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03/2004/2004

Ranking de fundos: Investidor ganhou com a ortodoxia do PT

Conheça os melhores dos 15 meses iniciais de Lula; quem apostou na manutenção da política monetária lucrou

SANDRA BALBI
da Folha de S. Paulo



O cenário para as aplicações financeiras está nublado. Mesmo os mais experientes gestores de recursos têm dificuldades em apontar -com segurança- os desdobramentos que a alta dos juros americanos, prevista para ocorrer nos próximos meses, poderá causar na economia.

No início do ano passado era bem mais fácil tomar uma posição. Quem olhasse 12 meses à frente tinha duas apostas claras a fazer: na primeira, o governo petista daria o calote na dívida, jogando o risco Brasil para as nuvens, catapultando o dólar, a inflação e os juros. O investidor que acreditou nesse cenário aplicou em dólar ou fundo cambial e se deu mal.

A outra aposta, feita pela maioria do mercado, foi que Luiz Inácio Lula da Silva faria, inevitavelmente, uma política conservadora, que incluiria a derrubada gradual da taxa de juros. Quem apostou no conservadorismo do PT ganhou dinheiro.

O balanço da rentabilidade dos fundos de investimento em 15 meses de governo Lula (1º de janeiro de 2003 a 31 de março deste ano) mostra que o recuo lento dos juros beneficiou todas as categorias de fundos -menos a dos cambiais.

O ranking foi preparado pelo Labfin (Laboratório de Finanças da Fundação Instituto de Administração da Faculdade de Economia e Administração da USP), com exclusividade para a Folha.

Mas foram os fundos de ações os que mais capitalizaram a lua-de-mel do governo com o mercado. Nos 15 meses analisados, os fundos de ações renderam 82,53%, em média, impulsionados pela alta da Bolsa.

"A situação se inverteu em relação a 2002, quando os fundos cambiais foram os mais rentáveis, e os de ações se deram mal", diz André Oda, supervisor do Guia de Fundos do Labfin.

Houve prêmios também para a diversificação: os fundos livres, que aplicam em vários tipos de ativo (ações, câmbio, renda fixa) foram os vice-campeões do ranking do Labfin.

Daqui para frente, entretanto, os analistas dizem que há pouco espaço para a Bolsa subir e o juro cair. "Se os juros americanos subirem sem grandes traumas, só para recuperar sua média histórica, a Bovespa [Bolsa de Valores de São Paulo] poderá subir um pouco. Mas isso não é certeza", diz Marcelo Giufrida, vice-presidente da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento).

Na renda fixa, a margem de ganho também é pequena. "A Selic poderá cair de 16% para 14% ao ano até dezembro. O impacto será pequeno nos fundos de renda fixa", diz Jorge Simino, sócio-diretor da MS Consult.

Transição

O que todos temem é que a recuperação dos juros americanos enxugue o fluxo de capital financeiro para o país e puxe o dólar para cima -o que teria impacto sobre a inflação. Nesse quadro, o Banco Central poderá dar mais uma parada no corte dos juros, postergando, mais uma vez, o crescimento econômico.

"Estamos vivendo uma situação parecida com a de 2001, quando a Argentina balançava, mas não caía e o mercado financeiro local ficou sofrendo, como um nervo exposto", diz Giufrida.

As oscilações recentes do câmbio e do risco-país e as quedas da Bolsa prenunciam essa mudança de cenário que deverá ocorrer num horizonte de médio prazo.

"Havia uma liqüidez internacional favorável aos mercados emergentes, como o Brasil. Agora, as pessoas sabem que em algum momento os juros americanos vão subir e estão se preparando para a mudança", acrescenta.

O momento é de transição e exige que os investidores fiquem atentos na hora de aplicar suas economias. Nas últimas semanas o mercado financeiro oscilou a cada má notícia do exterior.

Se as maiores ameaças vêm do cenário externo, suas conseqüências internamente poderão acirrar as pressões políticas sobre o governo para que ele mude os rumos da política econômica, segundo analistas.

"Poderemos estar vivendo um cenário totalmente diferente nos próximos meses, fruto de um acirramento da questão social e de uma possível crise que essa situação poderá abrir dentro do governo", diz Emanuel Pereira, sócio da GAP Asset Management.

Na sua opinião, a corrente mais forte hoje no governo, a do ministro Antonio Palocci, da Fazenda, "talvez não agüente muito tempo as pressões externas e as sociais". Ele lembra que o próprio presidente da República tem manifestado dúvidas sobre os rumos da economia. O resultado dessa fissura é a saída de investidores estrangeiros nos últimos meses.

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