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Pós & MBA
17/10/2004

Corrida pelo diploma pode "frear" carreira

Sem planejamento cuidadoso, curso de pós pesa no bolso e paralisa a vida profissional

Free-lance para a Folha

Fernando Moraes/Folha Imagem
Oliver D'Haese sofreu perseguição do ex-chefe por cursar MBA
Oliver D'Haese sofreu perseguição do ex-chefe por cursar MBA
O gaúcho Daniel Zilberknop, 38, era diretor financeiro e um dos executivos mais importantes de uma holding de alimentos quando, em 2000, deixou o posto para fazer MBA nos Estados Unidos. Na volta ao Brasil, no final de 2001, o mercado o classificou de "overqualified", ou seja, qualificado (e caro) demais. Resultado: ficou quatro meses sem trabalho até conseguir se recolocar.

O caso é um exemplo de que se dedicar a um MBA pode, em certas situações, ter efeito contrário ao esperado. O profissional precisa se planejar antes de investir no curso, principalmente se pensa em estudar fora do Brasil.

"Eu achava que não teria problemas para conseguir um trabalho aqui quando voltasse com um diploma do MIT", diz ele, que depois de algumas portas fechadas passou a esconder dados do currículo e evitou dar destaque à pós na prestigiada instituição norte-americana. "Confesso que isso me causou certo desgosto. No Brasil, acho que ainda há poucas empresas que valorizam um MBA de peso", opina Zilberknop.

Especialistas ouvidos pela Folha explicam que há casos em que a decisão deve ser reavaliada (veja quadro), como quando a empresa não é flexível com relação a horários de trabalho. Profissionais que iniciaram recentemente a carreira na companhia também devem refletir com cautela .

"O aluno tem de estar seguro de que quer fazer o MBA", salienta Tharcisio Souza Santos, diretor do MBA executivo da Faap.



Investimento

Não se deve achar que o dinheiro gasto no MBA vai ser recuperado de imediato. O diploma pode render um cargo melhor e mais bem remunerado, mas isso não é garantido nem automático.

A crise obrigou as empresas brasileiras a serem mais seletivas na concessão de subsídios, principalmente para cursos caros como os de MBA. O funcionário que decidir bancar o programa por conta própria deve planejar os gastos minuciosamente.

No momento em que decidiu investir num MBA, o executivo Oliver D'Haese não imaginava que a iniciativa poderia ser mal recebida pelos chefes. Ele trabalhava em uma empresa familiar em Lapa (a 60 km de Curitiba), cujos donos interpretaram a iniciativa como sintoma de quem pretende alçar vôos mais altos para fora da companhia.

"Começaram a tirar algumas das minhas responsabilidades e a diminuir aos poucos o meu trabalho", lembra ele, que durante um ano viajava todos os fins de semana até Curitiba, tomava um avião para Campinas, onde assistia às aulas, e na segunda-feira pela manhã estava de volta ao batente.

"Usei as férias de dois anos seguidos para freqüentar os módulos nos Estados Unidos. Paguei tudo do meu bolso, com economias que eram destinadas à compra da casa própria", relembra D'Haese, que acabou saindo da empresa e hoje ocupa cargo de gerência na Scania. "Foi puxado, mas não me arrependo", diz. No novo trabalho, D'Haese ganha quase o dobro e já não corre mais o risco de ser mal interpretado por buscar atualização.

Vida familiar e pessoal

Além do momento da carreira e do resultado que se espera do MBA, a hora certa de fazer o curso depende do equilíbrio na vida pessoal e familiar do profissional. O executivo deve ter em mente que vai se dedicar a longas horas de estudo fora da sala de aula. A carga de leitura é pesada, e acompanhamento cuidadoso dos textos é fundamental para o sucesso da empreitada.

"Não é que a pessoa que faça MBA tenha de viver num mar de rosas. Mas, se está com problemas, seja do tipo que for, é melhor resolver primeiro e fazer o curso depois", explica Andrea Barcelos, da KPMG. "Só assim ela terá tranqüilidade para se dedicar ao curso e conseguir reverter em resultados o que aprendeu", completa.

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