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Vida Universitária 28/10/2003

Proximidade e preço são fundamentais

DÉBORA YURI
da Revista da Folha

Pedro Azevedo/ Folha Imagem
Carolina Born Taffonli, 23, 5° ano de geografia na USP, valorizou a gratuidade na ecolha da escola
Quem diria: a qualidade do ensino, grande bandeira das universidades públicas do país, não é o item decisivo para o aluno escolher onde cursará a graduação. Metade dos entrevistados que estudam em escolas públicas apontam o fato de o curso ser gratuito como o item que mais importa. Para estes estudantes, o reconhecimento da escola vem em segundo lugar (29%).

"Eu não poderia pagar uma faculdade, por isso o fato de o meu curso ser gratuito é o mais importante", diz Carolina Born Toffoli, 23, que cursa o 5º ano de geografia na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP. "Mas é claro que a 'grife USP' também atrai. Ela abre muitas portas para o mercado de trabalho e todo mundo pensa que tudo aqui é maravilhoso, mesmo quando não é", afirma.

Carolina conseguiu bolsa para o cursinho, no Objetivo, e atualmente faz estágio numa coordenadoria de extensão da universidade, que lhe rende R$ 516 mensais. "Quando comecei o curso, morava em Interlagos, era aquela jornada para chegar na USP. Agora mudei para o Butantã, mas o aluguel aqui é mais caro", diz a estudante, que mora com a mãe, doceira.

"O problema econômico é muito forte para a maioria dos brasileiros, nós vivemos num país pobre. Mas a qualidade do curso deve vir acima de tudo", analisa a pró-reitora de graduação da USP, Sonia Teresinha de Sousa Penin, 58. "Nós temos condições de ficar com os melhores alunos, e espero que eles percebam que são privilegiados, porque estudam numa instituição que está na ponta da criação científica e de conhecimento do país."

Entre os alunos de instituições particulares, a localização/facilidade de acesso é o fator mais importante para fazer a escolha (33%), seguida de perto por reconhecimento da instituição (29%) e pelo preço (17%). "Tomo só um ônibus e ando dez minutinhos. A proximidade facilita muito a minha vida, geralmente eu consigo arrumar carona para voltar para casa", resume Paula Ribeiro, 25, que cursa o 4º ano de educação física na Unip (Universidade Paulista), faz estágio numa escola e dá aulas de inglês.

Aluna do 3º ano do curso de marketing da Anhembi Morumbi, Tamara Cristina Barbosa, 24, até já trocou de universidade devido à proximidade. "Comecei o curso na Unip porque trabalhava bem em frente ao campus. Foi uma escolha totalmente feita por causa da localização, eu nem prestei Fuvest porque sabia que não passaria", diz. Há dois anos, quando foi morar na Vila Olímpia, resolveu pedir transferência para a Anhembi Morumbi.

"Eu já não estava satisfeita com o curso. Fiquei porque, no começo, você vê a faculdade como nos tempos de escola: precisa tirar nota para passar de ano e pegar o diploma para fazer a mãe feliz. Agora é supercômodo, eu vou andando e chego à Anhembi em dez minutos. Sempre tento fazer tudo perto, em São Paulo não dá para ficar pegando trânsito", diz.

Nota boa

Estudantes de instituições públicas e privadas divergem quanto à importância de corpo docente qualificado (19% dos que estudam em públicas consideram esse item decisivo, contra 2% dos últimos) e da localização da escola, que não foi citada por nenhum aluno de federais ou estaduais.

Na hora de avaliar sua instituição, os dois tipos de universitário demonstram satisfação: as escolas públicas conseguiram 8,1 de nota média, quase a mesma obtida pelas particulares, 7,8. Mas 72% dos alunos de públicas consideram a instituição em que estudam muito forte, contra 40% dos estudantes de particulares.

"Os alunos não podem se iludir, não adianta se comparar com a faculdade do outro lado da rua. É preciso fazer a comparação com as boas instituições do país e do mundo", diz Sonia Penin, da USP. Para tirar uma conclusão correta do curso, ela recomenda analisar as avaliações do MEC, checar bibliotecas e laboratórios e, principalmente, o gabarito dos professores. "As boas escolas contam com professores que fazem pesquisa e que publicam internacionalmente."

Controle

A expansão do mercado de ensino superior, que viveu um "boom" nos últimos cinco anos (veja quadro na pág. 9), é positiva, mas deve ser controlada. Essa é a opinião tanto de um lado do "muro" como do outro.

"É interessante para o país aumentar o número de pessoas com nível superior.

"Não sou contra a expansão, ela é a resposta a uma demanda importante. Em vez de impedir, temos de pensar em como fazer com que as instituições particulares melhorem. Esse é um desafio nacional", afirma a pró-reitora de graduação da USP.

Para João Carlos Di Genio, 64, reitor e dono da Unip, a instituição com mais alunos do país em 2002 (88.304, segundo o censo do MEC), é melhor ter escola do que não ter. "Mas defendo uma expansão limitada, coordenada e controlada", afirma.

Para abrir uma instituição de ensino superior, é preciso receber o aval da Sesu (Secretaria de Educação Superior). Novas instituições só podem ser credenciadas como faculdade, faculdade integrada, escola ou instituto superior, que não têm autonomia para abrir cursos novos sem autorização do MEC ?o que as universidades e os centros universitários têm. A diferença é que as universidades são obrigadas a desenvolver programas de pesquisa e de extensão, enquanto os centros e as faculdades não têm essas obrigações.

Como os centros universitários podem abrir cursos à vontade e sua única obrigação é a graduação, várias faculdades estão loucas para virar centro, afirma uma fonte do MEC. Para conseguir a mudança, a instituição faz uma solicitação ao ministério e passa por uma avaliação das condições de oferta dos cursos e do corpo docente, entre outros itens. A maioria, diz ele, consegue.



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