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08/03/2005

Mania de doença?

A mulher vai ao médico antes e descreve seus sintomas com precisão, mas está mais sujeita ao risco de superdosagem

por Carolina Chagas

Especialistas de diversas áreas são unânimes em apontar pacientes do sexo feminino como maioria absoluta dos consultórios. Mulheres, dizem eles, vão ao médico para prevenir doenças, resolver problemas em estado inicial e até para desabafar. Na consulta, elas descrevem as mais sutis alterações físicas e de comportamento. Bem diferente dos homens, que buscam ajuda quando o problema já é grave e costumam omitir sintomas com freqüência.

Nos ambulatórios de clínica geral do Hospital das Clínicas, elas respondem por cerca de 2.000 dos 3.000 atendimentos mensais, segundo Arnaldo Lichtenstein, clínico-geral e professor da Faculdade de Medicina da USP. "Problemas corriqueiros como enxaqueca, dores musculares, fibromialgia, diabetes, depressão, tireopatias como o hipotireoidismo e obesidade são condições patológicas predominantes em mulheres", resume João Augusto Figueiró, psicoterapeuta e clínico do Centro Multidisciplinar de Dor do HC.

Sem falar de todos os complicadores trazidos pela condição feminina. "A mulher aprende a conviver com a dor desde muito cedo porque a chegada da menstruação vem acompanhada de sintomas como cólica menstrual, sangramento irregular ou dor de cabeça", afirma a ginecologista Mara Carvalho Diêgoli.

Essa convivência precoce acaba levando a menina a procurar cedo o pronto-socorro ou o médico e, conseqüentemente, a tomar remédios, o que explicaria, segundo ela, o maior consumo de medicamentos pelas mulheres. "Na hora da dor, a mulher é capaz de tomar uma série de medicamentos em seqüência, sem esperar o tempo de a droga agir. Essa atitude é raríssima nos homens e esbarra no perigo das superdosagens", diz ela.

O sistema de vendas de remédios no país não permite saber se elas se medicam mais do que eles. Na lista dos dez remédios mais consumidos em 2004, averiguada pela IMS-Health (instituto de pesquisa que fornece dados para a indústria farmacêutica), dois são de uso exclusivo das mulheres, ambos de contracepção: o campeão de vendas por unidade, o anticoncepcional Microvlar, e na décima colocação, o Neovlar.

Os hormônios também estão na lista dos mais consumidos. "Juntamente com os antidepressivos, ansiolíticos (tranqüilizantes), analgésicos, antiespasmódicos (para cólica) e qualquer medicação ou fórmula milagrosa que prometa o emagrecimento", afirma o ginecologista e sexologista Carlos Riechelmann, diretor-geral do Hospital Municipal Maternidade-Escola Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo.

Pesquisas internas da FuncionalCard, empresa responsável pela compra e distribuição de medicamentos para 160 mil funcionários de grandes empresas em todo o país, revelam que 7,7% de todas as unidades adquiridas são de consumo essencialmente feminino, contra 0,3% de drogas masculinas. Na área de medicamentos para emagrecer, cerca de 70% é vendido para mulheres entre 18 e 59 anos.

Entre os remédios abusivamente receitados às mulheres encontram-se os antidepressivos e os ansiolíticos. Toda mulher deve desconfiar quando sai de uma consulta de 15 ou 20 minutos com uma prescrição de antidepressivo, recomenda o coordenador geral do Pró-Mulher do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, Joel Rennó Jr. "A receita do antidepressivo não é monopólio dos psiquiatras, mas seu uso deve ser realizado com cautela, conhecimento dos efeitos colaterais, dosagens corretas, tempo de seguimento, entre tantas variáveis importantes."

Nem deve ser o único tratamento adotado no caso de depressão, alerta o chefe da psiquiatria clínica da Unifesp, Miguel Jorge. "A doença tem componentes químicos e psicológicos e a atenção às necessidades psicológicas da mulher deprimida é absolutamente essencial para o êxito do tratamento", afirma.

A solução: procure sempre um especialista.

Sérgio Zacchi/Folha Imagem
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50%
do estilo de vida

20%
do meio ambiente em que se vive

18%
da genética

12%
de médicos e medicamentos

* Segundo João Augusto Figueiró, psicoterapeuta do HC

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