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Folhainvest 13º Salário e Previdência
29/11/2004

Artigo: Um bom presente de fim de ano é um futuro sem dívidas

LOUIS FRANKENBERG
Especial para a Folha

Meu primeiro ímpeto, na qualidade de planejador financeiro que pretendo ser, é repetir o que a maioria dos profissionais costuma dizer: "Pague suas dívidas primeiro, já que em nenhum investimento você recebe tão elevada taxa de juro quanto paga em compras a prazo". Não tenho dúvida de que, sob um ponto de vista meramente financeiro, esta seria a melhor opção.

Sei muito bem que as festas de fim do ano deveriam poder proporcionar alegria a todos os nossos dependentes e familiares, inclusive fazendo uso do 13º salário como uma das formas para manifestar este desejo de presentear.

É sabido que hoje em dia apenas a metade da população brasileira está empregada, de acordo com a CLT ( Consolidação das Leis do Trabalho), e normalmente recebe seu tão aguardado 13º salário em duas parcelas mensais. Muitas empresas, para poder pagá-lo, têm que apelar para os bancos, pois geralmente nem possuem capital de giro suficiente para sangria tão elevada. A outra metade da população, aquela que trabalha por conta própria, nem recebe o 13º salário.

A primeira conclusão a que chego é que as empresas que estão nas péssimas condições de ter de pedir SOS aos bancos e financeiras e de apelar para empréstimos estão tão combalidas e paupérrimas quanto seus próprios funcionários. O ano que vem, algumas delas, eventualmente, nem terão condições de continuar existindo.

Neste período, a mídia começa a especular sobre quanto vai ser injetado na economia e quando estes tão esperados bilhões de reais chegarão ao setor comercial, que por antecipação vai aumentando seus preços, por conta de uma presumida inflação.

O comerciante, por sua vez, ávido por vender e obter lucro, faz seus cálculos para saber qual a taxa de juros que pode embutir silenciosamente nas mercadorias, sem que o explorado consumidor o perceba. Serão dois, três, quatro ou mais por cento ao mês? O cálculo é disfarçado de tal forma que torna possível vender a mercadoria em dez vezes, e alardeando então na propaganda bombástica e enganosa -"e sem juros!"

Esse comerciante acaba ganhando duplamente: lucro com a mercadoria e mais lucro com os juros embutidos e fora de proporções decentes.

O mais triste da história é que o poder aquisitivo de nossa população está diminuindo a olhos vistos, ampliando a cada ano que passa o clube dos endividados e inadimplentes.

As razões deste empobrecimento coletivo da maioria do povo são múltiplas e complexas, envolvendo, entre outras, perda de emprego, aumento excessivo dos preços dos serviços públicos e administrados, impostos diretos e indiretos que incidem indistintamente sobre tudo que adquirimos e salários que não aumentam na mesma proporção que nossos gastos.

Por outro lado, os tempos modernos transformaram nossos sonhos e ambições, antes simples como a de "estarmos juntos para confraternizar" em "comprometedoras de nossa estabilidade financeira".

Já não nos basta um jantar coletivo, na presença de todos nossos familiares na noite de Natal. Os presentes devem ser de valor indiscutível, adquiridos com sacrifício e pelos quais, posteriormente e por um ano inteiro, teremos de sacrificar nosso orçamento doméstico.

Quantos juros, quanto estresse, quantos futuros sobressaltos seriam evitados caso adquiríssemos apenas presentes de valor simbólico, sem que para isso precisássemos nos endividar até a alma!

Que tal voltarmos aos princípios sadios e simples de antigamente?

Louis Frankenberg é planejador financeiro e presidente do IBCPF (Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros) e vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças)

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