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21/12/2005

Imensidão branca: O continente gelado

No verão antártico, animais e aves saem com seus filhotes e os icebergs adquirem cores incríveis -um espetáculo extraordinário que está ao alcance do viajante comum

por Silvio Martins

Toni Pires/Folha Imagem
A Antártica está menos distante e inóspita. Hoje, além de aventureiros, cientistas e pesquisadores, turistas também circulam por esse cenário surreal. Nos últimos tempos, tem ocorrido um movimento maior na região. Estima- se que quase 20 mil pessoas visitem o continente por ano. Não é de se estranhar. Última fronteira da Terra, onde só se chega de navio ou em aviões militares que participam das missões, ela guarda paisagens de beleza descomunal.

Luciano Candisani/Kino.com.br
Sua área, que corresponde às terras do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Peru e Bolívia juntos (ou ainda do México e dos Estados Unidos) forma um gigantesco continente. Mas como ele é de verdade? Muitos o imaginam como um lugar com gelo para tudo quanto é lado, onde só faz frio, onde não tem um pingo de sol... Mas não é bem assim. No verão, época adequada para a visitação, a Antártica se transforma num dos lugares mais impressionantes do mundo.

Bandos de pássaros, clãs de lobos-marinhos, gordas famílias de elefantes-marinhos, exércitos de orgulhosos pingüins e divertidas turmas de focas. A atração dos bichos é incontestável. A paisagem seduz pelo sortimento de tonalidades e texturas. Fungos que agem nas rochas formam um colorido amarelo e vermelho, enquanto alguns tipos de planta pincelam o branco e "quebram" o clima minimalista. As praias com pedras arredondadas, areia escura e uma variedade de algas de tons vibrantes convidam a longas caminhadas de observação. Sem falar nos icebergs, que encalham nas praias e depois vão embora, com as formas mais alucinantes possíveis. Alguns maiores que muitos quarteirões juntos...

Viagem ao passado Em 500 a.C, Pitágoras já imaginava que a Terra era redonda, e os filósofos gregos diziam que, se era isso mesmo, deveria haver uma grande massa na base para contrabalançar as terras do norte. A denominação Terra Australis Incógnita apareceu pela primeira vez no livro "A Geografia", escrito por Ptolomeu da Alexandria em 1500 d.C. Foram os holandeses que provaram, em 1620, que a Austrália não estava ligada a nenhum continente conhecido. As viagens para a Antártica começaram a se tornar freqüentes. Expedições inglesas, americanas e francesas foram enviadas para realizar pesquisas e adentrar o máximo para o sul. Russos, belgas e noruegueses fizeram o mesmo e continuaram durante todo o século 20.

Em 1957 foi criado o Comitê Especial para Pesquisas Antárticas, atualmente Comitê Científico para Pesquisas Antárticas (SCAR), formado pelos delegados dos países que desenvolvempesquisas. Hoje já é possível visitar a Antártica de maneira segura e confortável. Navios partem de Ushuaia, no extremo sul da Argentina, equipados com todo tipo de conforto. Academia de ginástica e biblioteca são itens comuns, assim como a cozinha de alto nível. Outro "plus" é a programação cultural: além de palestras feitas por biólogos e paleontólogos, há filmes e exposições.

Gente do mundo inteiro participa dessas expedições. A organização a bordo é perfeita: pelo portão lateral do navio os viajantes embarcam nos Zodiacs, barcos de borracha impulsionados por motor de popa, a melhor maneira de se movimentar na Antártica. O trajeto de volta para o navio é quase sempre escoltado por golfinhos, que ficam brincando e apostando corrida com os botes.

Os navios costumam parar na ilha de Deception, para que as pessoas tomem banho de mar bem quente. Por ser vulcânica, em alguns pontos da ilha a água desponta em alta temperatura, permitindo um delicioso ofurô. A vida é surpreendente no verão antártico. E está em todos os cantos: nos animais com seus filhotes, no céu, no mar, nos icebergs e nas geleiras. Basta observar -e absorver- essa fascinante beleza.

Melhor época

No verão, entre novembro e fevereiro, os dias são mais longos e o mar não corre risco de ficar congelado. Nesse período, a temperatura média oscila entre 7ºC e 9ºC.

Quem leva

Pier 1
Tel. (0/xx/11) 3078-2474
A viagem é no navio Rotterdam, um quatro estrelas que acomoda com conforto 1.316 passageiros. São 20 dias, com preços a partir de US$ 3.560 por pessoa. Não inclui passagens aéreas. Saídas em janeiro, fevereiro e março.

Nascimento Turismo
Tel. (0/xx/11) 3156-9944
Pacote inclui parte aérea (São Paulo/ Buenos Aires/São Paulo), uma noite em Buenos Aires, uma em Santiago e o cruzeiro de nove noites no navio, a partir de Ushuaia. Preços a partir de US$ 5.529 por pessoa. Saídas sob consulta.

Interpoint
Tel. (0/xx/11) 3087-9400 e 0800-771-9400 (outros Estados)
Os barcos russos são projetados para 48 passageiros. A viagem de 12 dias inclui palestras com biólogos e paleontólogos. Preços a partir de US$ 5.600 por pessoa. Saídas em janeiro.

Climb Tour Operator
Tel. (0/xx/11) 5542-8166
Sai de avião de Punta Arenas com destino à Ilha Rei George na Antártica. De lá, embarca-se no navio Aleksey Mary Shev para viagem de sete dias. Parte aérea não incluída. Preços a partir de US$ 6.350 por pessoa. Saídas sob consulta.

Não deixe de ir

Port Lockroy
Na ilha Goudier, essa antiga base britânica vem pesquisando há alguns anos o impacto do turismo. Por causa do estudo, é o único lugar na Antártica onde é possível circular entre os pingüins sem manter distância dos animais, ao contrário das regras de proteção ambiental.

Ilha Deception
Cratera submersa de vulcão ainda ativo, permite a entrada de navios por uma passagem de 200 metros de largura. Vale experimentar o delicioso ofurô natural da ilha.

Silvio Martins é empresário, alpinista e membro do Clube Alpino Paulista, entidade sem fins lucrativos que presta apoio logístico para a Marinha do Brasil na realização do Proantar (Programa Antártico Brasileiro).

     

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