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O costureiro: repercussão

"Balenciaga se tornou um ícone para o mercado de moda que ele atingia, pois mantinha uma coerência com seus objetivos. Ele queria exclusividade para suas peças e não acreditava na massificação. Criou um estilo muito forte e uma identidade que se tornou referência. Sua marca registrada é a modelagem, impecável e revolucionária, mas sempre com maior respeito à anatomia do corpo humano. Sua figura se tornou lendária, elegante. Sua sofisticação e aversão à exposição na mídia o tornavam misterioso e intrigante. Quando concluiu que a saída seria se render ao prêt-à-porter, saiu de cena e fechou seu ateliê, justificando sua atitude como respeito às clientes".

Lino Villaventura, estilista

"Balenciaga foi um gênio, mestre e um verdadeiro criador, mas antes de tudo foi um estudioso da proporção feminina. Para mim, seu legado consiste em descobrir as linhas perfeitas de Madeleine Vionnet, subverter a fluidez de seus modelos, ousando imaginá-los em tecidos estruturados, criando uma silhueta harmoniosa com seu tempo. Estuda os volumes arredondados e cria um tecido inspirado em ataduras, o gazar, e com ele roupas que são poemas de geometria. Perfeccionista, em 1968, com a revolução, diz que seu tempo acabou, retirando-se de cena. Nunca poderia ele saber que sua sutileza, requinte e luxo seriam para muitos criadores, ao longo da história, o ponto de partida para a descoberta de que menos, invariavelmente, é sempre mais".

Walter Rodrigues, estilista

"O grande talento de Balenciaga estava além da criatividade: ele conhecia técnica de modelagem e costura a ponto de, se quisesse, ele mesmo faria tudo. Outro lado que pode ser reconhecido é o comercial. Ele cercou seu trabalho com técnica, criatividade e negócios e isto o diferencia.

O próprio legado de apuro serve como referência hoje em dia, com relação ao gosto e à técnica, e também porque uma das formas de se trabalhar na moda contemporânea é visitar o passado. Assim como ele releu o passado, a moda atual relê sua arte."

João Braga, historiador

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