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25/10/2004

Queda da taxa de juros pode demorar

Da reportagem local

A nuvem cinza que paira sobre o cenário econômico global se deslocou do risco de uma alta dos juros americanos -que vinha afligindo os mercados desde o início do ano- para o petróleo.

"Não podemos perder de vista que uma "minicrise" do petróleo jogará a economia global para baixo", diz Octávio de Barros, economista-chefe do Bradesco. A desaceleração mundial terá reflexos no Brasil e poderá postergar a retomada do processo de queda dos juros, dizem analistas.

Estudos do FMI (Fundo Monetário Internacional) indicam que US$ 5 de aumento do preço do petróleo provocam uma queda de 0,3 ponto percentual no crescimento mundial e de 0,4 ponto no crescimento americano.

Desde maio, a economia mundial começou a dar sinais de perda do ritmo, tendência que deverá se aprofundar em 2005. Com a disparada dos preços do petróleo, as últimas projeções do FMI são de desaceleração do crescimento mundial, que cairia de 5% neste ano para 4,3% em 2005.

Nesse cenário, os EUA cresceriam 3,5%, enquanto neste ano a projeção é de 4,3%. "Isso reduz a possibilidade de aumento dos juros americanos pelo Fed [o Banco Central dos EUA]", diz Barros.

Alguns analistas, como os da Merril Lynch, já trabalham com um cenário de queda dos juros de longo prazo nos EUA (dez anos), dos atuais 4% para 3,85% ao ano, e com estabilidade da taxa básica em 2% ao ano, em 2005.

Emergentes

Para os mercados emergentes, como o Brasil, tal cenário significaria um aumento do fluxo de capital externo. "No entanto, o aumento da liquidez internacional não deve trazer benefícios para o Brasil, pois o crescimento mundial fraco é ruim para o país."

Com o mundo todo crescendo em ritmo mais lento, e as economias avançadas crescendo abaixo da média mundial -menos de 3%- no ano que vem, as exportações brasileiras, um dos motores do crescimento do país, seriam prejudicadas.

Por isso o Bradesco trabalha com um cenário de aumento inferior a 5% nas exportações em 2005 e de crescimento do PIB brasileiro de 3,6%, ou seja, também desacelerando.

Outro complicador para o ano que vem é a China, que deverá tirar o pé do acelerador, reduzindo o crescimento do PIB de 9% neste ano, para 7,5% no ano que vem, segundo estimativa do WEO (sigla em inglês para World Economic Outlook) e do FMI.

"O nível atual de crescimento da China não é sustentável no curto prazo: já há racionamento de energia em algumas regiões, pressões inflacionárias e o alto nível de investimento atual pode indicar uma má alocação de recursos, com risco de crises setoriais no futuro", diz Vladimir Caramaschi, economista da corretora Fator.

Segundo ele, as estimativas do mercado sobre o nível de desaceleração da economia chinesa, no ano que vem, ainda não apontam para um ajuste drástico. As projeções são de um crescimento entre 5% e 6% do PIB chinês em 2005 -inferior ao estimado pelo FMI.

No Brasil, a desaceleração global já deverá se fazer sentir no quarto trimestre. "Até o final do ano o cenário interno é positivo, com crescimento forte da economia, embora com alguma desaceleração", diz Caramaschi.

O mercado aposta na manutenção do processo de alta dos juros básicos da economia, a Selic, que encerraria dezembro em 17%. Para 2005, há divergências entre os analistas: o consenso do mercado é o de que a Selic deverá voltar a cair a partir de meados do ano que vem. Alguns, entretanto, esperam queda a partir de abril, outros dizem que isso só ocorrerá no mês de junho.

No final de 2005 a Selic chegaria a 15,42% ao ano, segundo o último Boletim Focus, do Banco Central, que reflete a opinião de cem analistas do mercado financeiro.

Há, entretanto, vozes destoantes. Hugo Penteado, economista do ABN Amro Asset Management, diz que o processo de alta dos juros deverá prosseguir em 2005, com a Selic chegando a 17,5% em dezembro.

Segundo ele, o que o Banco Central está olhando, neste momento, é o risco de a capacidade de produção da indústria não conseguir atender à demanda e ocorrerem pressões inflacionárias mais adiante.

"O ciclo de alta dos juros para evitar inflação de demanda é mais longo do que projeta o mercado ao ver queda das taxas a partir de abril do ano que vem", diz Penteado. A conferir. (SB)

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