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02/12/2003
Economista aposta em área pública e consolida posição
Alexandre Sammogini
Free-lance para a Folha
Na época em que o economista Eduardo Caldas, 29, se formou na faculdade, em meados da década de 90, a área que então mais lhe interessava era considerada fora de moda.
Quando contava a seus colegas de turma que pretendia se especializar em controle de orçamento público e políticas fiscais nos municípios, Caldas era visto como um idealista que provavelmente ficaria fora do mercado de trabalho.
Passados oito anos, o economista atua em uma ONG (organização não-governamental) e assessora diversos projetos em parceria com o poder público, como a análise do orçamento da Prefeitura de São Paulo ou o Programa de Modernização da Administração Tributária, que tem o patrocínio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
"As ONGs sentem a necessidade de economistas com formação voltada para as questões sociais, não apenas nas áreas administrativas mas também no desenvolvimento de projetos."
Hoje o economista diz que não lhe falta trabalho. Pelo contrário, participa de diversos projetos pelo Instituto Polis, ONG em que é contratado há três anos.
O salário é menor do que ganham seus colegas que foram para o mercado financeiro ou para empresas, mas Caldas diz que compensa a diferença com o rendimento da atividade de professor de economia na Universidade Federal de São Carlos.
Na área jurídica, a demanda por economistas com especialização em direito econômico vem crescendo tanto nas consultorias como nos próprios escritórios de advocacia.
Vanessa Boarati, 25, formada em economia pela USP, interessou-se por direito econômico ainda na faculdade. Ela fez por três vezes estágio não-remunerado no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em suas férias.
Em 1999, um ano antes de se formar, uma professora a indicou para uma vaga no escritório de advocacia Magalhães de Ferraz, especializado em direito econômico, onde está até hoje.
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