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Vida Universitária 28/10/2003

43% pagam o próprio curso; mensalidade média é R$ 643

DÉBORA YURI
da Revista da Folha

Ricardo Reviriego/ Folha Imagem
Juliana Machado de Queiroz, 21, que trabalha para pagar a faculdade
Afaculdade pode ser cara, mas a moçada divide a responsabilidade: 43% dos estudantes pagam o próprio curso, contra 47% que dependem dos pais para fazê-lo.

Mesmo entre os universitários das classes A e B, 38% não recebem ajuda para custear seus estudos. Nas classes C, D e E, o número de alunos que pagam a faculdade sobe para 66%. E a mensalidade média em São Paulo é R$ 643 --quase o triplo do valor do salário mínimo.

"Tenho que dar uma rebolada para conseguir pagar e viver. Diversão eu não tenho mais, deixei de lado", conta Juliana Machado de Queiroz, 21, 1º ano de moda na Faculdade Senac, mensalidade de R$ 809. "Eu tento pagar até um certo dia do mês, porque assim o preço cai para cerca de R$ 730. Mas nem sempre dá, aí, fico no aperto completo", conta.

Para a estudante, o sufoco vale a pena. "Não dá para trancar, estou adorando o curso, não vejo a hora de pegar meu diploma", diz ela, que trabalha no atendimento ao cliente da faculdade e gasta quase todo o salário com a mensalidade --os pais ajudam na compra de material e, às vezes, na condução.

Para 64%, a mensalidade cobrada é cara. José Walter Pereira dos Santos, 64, diretor-executivo da Anup (Associação Nacional das Universidades Particulares), explica que ela está diretamente ligada a dois pilares da educação superior de qualidade: corpo docente e infra-estrutura. "O salário dos professores pesa muito, e as escolas tentam pagar mais do que as outras para seduzir os melhores profissionais. Além disso, é importante pagar pelas horas que o professor dedica à instituição fora da sala de aula."

O reitor e dono da Unip (Universidade Paulista), João Carlos Di Genio, diz que qualificação custa caro. "A equação de ensino barato com qualidade é difícil. Na Unip, 46% do corpo docente são mestres ou doutores. Para oferecer isso aos alunos, você precisa pagar um determinado preço", afirma Di Genio.

Além do fator mão-de-obra, manutenção de laboratórios, formação de boas bibliotecas e carga horária alta (período integral ou semi-integral) também ajudam a elevar os custos.

É o que explicaria os valores cobrados no curso de medicina, tradicionalmente o superior mais caro da cidade. Uninove (Centro Universitário Nove de Julho) e UniCastelo (Universidade Camilo Castelo Branco), que abriram neste semestre seus cursos, cobram R$ 2.200 cada; a PUC-SP, R$ 2.068; a Unisa (Universidade de Santo Amaro), R$ 2.037, e a Santa Casa, R$ 1.800.

Na Unip, que não tem medicina, as mensalidades mais altas são de áreas "aparentadas", como odontologia (R$ 1.842) e medicina veterinária (R$ 1.578).

Mas os preços não ficam muito longe dos praticados em alguns cursos de economia e administração. Na Faculdade Ibmec, eles custam R$ 1.520 mensais. A tradicional FGV (Fundação Getúlio Vargas) cobra R$ 1.298. No ano que vem, a fundação abre seu curso de economia com o mesmo preço. Estudar veterinária na Anhembi Morumbi custa R$ 1.225 por mês e fonoaudiologia na PUC-SP, R$ 1.064.

"O problema é que muitas instituições se instalaram porque viram na educação um grande negócio, uma mina de ouro", diz Dilvo Ristoff, diretor de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior do Inep/MEC.

A pró-reitora de graduação da USP, Sonia Teresinha de Sousa Penin, concorda que educação superior virou um negócio lucrativo. "Todo mundo sabe que hoje há muitas instituições que são 'fábricas de diplomas'. Os empresários querem lucro e descobriram um bom mercado. Estas instituições precisam ser fechadas ou intimadas a mudar para não fechar, por isso é importante que o MEC continue fazendo as avaliações de condições e ofertas dos cursos."

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