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28ª Mostra BR de Cinema
20/10/2004

Retrospectiva Amos Gitai

Conhecido por seus filmes de forte cunho político, o israelense Amos Gitai ganha neste ano uma retrospectiva com mais de 20 obras na 28ª Mostra BR de Cinema.

Nascido em Haifa em 1950, filho de uma das famílias fundadoras do Partido Trabalhista, Gitai inicia seus estudos superiores em arquitetura em 1971, filmando paralelamente documentários com temáticas políticas e sociais em 8 mm e 16 mm.

Sua experiência como membro de uma unidade aérea de salvamento durante a Guerra do Kippur, em 1973, marca sua vida depois de ter sido atingido por um míssil sírio. O incidente o obrigou a passar metade de um ano hospitalizado.

Sem paralisar sua produção cinematográfica, Gitai conclui o curso de arquitetura na Universidade de Berkeley, na Califórnia (EUA), começando então a colaborar para a televisão israelense com filmes como "House" (1980) e "Vallée" (1981).

Depois de ter sido censurado em seu país por "House", considerado "simpático demais em relação aos palestinos", o cineasta deixa Israel e fixa residência em Paris, onde continua a investir em documentários políticos.

O ano de 1985 marca uma virada na carreira de Gitai, com a produção de obras de ficção, sem deixar de lado os mitos políticos e culturais. Elabora então a trilogia do exílio, composta de "Ester", "Berlim-Jerusalém" e "Golem, O Espírito do Exílio".

No início dos anos 90, Gitai retorna a Israel e dirige filmes em que observa os destinos cruzados dos que compõem a história antiga ou contemporânea de Israel.

Com "Zihron Devarim" (1995), filmado em Tel Aviv, depois com "Yom Yom" (1998), em Haifa, e, finalmente, com "Kadosh - Laços Sagrados", em Jerusalém, Gitai mostra a realidade atual de seu país, retratando essas três grandes cidades israelenses radicalmente diferentes.

Além do curta-metragem incluído no filme "11 de Setembro", seus últimos filmes foram "Éden" (2001), drama ambientado na Palestina nos primeiros momentos após a Segunda Guerra Mundial, "Kedma" (2002), sobre o choque da chegada dos imigrantes europeus à Palestina ainda sob domínio inglês, "Alila" (2003), uma comédia dramática que retrata os atritos entre os moradores de um condomínio, desenhando uma metáfora dos dilemas de Israel e "Promised Land" (2004), que concorreu ao Leão de Ouro no Festival de Veneza.

Filmes de Amos Gitai presentes na 28ª Mostra BR de Cinema

- "Terra Prometida" (França/Israel, 2004, 88’, colorido). Grupo de jovens mulheres da Europa do leste é conduzido por árabes a Israel, onde integrarão o lucrativo comércio de escravas brancas, dentro do circuito de clubes fechados para clientes da prostituição.

- "Alila" (Israel/França, 2003,121’, colorido). Comédia dramática que retrata os atritos entre os moradores de um condomínio, desenhando uma metáfora dos dilemas de Israel.

- "11 de Setembro" (Inglaterra/França, 2002, 130’, colorido). Filme coletivo internacional de reflexões sobre o atentado de 11 de setembro de 2001. Amos Gitai assina o episódio Israel. Ele traça um paralelo entre a dor e o caos provocados pela explosão das torres gêmeas e um dia de atentado em Jerusalém.

- "Kedma" (Israel, 2002, 100’, colorido). Dias antes da saída dos ingleses e da criação do Estado de Israel, um velho cargueiro chamado Kedma transporta sobreviventes do Holocausto, vindos dos quatro cantos da Europa. O filme é a história das primeiras horas que estas pessoas passaram no país recém instaurado.

- "Éden" (Israel, 2001, 91’, colorido). Filme, baseado na novela "Homely Girl", de Arthur Miller, que mostra cinco personagens com pontos de vista inteiramente diverso sobre o futuro do Estado independente de Israel.

- "Wadi Grand Canyon" (Israel/França/Itália, 2001, 89’, colorido). Vinte anos depois de sua primeira visita, o cineasta volta às montanhosas paisagens do vale Wadi Rushmia para revelar o que mudou nos últimos dez anos na vida dos imigrantes que habitam "o coração do infinito conflito que é o Oriente Médio".

- "O Dia Do Perdão" (Israel/França, 2000, 124’, colorido). História com forte cunho autobiográfico, baseada nas memórias do diretor sobre a Guerra do Yom Kippur. O centro do filme é a queda de um helicóptero israelense, integrante da equipe aérea de resgate e salvamento, atingido por um míssil sírio.

- "Kadosh - Laços Sagrados" (Israel, 1999, 110’, colorido). Num bairro extremamente ortodoxo de Jerusalém, duas irmãs reagem diferentemente aos preceitos religiosos e regras comunitárias defendidas pelos homens: Rivka, que não pode ter filhos e foi abandonada pelo marido, mergulha numa vida de silêncio e solidão; Malka está disposta a lutar por seu amor e por sua liberdade.

- "Uma Casa em Jerusalém" (Israel/França, 1998, 90’, colorido) O cineasta retoma neste documentário, vinte anos depois, o tema de um de seus primeiros filmes, "House" (1978), que se desenrola em uma casa habitada por gerações de árabes e israelenses. Cada novo morador torna-se, assim, uma metáfora para as turbulentas condições de vida em Israel.

- "Um Dia Depois do Outro" (Israel,1998, 99’, colorido). Filme sobre uma intricada teia de relações de família árabe-israelense, em Haifa. Moshe é casado e feliz com Didi, mas tem caso com Grisha, fantasias eróticas com sua médica e não sabe que compartilha uma de suas mulheres com o melhor amigo. Sua mãe, judia, faz de tudo para ajudar o filho a escapar de suas confusões. E seu pai, árabe, enfrenta dilema moral, quando corretores judeus propõem comprar a sua casa de infância para a construção de um moderno shopping center.

- "A Arena da Morte" (Israel, 1996, 95’, colorido). Documentário que analisa as repercussões do assassinato do primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, em 1995, em plena Tel Aviv, pelas mãos de um jovem radical judeu. As incertezas sobre o futuro do país, as dificuldades do processo de paz com os palestinos e os demais vizinhos árabes e as memórias das guerras dos anos 60 e 70 são discutidas por personalidades de Israel.

- "Coisa" (Israel/França/Itália, 1995, 112’, colorido). Drama baseado no livro "Passado Contínuo", do escritor Yaakov Shabtai, sendo o primeiro filme da trilogia sobre cidades israelenses. Três homens, moradores de Tel Aviv, retratam uma geração que perdeu o contato com os valores de seus ancestrais e tornou-se a expressão do desencanto com a política.

- "Golem, o Jardim das Pedras" (França/Alemanha/Rússia/Israel, 1993, 84’, colorido). Marchand viaja para a Sibéria para tomar posse de uma coleção de objetos de arte que herdou e leva consigo gigantesca mão esculpida, que ele acredita ser parte do Golem, criatura mítica judaica feita de argila. Na sua travessia pela Rússia, ele procura o resto da estátua, num percurso que cada vez mais se torna uma busca de sua própria identidade.

- "Trilogia Neofascista 1 - No Vale do Wupper" (Israel/Alemanha/ França/ Itália, 1994, 90’, colorido) O tema deste documentário é a investigação de um assassinato cometido por dois neonazistas na cidade alemã de Wuppertal, perto de Colônia, em novembro de 1992. Uma cidade que se tornou um refúgio para muçulmanos fugitivos da guerra na antiga Iugoslávia, também transformou-se num dos quartéis-generais dos neonazistas daquele país. Gitai chega à cidade apenas uma semana depois da morte, tendo a oportunidade de recolher depoimentos no calor da hora, ainda incertos de todos os detalhes.

- "Trilogia Neofascista 3 - Queen Mary" (França/Alemanha/Israel/Itália, 1993, 90’, colorido) Documentário sobre o Queen Mary, grupo de rock de Gennevilliers, subúrbio parisiense, que foi descoberto por Dave Stewart e Annie Lennox, do Eurythmics, e convidado por estes para gravar um disco em Londres. Através do retrato traçado pelo ambiente, os fãs e as canções do grupo, o cineasta encontra pistas para a explicar o crescimento do racismo na Europa. As letras das canções do Queen Mary expressam com clareza cristalina os sentimentos dos moradores das periferias urbanas, uma espécie de alienação dos indivíduos motivada por seu habitat, a arquitetura anônima dos conjuntos habitacionais de baixo custo, típicos da segunda metade do século 20.

- "Golem, o Espírito do Exílio" (França/Itália, 1992, 105’, colorido). História de uma mulher e suas irmãs, forçadas ao exílio depois da morte de seus maridos, inspirada na história bíblica de Rute e na interpretação do Golem, criatura mítica judaica, que identifica o exílio e as migrações.

- "Wadi Dez Anos Depois" (Israel/França/Inglaterra, 1991, 97’, colorido). O filme faz um balanço sobre dez anos de história do vale de Wadi Rushmia, a oeste de Haifa, região que acolhe populações árabes e judaicas. Cada uma delas deixa um traço de sua cultura e modo de ver a vida. As circunstâncias e as histórias pessoais refletem o contexto político-social da região, que mostra sinais de deterioração.

- "Brand New Day" (França/Inglaterra, 1987, 93’, colorido). Documentário sobre a turnê do grupo Eurythmics no Japão, para promoção de seu quinto álbum, "Revenge", no final da década de 80.

- "Berlim Jerusalém" (Israel, 89’,1989, colorido). Filme baseado na vida de Else Lasker-Schüller, poeta expressionista alemã, e Mania Shohat, pioneira sionista vinda da Rússia, cujos destinos se cruzam no confronto de seus sonhos sobre Jerusalém, diante da vivência real da cidade.

- "Ester" (Israel/Inglaterra, 1985, 97’, colorido). Primeiro filme de ficção da carreira de Gitai, que recria de forma poética o relato bíblico sobre Ester, a mulher que se sacrifica a entrar num círculo de vingança para salvar seu povo.

- "Abacaxi" (França,1984, 76’, colorido). Documentário que critica a nova economia global, explorando várias facetas da produção e industrialização do abacaxi. O filme mostra aspectos curiosos, como o alto consumo per capita da fruta em países não produtores e os modernos métodos de processamento do abacaxi, realizado em diversas partes do mundo.

- "Bangcoc - Bahrein (Trabalho à Venda)" (França,1984, 79’, colorido). Documentário sobre o drama de imigrantes tailandeses que buscam trabalho em países árabes e mulheres tailandesas que recorrem à prostituição para enfrentar a miséria. Contrasta-se essa situação com a riqueza de Bahrein, um dos emirados árabes que recebe os tailandeses.

- "Diário de Campanha" (Israel/França,1982, 83’, colorido). Documentário ambientado na Cisjordânia e faixa de Gaza, ocupadas pelas tropas israelenses, antes e durante a invasão do Líbano, que retrata a vida cotidiana na região, mostrando desde a febril atividade nos mercados e fazendas aos comentários de soldados israelenses, sem esquecer de dar a palavra aos palestinos e aos colonos judeus.

- "A Casa" (Israel, 1980, 51’, preto e branco). Para a compreensão do conflito entre árabes e judeus, este documentário acompanha mudanças de propriedade de uma casa que pertenceu, primeiro, a um médico palestino, posteriormente foi alugada por judeus argelinos e, finalmente, foi ocupada por um professor israelense.

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