21/10/2004
Artigo: Tudo pelo deleite do consumidor
Por JOHN STANTON
Se você é como a maioria dos empresários e executivos, provavelmente encara o atendimento ao consumidor como um acréscimo simpático capaz de incrementar seu marketing e aumentar um pouco seu rendimento. Ou, quem sabe, você o encare como um extintor de incêndios, algo ao qual você recorre para apagar as reclamações de consumidores, quando aparecem.
Tanto em um caso como em outro, você estará perdendo uma das melhores oportunidades que qualquer empresa pode ter. Se você entende o atendimento ao consumidor e o utiliza corretamente, poderá aumentar seu balanço em até um terço. O importante a lembrar é: se você quer aumentar seus lucros, sua meta não deve ser a "satisfação do consumidor". Você precisa visar um padrão mais alto, o do "deleite do consumidor".
O maior erro cometido por empresários e executivos é enxergar o "atendimento ao consumidor" como acréscimo ou complemento ao trabalho real de sua empresa ou, então, como tática para corrigir situações de atendimento deficiente.
Infelizmente, porém, não existe garantia de que, apenas pelo fato de você poder oferecer uma solução que satisfaça seu cliente, ele irá comprar.
Para que o consumidor se sinta deleitado, é preciso que aconteçam duas coisas. Como você já deve prever, ele precisa ficar muito feliz com o produto ou serviço adquirido. Mas a "interação com o vendedor" -a experiência em si- também precisa ser positiva.
A partir do momento em que você compreender que todas as vendas e todos os lucros vêm dos clientes, e não dos produtos ou serviços, o conceito de deleite do consumidor vai ganhar um significado mais relevante. Os clientes não são simples números de um relatório -são pessoas reais, com seus sonhos e suas emoções, e, se você lhes perguntar a respeito, ficarão felizes em lhe revelar o que os deixa felizes e o que os decepciona.
Os consumidores de hoje esperam muito mais do que os de gerações anteriores. Uma vez que um consumidor já tenha sentido deleite com qualquer empresa, ele exige um tratamento melhor da parte de todas as companhias.
Você pode fazer todas as reservas para suas férias na Europa com apenas um telefonema. Então por que deve levar três semanas, uma dúzia de telefonemas e uma carta ao presidente para corrigir um erro na fatura que você recebe de sua companhia de água ou luz?
Estudamos a interação entre empresas e consumidores e desenvolvemos 12 máximas para um atendimento que leve o consumidor a sentir-se deleitado:
1 - Decida qual é seu ramo ou atividade central. 2 - Crie sua visão. 3 -Avalie seus concorrentes. 4 -Faça "benchmarking" com todo o mundo. Empreste, empreste, empreste. 5 - Descubra o que é preciso para deleitar o consumidor. 6 - Descubra o que os consumidores pensam de sua empresa. 7 - Desenhe o sistema e prepare o cenário. 8 - Compreenda que as pessoas realmente fazem a diferença. 9 - Tenha uma atuação ótima. 10 - Trabalhe sobre a próxima liquidação. 11 - Faça bom proveito das reclamações. 12 -Não se torne complacente.
PERFIL
Nome: John Stanton, 59
Nacionalidade: norte-americana
Cargo: especialista em marketing
de nichos e uma das maiores
autoridades mundiais em "food
marketing"; consultor internacional
de empresas como Kellogg,
Procter & Gamble e Frito-Lay;
possui também larga experiência
acadêmica nos EUA e em outros
países, entre eles o Brasil
Onde começou: obteve Ph.D.
em marketing pela Syracuse Uni-
versity (EUA) e realiza pesquisas
sobre a indústria alimentícia há 25
anos; trabalhou na Tengelmann,
na Alemanha, e foi vice-presiden-
te de marketing da Melitta
Best-seller: "Making Niche Mar-
keting Work"/"Marketing de
Nichos: Uma Estratégia Vencedo-
ra", publicado em oito idiomas.
"Marketing Planning in a Total
Quality Environment", "The Ten
Commandments of Customer
Service", "Success Leaves
Clues", "Trends in Food Marketing
for the 21st Century" e "Delightful
Customer Service: 12 Steps to a
Better Bottom Line" também são
livros de sua autoria
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