24/06/2004
Histórico
da Folha Online
A necessidade de refletir sobre o conflito existente entre o homem e sua dimensão espiritual norteou o caminho seguido pelo Teatro da Vertigem. Desde 1992, o grupo aborda temas religiosos em seus espetáculos, tendo como parâmetro a oposição entre o sagrado e o profano.
Composta pelos espetáculos “O Paraíso Perdido” (1992), “O Livro de Jó” (1995) e “Apocalipse 1,11” (1999), a chamada trilogia bíblica do Teatro da Vertigem baseia-se tanto na pesquisa de textos dos livros sagrados quanto em obras de autores clássicos.
Um dos traços do grupo, dirigido por Antônio Araújo, é o uso de espaços não-convencionais nas apresentações dos espetáculos --um dos motivos pelo qual a companhia foi alvo de polêmicas envolvendo, por exemplo, alas da Igreja Católica.
A intenção do grupo ao montar espetáculos em locais alternativos é relacionar à encenação “referências simbólicas, registro emocional, elementos de memória e o caráter institucional dos espaços”.
Em 1992, “O Paraíso Perdido” foi encenado na Igreja de Santa Ifigênia. Em 1995, “O Livro de Jó” foi exibido no hospital desativado Humberto 1º. “Apocalipse 1, 11” foi montado no presídio do Hipódromo em 1999.
Outra característica do grupo é a criação do espetáculo com base no depoimento pessoal de seus integrantes. Pesquisar os processos de interferência na percepção do espectador também faz parte da proposta da companhia.
Em 2002, ao completar dez anos, o Teatro da Vertigem reestreou os três espetáculos para encerrar o ciclo de discussão sobre o sagrado. No mesmo ano, a companhia lançou o livro "Trilogia Bíblica Teatro da Vertigem", pela editora Publifolha.
Pela direção dos espetáculos, Antônio Araújo ganhou em 1995, com "O Livro de Jó", os prêmios de melhor diretor pela APCA, Mambembe, Shell e APETESP. Por "Apocalipse 1,11" ganhou, em 2000, o Prêmio Shell.
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