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23/04/2003
Entenda o caso dos fiscais do Rio
da Folha de S.Paulo
Agosto (2002)
A Procuradoria da Suíça abre investigação sobre depósitos suspeitos de US$ 33,4 milhões feitos no Discount Bank (atual Union Bancaire Privée) por quatro auditores federais e quatro fiscais de renda do Rio
Outubro (2002)
O relatório da investigação suíça é entregue ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro
Janeiro (2003)
Após o caso vir a público, a PF abre inquérito sobre os depósitos supostamente ilegais
Fevereiro (2003)
A Assembléia do Rio instala a CPI do "Propinoduto", para apurar suposto esquema de corrupção na Fazenda do Rio
Março (2003)
Um pedido de colaboração enviado pela Procuradoria suíça à Justiça Federal brasileira detalha a movimentação bancária naquele país dos oito funcionários originalmente investigados e de cinco outros _um fiscal e quatro auditores
A PF indicia 12 investigados sob as acusações de lavagem de dinheiro, manutenção de conta no exterior sem comunicação à Receita e sonegação _são dez fiscais e auditores, o ex-subsecretário da Fazenda do Rio Geraldo Moreira e o lobista Romeu Sufan
Abril (2003)
No dia 15, duas testemunhas fornecem à Justiça Federal fortes indícios de que um esquema de corrupção pode estar na origem do dinheiro enviado à Suíça pelos fiscais e auditores
Testemunhas
As testemunhas são Valéria Gonçalves dos Santos, ex-mulher do fiscal Carlos Eduardo Pereira Ramos, e o lobista Romeu Sufan
Oito fiscais e auditores são presos preventivamente, entre eles Rodrigo Silveirinha Correa, ex-subsecretário de Administração Tributária no governo de Anthony Garotinho (1999 a abril de 2002)
O que disseram as testemunhas à Justiça:
Valéria dos Santos
- O fiscal Carlos Eduardo Pereira Ramos, seu ex-marido, guardava dólares em gavetas, em casa, e lhe confessou mandar tudo para a Suíça
- Os dólares eram entregues a um motoboy dos empresários Alexandre Martins e Reinaldo Pitta, cujas empresas estão sob investigação da PF
- Em 1997, preencheu um formulário em inglês para abertura de conta no Discount Bank suíço [Essa conta foi posteriormente fechada por Pereira Ramos, que abriu outras duas em 98 e 99]
- Esteve na Suíça em 1997, com o marido, o fiscal Rômulo Gonçalves e sua mulher, Andréia Gonçalves. Foram ao Discount Bank consultar os saldos das contas. Gonçalves teria sacado US$ 40 mil
- Soube por Andréia Gonçalves que Rômulo Gonçalves e Pereira Ramos teriam feito um "acerto" para receber US$ 3 milhões do laboratório SmithKline em 1997
Romeu Sufan
- O fiscal Rômulo Gonçalves o enviou à Light em 1999 para cobrar uma "comissão" em troca do cancelamento de multas
- A propina seria de US$ 2 milhões. Sufan ficaria com 10%
- A direção da Light teria mandado aumentar a oferta a Gonçalves em US$ 1 milhão. Ele não explica o motivo deste aumento
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