30/03/2005
Rota acidentada: "Tempestade" precede bonança
COLABORAÇÃO PARA A
FOLHA
Eduardo Knapp/Folha Imagem |
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Alessandra Zambaldi, da Alpes, critica entraves à exportação |
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Desde 2002 a pequena indústria de plásticos Alpes é procurada por possíveis clientes internacionais que conheceram seus produtos em feiras no Brasil. Em 2004, a empresa enfim decidiu investir no mercado externo. Imediatamente, começou a enfrentar diversos empecilhos.
"A empresa precisa assumir custos de viagem e de envio de amostras para o exterior, sem garantia de venda. Para as pequenas, que trabalham com fluxo de caixa apertado, isso se torna muito difícil", comenta Alessandra Vicentin Zambaldi, 32, diretora de comércio exterior.
Outra barreira é cultural. Muitos importadores acham que o brasileiro só procura mercados externos quando o nacional entra em crise. "Eles ficam inseguros de trabalhar com uma empresa que, provavelmente, não dará continuidade à parceria."
Um terceiro obstáculo é a falta de infra-estrutura. Zambaldi conta que encontrou o porto de Santos (SP) totalmente obsoleto, porém com "custo altíssimo, atrasos nas entradas dos navios e nos terminais de carga e escassez de companhias marítimas".
"Os problemas de "overbooking" em navios se tornaram freqüentes", diz. Para completar, ela critica as imprevisíveis greves de fiscais da Receita Federal.
O diretor de infra-estrutura e serviços do porto de Santos, Arnaldo Barreto, diz que o gargalo será eliminado neste ano com investimentos de R$ 127 mi.
Apesar dos obstáculos, os negócios vão bem para Zambaldi. "Vamos fechar o primeiro trimestre exportando 9,5% de nossa produção total."