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Entrevistas

Barnes foi o único brasileiro a chegar à semifinal do US Open

RODOLFO LUCENA
Editor de Informática da Folha de S.Paulo

Ele começou jogando com raquete de madeira. Só conseguiu comprar uma "de verdade" porque achou na rua uma nota de CR$ 500. Tinha então cinco anos de idade e começava uma carreira vitoriosa.

O carioca Ronald Wilson Barnes fez coleção de títulos. Em 1959, foi campeão do Orange Bowl e vice juvenil de Wimbledon. De 58 a 65, integrou a equipe brasileira que disputou a Copa Davis. É o único brasileiro a ter chegado a uma semifinal do Aberto dos EUA. Isso aconteceu em 1963, seu ano de glória, em que levou dois ouros no Pan-Americano de São Paulo.

Vitimado pelo câncer, morreu em 13 de dezembro de 2002, em Nova York, onde morava com a mulher. Esta entrevista foi realizada por telefone três meses antes, em 17 de setembro. Barnes estava em um dia "mais ou menos", como disse, e falou de suas (muitas) conquistas e (poucas) mágoas.

Folha: Senhor Ronald Barnes eu queria que, primeiro, o senhor se apresentasse. Qual o seu nome completo? Onde o senhor nasceu? Como o senhor começou a jogar tênis?
Barnes: O meu nome completo é Ronald Winston Barnes e eu nasci no Rio de Janeiro, em Ipanema, em 1º de janeiro de 1941, e comecei a jogar tênis...

Folha: Com esse nome o senhor é de família brasileira ou seus pais?
Barnes: Não, sou de família inglesa. Meu pai mudou-se para o Brasil quando tinha 20 anos e aí se radicou no Rio de Janeiro.

Folha: Ele fazia o quê?
Barnes: Ele trabalhava em materiais de couro, depois teve agência de automóveis, teve fábrica de aço, foi presidente da Crush do Brasil (aquela bebida de laranja) por algum tempo e depois ele montou uma firma de investimento e seguro e depois se aposentou em 79 por aí.

Eu comecei a jogar tênis no Rio de Janeiro Country Club e jogava também futebol na praia de Ipanema com a garotada.

Folha: O futebol, eu imagino que seja mais atraente, o que foi que o atraiu para o tênis?
Barnes: É porque o clube em que eu jogava tênis, pois cruzando a rua era a praia, a praia de Ipanema. Então, era mais fácil jogar tênis, que era só atravessar a rua e, além disso, meu pai não gostava que eu jogasse futebol porque poderia me machucar para o tênis, mesmo assim eu joguei uns dois ou três anos lá na praia. Eu fiz mais para desenvolvimento físico, porque jogando futebol na areia fortalece muito as pernas, então, ajudava muito jogar futebol. Mas, além disso, jogava todos os esportes que havia. No clube onde eu cresci, tinha voleibol, tinha futebol de salão, tinha de tudo e eu jogava tudo isso. E natação também, eu fiz.

Folha: E o tênis o senhor começou com que idade?
Barnes: O tênis, comecei com quatro anos de idade. Eu comecei com raquete de madeira, porque naquela época meu pai não tinha dinheiro para comprar uma raquete normal para mim. E a primeira raquete que eu consegui foi em 1946, se não me engano. Eu tinha cinco anos de idade, eu achei um bilhete de CR$ 500 na rua. Eu estava no centro da cidade e, naquela época, com cinco anos de idade, eu não sabia o que era CR$ 500. Eu botei no bolso rapidamente e quando cheguei a casa perguntei à minha irmã. A minha irmã me disse: "Isso é muito dinheiro". E foi com esse dinheiro que eu consegui comprar a minha primeira raquete de tênis. E o resto é história, não é? O resto é para os livros.

Folha: Mas conte sua história?
Barnes: Eu comecei a jogar, daí eu jogava no Country, ganhava campeonato no Country e depois eu ganhava...

Folha: Campeonato ainda como menino?
Barnes: Ah, como menino, é. Depois eu comecei a jogar com os outros meninos da minha idade, comecei a me desenvolver, comecei a ganhar uns torneios lá entre os rapazes da minha idade e depois ganhei o campeonato de 7 a 9 ou 9 a 7 ou o que for. Daí para a frente, foi de 9 a 11, de 11 a 13, de 13 a 15, de 15 a 18, de 18 a 21 e depois adultos e você escolhe um torneio no Brasil e já ganhei esse torneio. Escolha qualquer um.

Folha: Qual foi o seu primeiro troféu nacional?
Barnes: Troféu nacional foi o infantil de 7 a 9 ou 9 a 7, com oito anos de idade. Acho que foi no Clube dos Caiçaras, eu até tenho a fotografia, em 1948, se não me engano.

Folha: E enquanto o senhor seguia ganhando no tênis o senhor estava estudando também ou deixou os estudos?
Barnes: Não, estava estudando, Escola Americana do Rio de Janeiro. Eu estou meio lento, porque eu estou doente, sabe? Eu não sei se você soube, se o Lelé (Carlos Alberto Fernandes, que jogou com Barnes em duplas no Pan; os dois ganharam o ouro) falou com você a respeito da minha doença, eu tenho câncer e isso impede um pouquinho a minha dicção, ouviu?

Folha: Está bem fácil de entender. O senhor estava falando do campeonato que venceu no Clube Caiçaras?
Barnes: Eu acho que foi no Clube do Caiçaras. A final, se não me engano, foi no Rio de Janeiro Country Club, no meu clube. Ganhei de um sujeito de São Paulo, chamado Airton Cunha. Ele ainda está jogando aí, acho que ele dá aula em São Paulo.

Folha: Ah, é?
Barnes: Acho que sim. Você pergunta para o Lelé, o Lelé conhece ele. Ele é da nossa idade, o Lelé é dois anos mais velho do que eu, o Airton Cunha é da minha idade, quer dizer, ele deve ter agora 61, 60, por ai.

Folha: Perfeito. E essa atividade do tênis dava algum dinheiro? O que se ganhava com o tênis?
Barnes: Troféus, eu tenho dois armários cheio deles, se você quiser é só vir aqui pegar. Só vai custar a você a mudança, levar daqui para o Brasil. É, inclusive, o do "Orange Bowl", que eu ganhei em 1958, que a minha mulher está apontando.

Folha: Foi um de suas conquistas mais importantes, não?
Barnes: O "Orange Bowl", das simples, que eu ganhei em 1958 e ganhei também o que eles chamam "San Shain Cup", que é a Copa Davis de Júnior do Mundo, que eu ganhei com o Edson Mandarino. Nós jogamos em dupla, nós ganhamos dos Estados Unidos na final.

Folha: Isso como juvenil?
Barnes: Como juvenil, isso em 1958.

Folha: E o dinheiro? Havia dinheiro também?
Barnes: Dinheiro não tinha nada. O que nós ganhamos era tudo debaixo da mesa. Hoje em dia eu posso falar porque são todos profissionais. Não tem problema, ninguém pode me machucar, mas, naquela época, todo mundo tinha seu valor. Quer dizer, se você me convidar para jogar no seu torneio, eu digo: "Está certo, eu jogo por US$ 5.000". Você diz sim ou não. Se você disser não, eu vou para outro torneio que paga US$ 5.000. Era assim que acontecia, não é? E...

Folha: Os valores já eram nessa ordem de grandeza?
Barnes: Não, apenas no final. No final da minha carreira, eu ganhava US$ 5.000 a US$ 6.000 por torneio, mas, no princípio, era US$ 400, US$ 500, US$ 600 por torneio. E você vai progredindo, progredindo, resultados melhores, ganhando de jogadores de "ranking" mundial e aí o teu valor começa a crescer, não é? E no final, o último torneio que eu joguei, se não me engano, foi um torneio de Québec, no Canada... Ah, não, foi em Forest Hills, foi o U.S. Open, em 1967. Naquela época, eu já estava recebendo quase US$ 6.000 por torneio. Quer dizer, então, que tinha dinheiro no esporte, mas nada comparado com o tênis de hoje, não é? O tênis de hoje você perde na consolação, eliminação, eliminatório ou o que chama isso, você já recebe US$ 5.000, US$ 6.000.

Folha: E como o senhor chegou a ser convocado para participar da seleção brasileira ou representar o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de 63?
Barnes: Não, isso foi porque eu era número um do Brasil em simples e número um em dupla com o Lelé, quer dizer, que eles formavam a equipe de quatro jogadores e eles não tinham como dizer não para não convocar para jogar. Como sendo o número um, eu tinha que jogar pela equipe, a mesma coisa aconteceu com a Copa Davis. Para a Copa Davis, eles tinham que me convocar, porque eu era o número um, eu joguei nove anos a competição pelo Brasil.


Folha: O senhor fala eles, quem são "eles"?
Barnes: A Confederação Brasileira de Tênis.


Folha: Bom, então, do Pan-Americano quais são as melhores lembranças? Como foi a sua jornada até chegar ao título de simples? Quantos jogos o senhor jogou? Quais foram os jogos mais complicados?
Barnes: No Pan-Americano, eu lembro, no princípio eu joguei contra o _agora você não me pergunta de nomes ouviu, porque a minha memória está um pouquinho nublada, mas _, eu sei que eu tive que ganhar _eram 128 na chave_, quer dizer, que eu tive que ganhar sete jogo, sete partidas. E da semifinal e das quartas-de-final, eu joguei contra um sujeito da Venezuela chamado Yo Pimentel. Eu joguei uma partida muito dura, ele era um bom jogador. Eu ganhei em quatro sets. Depois eu joguei contra _deixa eu ver quem foi, se a memória não me falha_ um mexicano, não, não foi esse não, foi um, ai deixa eu ver se me lembro. Bom.

Folha: O senhor pegou o mexicano na final, não é isso?
Barnes: Eu sei, eu vou voltar para ele, mas na final foi o Mário Llamas, que eu ganhei, foi em três sets seguidos, o escore, que você tem, eu vou ver se a minha memória não me falha, 6/3, 6/0 e 6/4.

Folha: Eu não tenho aqui?
Barnes: Não tem? Acho que foi assim.

Folha: Esse Mário Llamas é aquele que tinha derrotado o Lelé na semifinal, não é isso?
Barnes: Exato, é, ganhou do Lelé na semifinal, mas eu estou tentando me lembrar de quem eu ganhei na semifinal, porque eu não me lembro agora muito bem, ouviu? Desculpa por isso.


Folha: O senhor tinha algum tipo de jogada que era a sua marca registrada? Alguma jogada em que o senhor era considerado mestre?
Barnes: Eu tinha uma esquerda excepcional. Na época, até foi considerada uma esquerda como a do Ken Rosewall [tenista australiano que ganhou oito títulos de Grand Slams] e uma das melhores esquerdas do jogo. Também tinha minha velocidade, era muito rápido na quadra.

Folha: Qual é a sua melhor lembrança dos Jogos Pan-Americanos?
Barnes: Deixa eu ver, bom, a amizade entre os jogadores todos. Naquela época, todos os jogadores eram amigos, não tinha essa rivalidade que tem hoje, um falando mal do outro. Naquela época, era tudo uma confraternização de amizade. Eu era amigo de todos os jogadores e todos os jogadores eram amigos meus. Você entra na quadra, você é rival dele, acabou o jogo aperta a mão e acabou, já vai sair, vamos jantar juntos e conversar, todo esse negócio. Não tinha rivalidade como tem hoje, ouviu?

Folha: O senhor ganhou duas medalhas de ouro no Pan-Americano, em simples e nas duplas. O que essas medalhas representaram na sua carreira?
Barnes: No Brasil, ajudaram um pouco, mas na Europa os Jogos Pan-Americanos não eram reconhecidos como torneio grande. Apesar de ser um torneio muito grande, porque tem todos os países latino-americanos, não é? Mas, na Europa, logo depois que eu ganhei o Pan-Americano, eu tive que ir para a Grécia, no dia seguinte...

Folha: Ah, para a Copa Davis, não é?
Barnes: Para a Copa Davis. Quando me entrevistaram lá, quando eu cheguei, ninguém sabia o que era o Pan-Americano. "O que é isso", perguntavam. Então, quer dizer, para eles lá não era nada. Para mim representou muito, porque é uma façanha que eu acho que nenhum outro brasileiro fez. Eu ganhei a simples e a dupla, jogando somente duas categorias: simples e dupla. Agora, eu não quero criticar ninguém, mas a Maria Esther jogou simples, dupla e dupla mista e ela não ganhou três medalhas de ouro, acho que não ganhou duas medalhas de ouro. Só ganhou a simples.


Folha: Sua carreira, depois do Pan-Americano, ainda durou quatro anos, foi até 67. Quais foram os principais destaques então, depois dos jogos?
Barnes: Bom, depois dos jogos eu comecei a ganhar torneios. Em simples, ganhei vários torneios na Europa: ganhei torneios em Portugal, na Bélgica, na Turquia, na Grécia, eu ganhei, deixa eu ver onde mais, eu ganhei torneio aqui nos Estados Unidos, eu ganhei torneio no Canadá. No Canadá, ganhei uma porção de torneios e um dos torneios que parece que não é importante, mas para mim foi muito importante, foi um torneio do Canadá que eles chamam "Round Robent". É um torneio entre seis jogadores e eles jogam entre si. Esse torneio foi uma semana antes do torneio de Forrest Hills, em 1967, e lá eu ganhei do Emerson, do Manuel Santana, do Nicola Pinic, Jai Dik Mokdji, da Índia, ganhei do Michel Belcken, do Canadá. Era um jogador de cada país, eu ganhei deles todos.

Folha: O senhor falou que, nesse período, o tênis não era profissional, mas vocês sempre ganhavam alguma coisa por debaixo do pano. O senhor sobrevivia do esporte ou tinha outra profissão também? A sua vida era dedicada ao tênis?
Barnes: Dava para viver, dava para viver do tênis...

Folha: O senhor já tinha família ou estava ainda morando com os pais?
Barnes: Não, não, não. Quando eu casei, em 1967, aí eu deixei de jogar, fui trabalhar numa companhia de seguros.

Folha: Por que o senhor deixou de jogar?
Barnes: Deixei de jogar porque me aposentei, não podia viajar com a esposa, aí já era muito trabalho e muita despesa financeira. Quer dizer, para eu viajar sozinho é uma coisa, mas para viajar com a esposa tinha que ficar num hotel melhorzinho, tem que ir a um restaurante melhorzinho, sabe como é, não é?.

Folha: Então sua carreira como tenista foi de 46 a 67, certo?
Barnes: É. Agora, pode dizer aí também que eu me ofereci, isso você pode botar em letras grandes, me ofereci à Confederação Brasileira de Tênis para ser capitão da equipe, técnico ou o que fosse e eles não queriam me pagar nada. Porque eu disse a eles, olha, se vocês não me oferecerem nada aqui, eu vou viajar, vou morar nos Estados Unidos, ser profissional de tênis lá. Eu posso ser profissional de tênis aqui, ajudar o tênis brasileiro, depende de vocês. Eles disseram: "Não, não podemos pagar nada a você. Se quiser, vai viajar". Então eu viajei.

Folha: Isso foi quando?
Barnes: Isso foi em 69, eu deixei a cia. de seguros e vim morar na Pensilvânia, na Filadélfia.

Folha: Então, de 67 a 69 o senhor vendeu seguros e depois foi morar nos Estados Unidos?
Barnes: É, depois eu vim morar nos Estados Unidos.

Folha: Com a família?
Barnes: É.

Folha: O senhor tem esposa, o senhor tem filhos?
Barnes: Esposa só.

Folha: Na Pensilvânia, o senhor fazia o quê?
Barnes: Era profissional do tênis.

Folha: Como?
Barnes: Eu ensinava tênis, era profissional num clube de 41 quadras de tênis.

Folha: E desde então a sua atividade profissional foi sempre ligada ao tênis?
Barnes: Exato, é.

Folha: E até quando o senhor levou o tênis como atividade profissional?
Barnes: Como profissional, até dois ou três anos atrás, que eu fiquei doente.

Folha: Foi quando o senhor descobriu que estava com câncer?
Barnes: É, eu jogava, batia bola e tudo até dois anos atrás. Mas, depois, eu fui ficando mais fraco, com menos força. "Eu acho que é melhor parar", eu disse, porque as perninhas já não dão o que davam antes.

Folha: De toda essa vida dedicada ao tênis qual a sua lembrança mais dileta?
Barnes: Ah, tem muitas, mas uma das mais agradáveis ou mais, acho que foi ganhar o torneio do Canadá. Aquela foi boa, porque estava lá o Emerson [Roy, australiano que tem 12 conquistas de Grand Slams]...., naquela época ele era o número um do mundo, e ganhar um torneio ganhando dele na final foi para mim, como dizer, uma coisa inesquecível.

Folha: E o senhor guarda alguma lembrança amarga do tênis, alguma tristeza?
Barnes: Somente aquela da Confederação Brasileira de Tênis.

Folha: De não ter aceito o seu?
Barnes: De não ter feito o que poderiam ter feito e aproveitado o conhecimento de tênis que eu tenho ou que tinha.

Folha: Nos Estados Unidos, então, o senhor passou quase 30 anos dando aula de tênis, não é isso?
Barnes: É.

Folha: O senhor tem idéia de quantos tenistas o senhor chegou a formar? Formou algum conhecido?
Barnes: Tem uma garota da Pensilvânia, o nome dela é Barbara Jordan, e o nome da irmã dela também Cassy Jordan, ganharam. A Cassy Jordan ganhou o Wimbledon em dupla. Eu a ensinei quando ela tinha 13 anos e, além disso, eu consegui uma bolsa de estudos para ela e a irmã em Stanford, na California. Depois eu tive vários juvenis que chegaram a ser do ranking nacional dos Estados Unidos. E, depois, há também uns garotos do Brasil, que vieram aqui jogaram e, infelizmente, um menino morreu. Veio passar comigo uma temporada... Ele gostava de pesca submarina e ele foi muito fundo e morreu. Ele era um rapaz muito inteligente, jogava muito direitinho, mas infelizmente acontece, é a vida, a gente tem que viver um dia de cada vez.

Folha: O senhor ficou toda a sua vida de professor na Pensilvânia mesmo ou não?
Barnes: Não, não, eu mudei. Fiquei lá uns nove anos, depois eu vim para Nova Jersey, fiquei um ano, e mudei porque era muito frio. Aí, eu vim para Nova York, aliás, não, errado, eu fui para a Flórida, eu passei uma temporada na Flórida e fui para o calor, do calor voltei para o frio. Eu tinha uma academia em Tennessee, na Flórida, estive lá uns seis anos, sete anos, e de lá eu vim aqui para Nova York. E aqui estou.


Folha: Aí em Nova York o senhor também deu aula de tênis?
Barnes: Dei, dei.


Folha: E agora está lutando contra a doença?
Barnes: Exatamente.

Folha: E como é esse embate?
Barnes: Estou tomando quimioterapia toda semana e vamos ver de semana a semana.

Folha: Às vezes, está mais forte, às vezes, mais fraco?
Barnes: Bom, depois da quimioterapia eu me sinto mais forte, mas tem altos e baixos. Tem dias bons e dias ruins. Você me pegou num dia mais ou menos. Ontem, por exemplo, estava um dia horroroso para mim, eu achava que eu ia morrer ontem. Mas, graças a Deus ainda estou aqui...

E-mail: rlucena@folhasp.com.br

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