29/11/2004
É cedo demais para otimismo, diz economista
LUCIANO MARTINS COSTA
Free lance para a Folha
O economista Cláudio Dedecca, coordenador do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho do Instituto de Economia da Unicamp) acha que a maioria das pessoas economicamente ativas vai adotar uma atitude cautelosa e evitar endividamento.
"Ainda não há sinais de grande impacto de aumento na massa de rendimentos", afirma, opinando que "o governo tem trabalhado objetivamente contra isso ao elevar a taxa de juros e frustrar a expectativa de crescimento da economia".
Dedecca aponta outros fatores para sua cautela: "A recuperação é puxada pelo setor externo e seus efeitos têm sido localizados; para que o comércio venda em dezembro, a indústria já deveria ter produzido a esta altura, e os indicadores industriais crescem a taxas positivas, mas em ritmo menor", acrescenta.
Segundo o coordenador do Cesit, nem as lideranças do comércio esperam uma explosão das vendas. "O número de novos empregos no comércio é baixo, comparado ao de anos anteriores; a oferta majoritária é de trabalho precário e a remuneração é menor do que a renda daqueles que foram demitidos nos últimos meses", conclui.
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