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Especial Atenas-2004
30/07/2004

Judô: De olho no tatame

O esporte foi definitivamente integrado aos Jogos em Munique-1972; o Brasil tem 10 medalhas

por FERNANDA BOTTONI

Alexandre Schneider/
Folha Imagem
Carlos Eduardo Honorato
idade 29
altura 1,75 m
peso 90 kg
Ele começou a lutar judô literalmente sem querer. Chegou aos tatames por imposição dos pais, que queriam que o menino de oito anos praticasse algum esporte para passar menos tempo nas ruas. Hoje, Carlos Honorato, 29, é uma das grandes esperanças de medalha brasileira em Atenas.

Com um jeito calado, ele revela, sem cerimônia: "Só a medalha de ouro me interessa". Arrogante? Essa palavra não combina com o judoca, mesmo quando ele diz que não tem medo de nada ou não consegue citar uma fraqueza.

É assim: Honorato fala do que espera para o futuro (ser campeão olímpico e mundial) e do que conquistou no passado (a prata em Sydney-2000, o bronze no Mundial-2003 e o título da categoria absoluta no Campeonato Pan-Americano da Venezuela-2004) com a mesma simplicidade com que conta por que começou a gostar do esporte. "Eu viajava com os amigos, sem a família, e tinha mais liberdade para bagunçar. Conhecia muita gente e tinha horários menos rígidos", diz.

Honorato começou a praticar seus golpes na Associação de Judô de Vila Sônia, a mesma de onde saiu o campeão Aurélio Miguel, ouro na Olimpíada de Seul-1988. Em 1996, foi para a Associação Desportiva de São Caetano, cidade da região do ABCD onde nasceu e mora até hoje.

Para bancar as viagens do atleta, seus pais faziam bingos e rifas. A associação dos lutadores de Vila Sônia também ajudava a arrecadar fundos. "Tudo isso me motivou a chegar aqui e ser uma pessoa melhor", afirma o lutador.

Luiz Shinohara, que o acompanha desde o início da carreira e hoje é técnico da seleção masculina de judô, lembra que o judoca não gostava muito de treinar nessa época. "O negócio dele já era lutar --de preferência com os maiores. Eu deixava. Ele tinha facilidade", conta. Ao lembrar, o atleta concorda, rindo: "É verdade... Eu gostava mesmo era de competir com os grandões".

Há pouco tempo, ele repetiu esse "feito", quando engordou e saiu da categoria peso médio, logo depois da Olimpíada de Sydney. "Cheguei a ficar com 105 kg, mas alguma coisa não me deixava perder peso. Acho que era uma fadiga corporal", conta Honorato.

Entre 2001 e 2002, o judoca chegou a competir como meio-pesado, mas conseguiu perder os quilos a mais ao perceber que, embora conquistasse vitórias no Brasil, não teria condições de disputar medalhas no cenário internacional. "Para minha categoria, meu 1,75 m já é pouco. Para meio-pesado, então, não dá", diz ele.

Agora, Honorato e o treinador afirmam que os quilos estão sob controle. "Estou mais disciplinado, melhor técnica e fisicamente. Nesses quatro anos, amadureci muito", diz. O amadurecimento será uma das armas que levará na bagagem para Atenas.

"Ganhar a medalha de prata em Sydney foi ao mesmo tempo uma grande emoção e uma enorme decepção. Desta vez, não vou errar", afirma ele, que acredita que a derrota para o holandês Mark Huizinga na final ocorreu principalmente porque o adversário conhecia muito bem suas características. "Ele me conhecia porque tinha assistido às minhas lutas. Eu não tinha visto nada dele. Quando não estava competindo, ia descansar ou passear. Aprendi que preciso ficar de olhos bem atentos."

O panorama agora é muito diferente do vivido pelo judoca na última Olimpíada. Honorato desembarcou em Sydney como reserva e trouxe a medalha de prata por acidente, já que só entrou no tatame porque o titular Edelmar Zanol sofreu uma contusão. Candidato a medalha na Grécia, ele vai arrumar as malas e deixar na torcida outra de suas conquistas recentes: a pequena Gabriela, sua filha de três anos.

jogo rápido

dieta
Não faço, como de tudo.

amuleto
Não tenho.

um medo
Não tenho medo de nada.

futuro
Realizar sonhos.

sonho
Ser campeão olímpico e mundial.

ídolo
Meu treinador, Luiz Shinohara.

pior momento
Quando perdi a seletiva olímpica para Sydney-2000.

melhor momento
A prata em Sydney.

vale um ippon (pontuação máxima)
Minha mulher e minha filha.

daria um golpe
No desemprego do Brasil.

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