27/08/2004
Albergues
da Folha de S.Paulo
Mais da metade do total de moradores de rua de São Paulo utiliza o serviço de albergues da prefeitura da cidade. O restante continua a dormir na mesma situação em que foram vítimas os moradores atacados na madrugada de 19 de agosto no centro da cidade: calçadas, praças e viadutos.
Dados da própria Prefeitura de São Paulo apontam que o serviço de albergues não tem capacidade para atender a todos os moradores de rua de São Paulo. Em 2003, segundo dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), haviam 10.394 pessoas vivendo nas ruas da cidade.
Desses, 6.186 eram albergados --que freqüentemente usam esse tipo de serviço-- e 4.208 dormiam nas ruas da cidade. Segundo a secretária municipal de Assistência Social, Aldaíza Sposati, cerca de 2.500 moradores de rua ficam na região central.
Atualmente, o número de vagas em albergues subiu para 7.500 e a ociosidade é quase nula. A cada noite, ainda segundo a prefeitura, cerca de 15 leitos ficam vagos.
A prefeitura, porém, nega que essa população fique na rua por falta de opção. Garante que todos os albergues possuem leitos emergenciais e que só não aumenta o número de vagas, porque não há demanda para isso.
Regras rígidas
Uma das justificativas para a resistência desses moradores é que os albergues não admitem o uso de drogas ou de bebidas, separam homens e mulheres em locais distintos e apenas um deles, na Barra Funda, possui espaço para que os moradores estacionem suas carroças e deixem seus cachorros.
Em todos as unidades há água quente para banho e local para a lavagem de roupas.
A rede da prefeitura conta hoje com 35 albergues --dos quais 17 possuem atividades durante o dia--, sete casas de convívio (que funcionam durante o dia) e 12 moradias provisórias.
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