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29/11/2004

Bolsa: Alta de juros poderá inibir o mercado de capitais

Mas novas emissões de títulos de empresas atrairão mais investidores

SANDRA BALBI
Da reportagem local

Flávio Florido/Folha imagem
Raymundo Magliano, presidente da Bovespa, diz que dobrou a participação de pessoas físicas na Bolsa nos últimos cinco anos
O presidente da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), Raymundo Magliano, diz que enquanto os empresários resistem em abrir mão do controle de suas empresas, para aderir ao Novo Mercado onde são negociadas só ações ordinárias, cresce a procura por esses papéis e a participação do pequeno e médio investidor nos pregões. "A participação da pessoa física na Bolsa dobrou nos últimos cinco anos, e chega hoje a 30% do volume negociado", afirma Magliano. Leia trechos da entrevista.

Folha - A retomada do processo de alta dos juros poderá tirar o atrativo da Bolsa em 2005?
Raymundo Magliano - Para nós é um fator inibidor extraordinário. A hora que você tiver uma taxa baixa, e aplicar na poupança ganhando 3% ao ano, se for para a Bolsa pode ganhar 6% a 7% ao ano, só com dividendos. Mas apesar da alta dos juros, como devem ocorrer muitas aberturas de capital no ano que vem, creio que haverá um fluxo maior de recursos para a Bovespa. Isso deverá atrair novos investidores.

Folha - O que é mais arriscado hoje, comprar ações ou investir em renda fixa onde clientes do Banco Santos perderam dinheiro?
Magliano - Creio que são duas visões diferentes: uma de longo prazo e outra de curto. Aquele que desejar diversificar suas aplicações, ou criar uma poupança de longo prazo, que aplique todo mês, durante um grande período de tempo, para no futuro ter um percentual de seu patrimônio em ações, e poder financiar os estudos dos filhos.

O mercado de capitais tem de ser visto num horizonte de cinco a dez anos, não menos que isso. Aplicando em ações no longo prazo, você deve ter um resultado melhor do que na renda fixa.

Folha - Qual o caminho para o pequeno investidor entrar no mercado de capitais ?
Magliano - São os fundos e clubes de ações. Para o pequeno investidor, ter uma carteira de ações é difícil, ele vai ter um papel apenas. Mas dentro do conceito da diversificação de risco você tem de ter ações de várias empresas.

Folha - Qual é a participação do investidor pessoa física no mercado de ações hoje?
Magliano - Essa participação aumentou muito: era de 15%, em 1999, e hoje é de quase 30% do volume negociado. Essas operações são feitas via corretoras ou pelo "home broker", o sistema de compras via internet, diretamente no pregão da Bolsa e que permite operações de R$ 500 a R$ 1000, por exemplo.

Folha - Qual o perfil desses novos investidores?
Magliano - Há de tudo: jovens, aposentados, mulheres. Temos clubes de tenistas, do Feng Shui, médicos. Eles procuram uma corretora e são orientados a se reunir e começar a conhecer o mercado de ações.

Folha - Depois de vários anos de ressaca voltaram a ocorrer novas emissões na Bovespa; quantas foram este ano?
Magliano - Foram sete até agora, sendo cinco no Novo Mercado. Há mais uma prevista para este ano, da Renar Maçãs, de Santa Catarina. Mas não sei se haverá tempo. As novas empresas estão tendo boa movimentação: a Dasa [Diagnósticos da América], por exemplo, que entrou no mercado no dia 19, movimentou cerca de R$ 98 milhões.

Folha - O investidor pessoa física já participa nessas emissões?
Magliano - Sim, muito. Na emissão da Gol, por exemplo, tivemos 12.500 pessoas físicas comprando o papel, na Natura foram 4.500.

Folha - Por que o Novo Mercado está andando tão devagar: foram sete emissões em quatro anos?
Magliano - Só agora houve uma consciência do investidor da importância do Novo Mercado. Ele quer direitos iguais, é a democracia que começa a permear o mercado acionário. Hoje as empresas do Novo Mercado têm maior aceitação que as demais pois são ações ordinárias, com direito a voto. Se a empresa for vendida, o prêmio de controle terá de ser pago também aos acionistas minoritários. No outro mercado, não, você tem ações preferenciais e em caso de venda da empresa o comprador pagará R$ 100, por exemplo, pelas ações de controle e R$ 50 pelas preferenciais.

Folha - E as empresas, elas resistem em aderir ao Novo Mercado?
Magliano - Sim, mas agora as empresas estão vendo que para fazer emissões terão de atender às exigências do investidor que quer mais transparência, direitos iguais, visibilidade e Câmara Arbitral. Caso haja algum problema, ele será resolvido entre a empresa e o investidor na Câmara Arbitral, e não no Judiciário, onde pode demorar sete anos para ter uma solução. Isso é uma garantia muito grande para o investidor.

Folha - Por que os empresários resistem tanto em abrir mão do controle e adotar as regras do Novo Mercado?
Magliano - É uma questão cultural. A idéia dominante ainda é ter um dono só, não dar satisfações aos outros. Mas alguns empresários já estão vendo que se quiserem se desenvolver, eles precisam dividir seu capital com acionistas, senão eles não terão capital suficiente para enfrentar a concorrência interna e externa.

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