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28ª Mostra BR de Cinema
20/10/2004

Retrospectiva Abbas Kiarostami

O cineasta iraniano Abbas Kiarostami, 64, será um dos homenageados da 28ª Mostra BR de Cinema com a exibição de todos os longas-metragens de sua carreira.

Vencedor da Palma de Ouro do 50º Festival de Cannes com o filme "Gosto de Cereja", Kiarostami é um dos mais importantes cineastas da atualidade, tendo sido reconhecido mundialmente na década de 1990 com obras como "Close-Up" e "Através das Oliveiras".

Nascido em Teerã, em 1940, Kiarostami sempre se interessou pela arte. Estudou Belas Artes na Universidade de Teerã e trabalhou como designer e ilustrador até 1968, quando fundou o Departamento de Cinema no Centro para o Desenvolvimento Intelectual de Crianças e Jovens.

A partir de então tem início sua carreira cinematográfica, começando com o curta-metragem neo-realista "O Pão e o Campo" (1970). Ao longo de sua carreira produziu mais de 30 filmes, como os curtas-metragens "O Descanso", "A Solução Número Um", "O Coro", e os longas "Onde Fica a Casa de Meu Amigo?", "Vida e Nada Mais (E a Vida Continua...)" e "O Vento Nos Levará".

Inspirados na estética neo-realista, as produções de Kiarostami têm características peculiares, como a utilização de atores amadores e crianças, além de serem filmadas em locações naturais para estimular uma reflexão sobre dilemas humanos.

O sucesso do diretor no Ocidente abriu portas para uma geração de cineastas que propôs uma mudança estética no cinema iraniano a partir das décadas de 1960 e 1970, produzindo um cinema de temática político-filosófica por meio da linguagem poética.

Veja os filmes do cineasta iraniano que serão exibidos na mostra:

Direção de Abbas Kiarostami

- "Cinco" (Irã, 2004, 74’, colorido) Em um trabalho contemplativo, Kiarostami utilizou apenas de uma câmera DV para filmar o que acontecia nos 500 metros de praia diante de sua casa, próxima ao mar Cáspio. "É um trabalho que se aproxima da poesia, da pintura, e que me liberou da obrigação da narrativa e da escravidão da direção". O filme teve sua pré-estréia mundial no Festival de Cannes de 2004, onde foi exibido fora de competição.

- "Dez Sobre Dez" (Irã, 2003, 87’, colorido) Kiarostami compartilha experiências de sua carreira. Para o diretor, o cinema é simples: tudo o que se precisa é uma câmera, três lentes e um par de tripés. Cada movimento de câmera deve ter uma boa razão. A câmera DV é hoje uma de suas paixões. Kiarostami vê nessa pequena câmera portátil o instrumento ideal para abolir clichês e superar pretensões estéticas.

- "ABC África" (Irã/França, 2001, 84’, colorido) É a primeira vez que Kiarostami filma fora do Irã e utiliza câmeras e tecnologia digitais. Tudo começou em abril de 2000, quando Kiarostami viajou para Kampala (Uganda) a convite do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD), associação humanitária mantida pela ONU. Durante dez dias filmou as histórias de centenas de crianças e adolescentes órfãos.

- "Através das Oliveiras" (Irã/França , 1994, 103’, colorido) Um cineasta filma no interior do Irã, numa região marcada pela pobreza e abalada por um terremoto. Os atores são recrutados entre os habitantes. O final das filmagens acaba retardado porque dois dos selecionados não conseguem repetir as falas de uma cena banal. O ator erra de propósito para que a filmagem não acabe e ele tenha que deixar a moça. Vencedor do Prêmio da Crítica da 18ª Mostra.

- "Close Up" (Irã, 1990, 100’, colorido) Semi-documentário sobre um jovem cinéfilo frustrado, preso pela polícia ao se fazer passar por Mohsen Makhmalbaf, célebre diretor de cinema iraniano, perante uma família rica, com a intenção de assaltar a casa. O diretor deste filme visitou o acusado na prisão e obteve permissão para filmar seu julgamento.

- "Dez" (Irã, 2002, 94’, colorido) Dez seqüências na vida emocional de seis mulheres e os desafios com que elas se deparam num momento particular de suas vidas. Dez episódios que se passam em dias diferentes, mas sempre no carro de uma jovem mulher. Além de seu filho, ela dá carona a várias mulheres: uma prostituta, uma jovem apaixonada, uma senhora, criando um sensível retrato da feminilidade no Irã.

- "Gosto de Cereja" (Irã/França, 1996, 95’, colorido) Premiado com a Palma de Ouro no 50º Festival de Cannes, o filme acompanha a trajetória do senhor Badii, um homem de 50 anos que procura alguém disposto a ganhar um dinheiro rápido e fácil em troca de um trabalho. Um trabalho difícil de explicar e que ninguém parece disposto a aceitar. O que o senhor Badii quer é alguém que se disponha a atender ao seu estranho último desejo.

- "O Vento Nos Levará (Irã/França,1999, 112’, colorido) Abbas Kiarostami retoma a temática da morte. Mais uma vez trabalha com pessoas comuns, adultos e crianças sem experiência no cinema. No filme, personagens saem de Teerã para passar alguns dias na remota vila de Siah Dareh, no Curdistão iraniano, onde vão a um antigo cemitério e andam em torno dele, fazendo com que os moradores locais acreditem que estão procurando por tesouros. O filme ganhou o Prêmio do Júri do Festival de Veneza de 99.

- "Vida e Nada Mais (E a Vida Continua)" (Irã, 1991, 91’, colorido) Um road movie que mistura crítica social com o registro de uma tragédia. Junto com seu filho, o cineasta faz uma viagem pela região norte do Irã, local atingido por um forte terremoto em 1990, para reencontrar os dois jovens atores de seu filme "Onde Fica a Casa do Meu Amigo?". Apesar de desolados, os habitantes da região não se abatem e lutam para resgatar dos escombros o que restou.

- "Lição de Casa" (Irã, 1989, 86’, colorido) O diretor Abbas Kiarostami, que já trabalhou como professor de artes e cinema, faz uma análise do sistema de ensino em seu país. As crianças expressam suas opiniões, contam um pouco de suas vidas e falam dos problemas que enfrentam diante dos pais analfabetos ou impacientes, que não estão familiarizados com os modernos métodos de ensino e não conseguem ajudar os filhos com as lições de casa --que consideram excessivas.

- "Onde Fica A Casa Do Meu Amigo?" (Irã, 1987, 83’, colorido) O jovem garoto Ahmad, ao fazer seu dever de casa, percebe que pegou o caderno de seu amigo por engano. Para devolvê-lo, parte em busca do colega, em uma vila dos arredores. Chegando lá, encontra-se com diversos moradores e vivencia o dia-a-dia de cada um num ritmo lento e real. Esse filme é o primeiro de uma trilogia que seguiu com "E a Vida Continua" (1991) e "Através das Oliveiras" (1994).

- "First Graders" (Irã, 1984, 85’, colorido) O documentário foi rodado na escola primária Tohid, na metade da década de 1980. Os alunos arrumam alguma confusão e o diretor é chamado para resolver o conflito. Ele observa, interroga e confronta as crianças de maneira a incutir nelas senso de responsabilidade. Fica visível uma espécie de jogo pedagógico baseado em métodos severos utilizados no sistema de ensino do Irã.

- "The Report" (Irã, 1977, 112’, preto-e-branco) O protagonista é um coletor de impostos, acusado de aceitar suborno. Além dos problemas no trabalho, o homem ainda tem que lidar com as crises da esposa que há pouco tentou se suicidar. Após a Revolução Islâmica, em 1979, o filme foi censurado por abordar temas que só diziam respeito à família.

Roteiros de Abbas Kiarostami

- "O Balão Branco" (Irã, direção de Jafar Panahi, 1995, 85’, colorido) Filme tem como cenário o Ano Novo no Irã. Menina vai comprar um peixe dourado para as comemorações da data, mas perde o dinheiro dado por sua mãe e acaba vivenciando encontros inesperados e situações repletas tanto de aflição como de magia e descoberta. Prêmio do júri da 19ª Mostra e da Caméra d’Or no Festival de Cannes 95.

- "Ouro Carmin" (Irã, direção de Jafar Pananhi, 2002, 97’, colorido) Filme baseado em notícia de jornal que mostra a vida do ponto de vista de dois marginais de Teerã, revelando as contradições da capital do país, dividida entre os ricos do norte e os pobres do sul, além do terror estatal na repressão moral sobre os jovens sob o manto do regime dos aiatolás.

Homenagem a Abbas Kiarostami

- "Volte Sempre, Abbas!" (Brasil, direção de Leon Cakoff e Renata de Almeida, 1999, 6’, colorido). Tributo a Abbas Kiarostami e à brava gente de São Paulo, cidade pobre, caótica, suja onde se pode descobrir outras formas de viver e sobreviver com alguma dignidade. É também reflexão sobre a metrópole a partir do olhar estrangeiro e a visão humanista do mestre Kiarostami.

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