 e 17,4% em 2001.

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