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Vida Universitária 28/10/2003

Muita faculdade, menos cursinho

VERÔNICA FRAIDENRAICH
da Revista da Folha

Fabiano Cerchiari/ Folha Imagem
Gêgela Pereira dos Santos, 20, estudante de secretáriado executivo, que não fez cusinho
65% dos universitários paulistanos entrevistados pelo Datafolha entraram na faculdade sem fazer o cursinho preparatório para o vestibular. Destes, mais de dois terços, 69%, estudam em instituições particulares.

É o caso da estudante Gêgela Pereira dos Santos, 20, que está no primeiro ano de secretariado executivo de um centro universitário. "Sabia por amigos que não teria dificuldade em passar no vestibular. Não deixei de sair nem de namorar. Não faço idéia da nota que tirei."

A multiplicação de faculdades particulares e a profusão de vagas dela decorrida, sem dúvida, ajuda a explicar esse panorama. "Há muitas instituições privadas que não exigem grande preparação do estudante", afirma Nicolau Marmo, coordenador-geral do Anglo Vestibulares.

Ele lembra que, mesmo nas públicas, há cursos que não são muito concorridos e, portanto, não exigem tantas horas de estudo. "Agora se o estudante quer fazer medicina na USP ou Unicamp, por exemplo, é quase obrigatório fazer um cursinho." Ele acrescenta que dificilmente alguém recém-saído do 3º ano escolar, sem preparação extra, é aprovado nesse curso.

A falta dessa preparação extra é mais uma pedra no caminho dos alunos de baixa renda e foi a razão do surgimento dos chamados cursinhos comunitários ou alternativos. "Esses cursinhos são parte da necessidade de inclusão social e podem fazer a diferença nas chances desses estudantes entrarem nas universidades públicas", comenta a pró-reitora de graduação da USP, Sonia Teresinha de Sousa Penin.

Um deles, patrocinado pela ONG Anid (Ação Negra de Integração e Desenvolvimento), existe desde 1998 e oferece cerca de 200 vagas, com mensalidades de R$ 40. "Mas, se não tiver condições de pagar nem isso, o aluno pode conseguir bolsas de até 100%", diz seu presidente, Gerson Pedro.

Num dos mais conhecidos, o cursinho da Poli, criado pelo grêmio dos estudantes, são oferecidas, em média, 2.500 bolsas, distribuídas conforme avaliação socioeconômica dos interessados --além de 15 mil vagas com mensalidades de R$ 175 a R$ 265. O grêmio também mantém parcerias com a Prefeitura de São Paulo e movimentos sociais, dispondo outras 464 vagas para indígenas, sem-terra, menores em situação de riscos e presos.

Ganhar uma bolsa ali e entrar na USP é um sonho possível, como comprovou Rafael Rodrigo da Silva, 21, aluno do 1º ano de engenharia da própria Poli, após três anos no cursinho. Filho de uma auxiliar de enfermagem e de um técnico de refrigeração, Rafael estudou a vida toda em escola pública. Em 2000, ele prestou vestibular na USP e Unesp (Universidade Estadual Paulista), mas não passou. No ano seguinte, continuou no cursinho e conseguiu ingressar na Unesp, mas acabou não cursando, por sérios problemas de saúde.

Em agosto de 2002, Rafael voltou a frequentar o cursinho da Poli. "Já conhecia a matéria, mas percebi que se ficasse em casa não iria estudar". Deu certo. Ele diz acreditar que a abordagem "mais geral" do vestibular da USP foi o que facilitou seu ingresso. "Não estava mais fácil, mas menos específico, o que me ajudou, pois prezou a inteligência e não a decoreba", acha.

É uma opinião que bate com a maioria: 66% dos alunos de escolas públicas entrevistados consideram muito difícil ou um pouco difícil o processo seletivo dessas universidades, contra 34% que têm a mesma opinião nas faculdades particulares. No outro lado da gangorra, as opções fácil ou um pouco fácil foram assinaladas por apenas 28% dos alunos das escolas públicas, contra 63% das particulares.

Enquanto nas públicas os critérios são rigorosos (geralmente têm duas fases e questões dissertativas), em algumas particulares o processo seletivo exige apenas testes e nota de redação do Enem.

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