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25/10/2004

Artigo: Como administrar a poupança familiar

LUIZ FERNANDO FIGUEIREDO
LOURENÇO BASTOS-TIGRE
Especial para a Folha

Administrar a poupança familiar é talvez uma das atividades mais complexas à primeira vista. O acesso à informação é complicado, os termos utilizados por economistas e administradores de recursos são incompreensíveis, e a diversidade de produtos confunde.

E não fosse isso suficiente para assustar qualquer um, a cada mudança de posição sugerida pelos "especialistas", o poupador tem que arcar com a CPMF.

Com a conta-investimento, que entrou em vigor em 1º de outubro passado, o custo de transação, isto é, o 0,38% pago a cada movimentação financeira, deixou de existir.

Ao transferir seus recursos para a nova conta, o investidor pode movimentar sua poupança sem pagar nada, alternando o perfil de seus investimentos de acordo com sua necessidade de liquidez e com os ativos que oferecem melhor relação risco-retorno (ou seja, que ofereçam o maior retorno para um determinado risco que se queira assumir).

Dois conceitos são muito importantes na decisão de investimento. O primeiro é a necessidade de liquidez. Quanto maior a liquidez, menor o retorno. O segundo é a relação risco-retorno. Se o objetivo de retorno do investidor é elevado, o risco certamente será maior.

Caso o investidor não tolere risco elevado, deverá se contentar com retorno menor. No mercado não existe mágica. Se um determinado investimento oferece retorno acima da média, o risco também será alto (eventualmente risco de crédito, com possibilidade de perda de principal).

Definidas a necessidade de liquidez e a tolerância ao risco, o investidor deve escolher que ativos (ou grupo de ativos) comprar. A conta-investimento permite grande mobilidade, ao reduzir o custo de transação drasticamente.

O investidor pode optar pela compra de ativos diretamente através do Tesouro Direto (compra e venda de títulos públicos federais realizada no site do Tesouro Nacional), pela compra de ações através de corretora de valores ou pela compra de CDBs de emissão de bancos ou por delegar para gestores de recursos de terceiros a tarefa de selecionar as melhores oportunidades.

Ao decidir pela compra direta de ativos para sua carteira de investimento, três são as barreiras para o pequeno e médio investidor: acesso a informação; custo de transação (corretagem e comissões cobradas por bancos e corretoras); e o tempo que deve ser dedicado para garantir retorno adequado para o investimento. Destes, a maior restrição certamente é o tempo escasso para a grande maioria das pessoas.

Quando deparado com um vazamento na cozinha, pode-se fazer o reparo por conta própria ou contratar um encanador para resolver o problema. A mesma lógica pode ser aplicada para os investimentos pessoais.

O bom senso indica, portanto, que se contrate um profissional para administrar seus investimentos. E isso é mais simples do que se possa imaginar.

O processo de estabilização da economia contribuiu para o crescimento da indústria de fundos no Brasil. Com isso, o pequeno investidor ganhou acesso a qualidade de gestão de recursos e controle de risco, antes acessíveis apenas para os grandes investidores.

Em linhas gerais, os fundos podem ser divididos em: Fundos DI e Renda Fixa; Fundos de Ações; e Fundos Multimercado. A primeira categoria é adequada ao investidor para o qual a alta liquidez e o baixo risco são fundamentais.

A segunda é para aquele que pode investir a longo prazo e acredita que o país irá crescer e a taxa de juros irá se reduzir. É, portanto, um investimento com claro viés otimista.

A terceira categoria é composta por fundos com perfil de risco moderado, em que o gestor deve escolher sempre aquele que parece o melhor investimento para seu cliente, independentemente do ativo (bolsa, câmbio, juros, dívida externa), podendo comprar ou vender ativos de tal forma a oferecer o melhor retorno possível para o nível de risco contratado pelo investidor.

Os fundos multimercado ganharam notoriedade no mercado brasileiro há pouco mais de quatro anos, mas já dominam os mercados nos Estados Unidos e na Europa há décadas.

Nessa modalidade de fundo, o gestor atua indiretamente como consultor financeiro do investidor, a um custo relativamente baixo. Os mandatos são variados, assim como as estratégias, mas todos os fundos dessa categoria têm em comum o objetivo de retorno absoluto alto (e portanto maior nível de risco associado).

O importante na escolha de um fundo multimercado é saber quem são os gestores do fundo, como é feito o controle de risco, qual é a perda máxima que poderá ocorrer e, principalmente, ter certo que esse tipo de fundo tem horizonte de investimento de longo prazo.

De nada vale um investimento com perfil mais agressivo (em que o retorno esperado é acima da média do mercado) cujo desempenho é medido diariamente.

Tenha sempre em mente que o risco só pode se traduzir em lucro em um prazo mais dilatado de tempo. A estratégia do seu gestor deve sempre ser compatível com um horizonte de médio e longo prazos. Mesmo que isso implique alguma volatilidade no curto prazo, é assim que será possível obter retorno superior para o investimento.

Invista em fundos multimercado apenas aqueles recursos que não são necessários para eventuais despesas e que possam ser comprometidos com um investimento de maior risco.

E, sabendo que esses recursos estão aplicados para o longo prazo, não cobre de seu gestor retornos superiores todo mês. O período de análise desse tipo de investimento deve ser no mínimo trimestral.

Para compor sua carteira de investimento, o poupador deveria buscar dois tipos de fundo, ajustando os percentuais de acordo com o nível de risco que está disposto a tolerar. Para a parcela de menor risco e maior liquidez, recomenda-se aplicar em fundos DI ou Renda Fixa.

Para a parcela de maior risco, maior retorno e menor liquidez, a opção são os fundos multimercado. Quanto maior a aversão ao risco, maior deve ser a participação de fundos conservadores na carteira; quanto menor a aversão ao risco, maior a participação de fundos multimercado.

Luiz Fernando Figueiredo e Lourenço Bastos-Tigre são sócios da Gávea Investimentos, empresa de administração de recursos de grandes investidores que é comandada pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. A Gávea administra cerca de US$ 1 bilhão de terceiros

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