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08/03/2005

Pontos fracos

por Lia Bock

Ilustração Cris Eich
Elas têm pé frio, falam demais, choram facilmente e vivem com dor de cabeça: verdade biológica, intriga da oposição masculina ou clichê cultural demonizado pelo feminismo? Nem tudo é lenda ou clichê quando se fala sobre problemas ou características essencialmente femininas. Aqui, um check-list com 15 deles.

Infecção urinária

A mulher é mesmo mais vulnerável às doenças do trato urinário. O comprimento da uretra, conduto entre a bexiga e o canal urinário, fica entre 12 cm e 15 cm no corpo masculino e 5 cm no feminino. "Essa diferença é crucial, porque é por esse canal que as bactérias têm acesso à bexiga", afirma Eduardo Motta, ginecologista do Hospital das Clínicas. Nos homens, as bactérias precisam percorrer um caminho três vezes maior para atingir seu alvo, o que dificulta a contaminação.

Mais dois fatores favorecem as infecções femininas. Um é o sêmen despejado na vagina durante a relação sexual, que acaba servindo de carona para microorganismos. Outro é segurar o xixi, que tem a importante função de lavar a uretra e expulsar as bactérias que tentam chegar à bexiga.

Solução: Não segurar a urina, lavar-se depois da relação sexual, ter hábitos saudáveis, como beber bastante líquido, principalmente água, que favorece a eliminação de bactérias pelo sistema imunológico. Em caso de infecção, consulte o ginecologista, que pode indicar uma combinação de antibióticos, cremes vaginais e vitaminas.

Hematoma

Pernas com manchinhas roxas podem parecer coisa de gente estabanada, mas não é. "A pele da mulher é mais delicada e, por isso, as veias ficam mais desprotegidas do que nas pernas masculinas", diz o cirurgião vascular Kasuo Miyake, diretor da Sociedade Brasileira de Laser em Cirurgia. Soma-se a essa fragilidade a tendência a varizes, que enfraquecem ainda mais as veias. Resultado: qualquer batidinha pode gerar um grande hematoma.

Solução: É possível estancar o sangue proveniente do rompimento do vaso e evitar a mancha se, imediatamente depois da batida, a pessoa apertar com força a região por cerca de quatro minutos.

Ansiedade

Não é aquela que faz perder uma noite de sono antes de uma viagem importante. O transtorno de ansiedade generalizada, também conhecido pela sigla TAG, é doença psiquiátrica e faz mais vítimas entre as mulheres -duas para cada homem. Coração acelerado, falta de ar, tensão muscular (principalmente na nuca e nas costas) e a fatídica dor de barriga são alguns dos sintomas desse mal, que também costuma causar insônia e preocupação excessiva com fatos corriqueiros. O estresse pode ser o estopim.

Solução: Associação de remédios, como benzodiazepínicos, e terapia cognitiva comportamental.

Doenças da tireóide

Para cada sete mulheres com problemas na tireóide, há apenas um homem. Especialistas admitem não saber exatamente o motivo, mas arriscam dizer que a prevalência pode ser causada por oscilação hormonal. O hipotireoidismo (quando o funcionamento da glândula fica mais lento) e acaba provocando sonolência e ganho de peso rápido é a doença mais freqüente.

Solução: Exames de sangue que medem as funções da glândula devem constar da lista dos eventuais check-ups.

Mudanças de humor

Uma explicação é suficiente para justificar o humor instável. "Na adolescência, a mulher tem a primeira grande mudança hormonal, na gravidez a segunda e na menopausa a terceira. Isso sem falar nas variações que acontecem mês a mês por causa do ciclo menstrual", diz Antônio Roberto Chacra, professor de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Solução: A melhor forma de lidar com o mau humor é se autoconhecer, segundo Alexandrina Meleiro, médica do Instituto de Psiquiatria da USP. "A mulher tem de saber em que período fica mais vulnerável e evitar aquilo que a irrita."

Herpes

Todo mundo está exposto ao vírus do herpes, mas ele se manifesta em apenas 1% da população. Incubado no gânglio, ele aparece em forma de ferida na boca ou nos órgãos genitais. O processo, chamado replicação, é provocado pelos raios ultravioleta, pela queda da resistência física e por mudanças hormonais, segundo Ricardo Diaz, professor de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo. É neste terceiro item que o sexo feminino sai em desvantagem, já que no masculino os hormônios são mais lineares.

Solução: Para evitar que o sistema imunológica mantenha o vírus sob controle, não tome sol em excesso, tente reduzir o estresse, evite bebidas alcoólicas e cigarros e use preservativos.

Enxaqueca

Os índices são claramente desfavoráveis para elas: 3,5% dos homens sofrem fortes dores de cabeça, contra 7,4% das mulheres. Mais uma vez, as mudanças hormonais têm peso importante, e os especialistas aconselham tratamento preventivo para os casos mais graves. "Quando alguém tem mais de duas fortes crises por mês é aconselhável um tratamento profilático. As doses de medicamento são diárias e evitam o desconforto, que para algumas pessoas inutiliza o dia", afirma Paulo Bertolucci, chefe do Setor de Neurologia do Comportamento da Universidade Federal de São Paulo.

Solução: Além do tratamento adequado, é importante evitar outros elementos que detonam a crise, como chocolate, queijo, bebida alcoólica, esforço físico, sol ou cigarro em excesso.

Depressão

É fato, as mulheres sofrem três vezes mais de depressão do que os homens. Até a puberdade a incidência da doença é semelhante entre os sexos, mas as mulheres disparam na frente depois que começam a menstruar. O hormônio estrógeno (responsável pela fertilização, implantação e nutrição do embrião, entre outras coisas) em queda pode detonar a crise. A doença também pode ser desencadeada por desequilíbrio da tireóide, estresse e perdas afetivas.

Solução: Estudos comprovam que tratamento à base de antidepressivos e acompanhamento psicológico tem sido eficiente.

Compulsão por doces

As oscilações hormonais, como as que ocorrem na TPM, diminuem a serotonina, substância cerebral que dá sensação de prazer. "Como doces e chocolates são capazes de aumentar em pequena quantidade a serotonina no cérebro, as mulheres sentem mais necessidade de consumi-los", afirma Patrícia Martins Domingos, nutricionista do Hospital Samaritano.

Solução: Modere a ingestão ou escolha sobremesas menos calóricas.

Ilustração Cris Eich
Conversa & choro

Salvo exceções, mulheres falam e choram mais que os homens. Uma das razões é cultural: a elas sempre foi permitido manifestar as emoções. "Durante muito tempo, os homens tiveram de abrir mão de seus sentimentos para ser considerados machos", afirma Flávia Hime, professora de Psicologia da PUC-SP. Por conta disso, somatizam e sofrem mais de doenças do coração e do estômago.

Solução: É melhor dar vazão ao blablablá e às lágrimas.

Pé frio

A fama de pé frio entre o sexo feminino tem causas orgânicas. Como as mulheres têm as artérias mais contraídas, o sangue, responsável por levar calor a todas as regiões do corpo, circula em menor quantidade. Por uma questão de sobrevivência, o organismo privilegia as áreas mais essenciais, como cérebro e coração, e deixa as extremidades frias.

Solução: Aquecer o pé com movimentos circulares e de flexão, dar batidinhas nas solas e fazer massagem em toda a sua extensão. Depois, proteja com meia.

Osteoporose

De cada dez pessoas que sofrem de osteoporose, nove são mulheres. Motivo: a maior perda de massa óssea depois da menopausa, quando há falta do estrógeno, essencial para a fixação do cálcio nos ossos. Porosos e frágeis, eles ficam suscetíveis a fraturas. O tratamento hormonal pode ajudar a contornar o problema nessa fase: "Hoje, já existem reposições seguras", declara Fernando Cavalcanti, presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (leia texto na página 20).

Solução: Ajude a prevenir a doença, incluindo na dieta leite e derivados, espinafre, bacalhau, couve. Faça exercícios físicos e tome pelo menos 15 minutos diários de sol, o que facilita a absorção do cálcio pelos ossos.

Anorexia e bulimia

A preocupação excessiva com a imagem e o culto à magreza levam mulheres a forçar o vômito (bulimia) ou simplesmente a parar de comer (anorexia) -90% das vítimas dos dois distúrbios são mulheres. Especialistas alertam para o perigo que pode estar dentro de casa mesmo. "Meninas que vêem a mãe fazer dieta ou inventar mil maneiras para emagrecer podem vir a desenvolver esses distúrbios", alerta Alexandrina Meleiro, do Instituto de Psiquiatria da USP.

Solução: Parentes e amigos têm papel importante no processo de cura, porque a mulher não se vê como doente e não procura ajuda. O tratamento psiquiátrico é fundamental.

Varizes

As veias dilatadas são mais comuns em mulheres por causa dos hormônios femininos e, principalmente, da gravidez. Ao aumentar o peso e a quantidade de sangue circulante, cria-se pressão maior nos vasos das pernas, o que propicia a dilatação permanente das veias.

Cirurgias, como a técnica a laser, são capazes de eliminar as varizes. "Podemos secar as veias sem problemas. Elas não farão falta", afirma o cirurgião vascular Kasuo Miyake.

Solução: Como prevenção, evite consumir pílulas anticoncepcionais, que contêm hormônios femininos e favorecem o surgimento do problema, e exercite as pernas durante o dia, principalmente quem trabalha o tempo todo sentado ou em pé.

Ilustração Cris Eich
Indecisão

Aquela habitual indecisão tem uma boa origem: mulheres são indecisas porque consideram mais elementos na hora de fazer uma escolha. "Como antigamente precisavam caçar, os homens desenvolveram maior capacidade de focar em apenas um ângulo", arrisca a psicóloga Flávia Hime. "Os testes de atenção e memória que comparam mulheres e homens deixa claro que elas são capazes de reparar muito mais nos detalhes e lembrar mais das coisas do que eles", afirma o neurologista Paulo Bertolucci.

Solução: Treine para, tanto quanto possível, tomar decisões mais rápidas.

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