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25/10/2004

Espere 2005 para rever as suas aplicações

SANDRA BALBI
Da reportagem local

Juro em alta, cenário externo indefinido e novas regras de fundos não recomendam movimentos no curto prazo

O fim da mordaça da CPMF ao livre trânsito do dinheiro do investidor de uma aplicação para outra com o uso da conta-investimento, lançada no dia 1º deste mês, terminou num anticlímax.

A movimentação de recursos entre fundos de um mesmo banco e os de instituições diferentes ainda é fraca -até porque a isenção só vale para as novas aplicações. "Fizeram tantas regras para restringir a movimentação que acabaram confundindo o investidor e dificultando a tomada de decisão", diz Marcelo D'Agosto, sócio do site Fortuna.

A principal restrição, segundo ele, é a nova tributação de fundos, CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e aplicações de renda fixa em geral, que entrará em vigor em janeiro do próximo ano.

A idéia é estimular aplicações de longo prazo, com a criação de alíquotas decrescentes de Imposto de Renda sobre essas aplicações, dependendo do tempo de permanência no fundo.

Como a nova tributação permitirá ao investidor aumentar seu ganho líquido quanto mais tempo mantiver o dinheiro aplicado, os bancos estão orientando os clientes a esperar que ela entre em vigor para, então, migrar de aplicação. "Essa mudança foi feita por meio de medida provisória [MPs 206 e 209], que ainda terá de ser aprovada, o que acabou travando o mercado", diz D'Agosto.



Além disso, a novidade da conta-investimento desembarcou em um momento de elevação da taxa de juros internos, o que, por si só, restringe qualquer realocação de portfólio, já que mantém o país no topo do ranking do juro real, só abaixo da Turquia.

O ganho fácil na renda fixa e nos fundos DI -que, segundo analistas, deverá se manter até o final do ano- não estimula nenhum investidor a arriscar grandes acrobacias no mercado financeiro no curto prazo.

Médio prazo

A médio prazo, olhando seis meses à frente, o que os analistas vêem é um mar que não está para peixe -além de bastante turvo- no cenário externo.

As preocupações dos analistas e dos investidores estão atualmente voltadas para o preço do petróleo -que ninguém arrisca dizer em que patamar vai parar- e o impacto que ele terá no crescimento da economia global. "Nunca houve um cenário com tantas dúvidas", afirma Hugo Penteado, economista-chefe do ABN Amro Asset Management.

Há um consenso entre os analistas de que haverá uma desaceleração nas principais economias em 2005 -especialmente nos EUA e na China. A dúvida que paira é se será uma aterrissagem suave ou se essas economias imbicarão para uma recessão.

Esse movimento pode atingir o Brasil pela via da queda das exportações e dos preços das commodities, reduzindo o crescimento econômico do país. "A economia mundial deverá crescer menos em 2005 e reduzir o ritmo das exportações brasileiras, que devem aumentar menos de 5%", diz Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco.

Cenário para investir

O "imbróglio" macroeconômico global e as medidas de caráter legal e tributário que atingem os fundos de investimento vão exigir uma maior reflexão do investidor antes de decidir onde irá aplicar o seu dinheiro.

FRASE
No curtíssimo prazo, ou seja, até o final do ano, os juros internos vão continuar subindo, e o melhor é ficar em aplicações pós-fixadas. Mas num horizonte de médio prazo, em 2005 e 2006, os juros devem cair e será inevitável o investidor tomar mais risco
JORGE SIMINO
sócio da MS Consult
Diante desse quadro, a orientação dos grandes bancos e de analistas independentes é esperar a poeira baixar. "O investidor deve aguardar até janeiro, quando entra em vigor a nova tributação, para reavaliar todo seu portfólio: ver o que é dinheiro para o longo prazo e o que não é, o que está rendendo de acordo com sua expectativa ou não. E, a partir dessa avaliação, realocar os recursos", afirma Reginaldo Carvalho, responsável pela conta-investimento do ABN Amro Real.

Apesar de desconfiarem de que os grandes bancos podem estar aproveitando esse momento de dúvidas para segurar os clientes, alguns analistas afirmam que é melhor não se movimentar muito, por enquanto.

"No curtíssimo prazo, ou seja, até o final do ano, os juros internos vão continuar subindo, e o melhor é ficar em aplicações pós-fixadas", afirma Jorge Simino, sócio da MS Consult. Essas aplicações acompanham a curva da taxa de juros: se ela está subindo, seu rendimento cresce. É o caso dos fundos DI, por exemplo.

Segundo Adolfo Daniel, diretor comercial da Bram (Bradesco Asset Management), "à medida que se caminhe para um cenário mais estável e de queda dos juros, o investidor deverá refletir se não vale a pena pegar parte do seu dinheiro e colocar um pouco em ativos que oferecem maior retorno -embora com maior risco".

Para Simino, "em 2005 e 2006 o mundo tem tudo para ser diferente: o crescimento da economia brasileira e mundial deverá desacelerar, e os juros locais serão mais baixos. Aí será inevitável para o investidor tomar mais riscos", avalia o economista.

Ele recomenda que desde já o investidor comece a pensar qual fatia das suas economias deverá alocar em ativos mais arriscados como ações, fundos de ações ou multimercados (que aplicam em títulos do governo, ações, câmbio e mercados futuros).

"No Brasil, devido à alta volatilidade [oscilação] dos mercados, deve-se alocar no máximo 30% a 35% dos recursos em aplicações de risco", recomenda.

Simino lembra que nos últimos dois anos houve uma profunda mudança na estrutura das aplicações. "Os fundos de renda fixa e os multimercados cresceram muito, o que prova que o investidor foi se deslocando para eles como fruto do aprendizado de crises anteriores e da queda de rentabilidade dos fundos DI."

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