31/03/2005
Parto humanizado é defendido por entidades civis
COLABORAÇÃO PARA A
FOLHA
A luta pela redução da mortalidade materna ganhou novo fôlego no último dia 11 de março. A Câmara dos Deputados aprovou nesse dia projeto de lei da senadora Ideli Salvatti (PT/SC) que garante às gestantes o direito à presença de um acompanhante durante o parto pelo SUS.
O projeto de lei é baseado numa das principais bandeiras defendidas por ONGs e profissionais de saúde: a humanização do parto. "O fato de a parturiente estar em companhia de familiares diminui o número de cesarianas e o tempo de internação", diz a senadora.
O projeto ainda seguirá para sanção presidencial.
Também nos diversos aspectos que envolvem a humanização do nascimento apostam entidades como a Casa de Maria, que recebeu, no início do mês, o prêmio de melhor casa de parto do Sudeste em 2004, concedido pelo Ministério da Saúde .
A instituição pertence ao Hospital Geral do Itaim Paulista (público), na zona leste de São Paulo, e já realizou mais de 3.000 partos normais em três anos de existência. O diretor-técnico do hospital, Marcos Ymayo, conta que a Casa de Maria foi criada com base em experiências do Canadá e Japão.
"Se a gravidez não apresenta risco, por que não ter o bebê num ambiente menos frio?", pergunta Ymayo. A taxa de cesárea na Casa de Maria está em 14% -menor que a média nacional de 38,6%.
As ONGs que atendem gestantes aplaudem a iniciativa. "Todo o tipo de parto é válido, desde que respeite a natureza da mãe", diz Cleide Soares, coordenadora da Bem Nascer (MG).
"Hoje gestantes têm acesso à mais alta tecnologia de pré-natal, mas isso não garante uma gestação saudável", diz a bióloga Ana Cristina Duarte, que criou o site
www.amigasdoparto.com.br.