19/04/2005
Novo papa terá como tarefa reforçar elo com outras religiões
da Folha Online
O novo papa terá como grande desafio levar a Igreja Católica adiante no processo de aproximação com outras religiões, conforme foi conduzido com destreza por João Paulo 2º.
Primeiro papa da história a entrar em uma mesquita e uma sinagoga, João Paulo 2º buscou também a aproximação com a Igreja Ortodoxa e com os anglicanos do Reino Unido.
Não por acaso, em seu enterro no dia (9) na basílica de São Pedro, representantes dos mais diferentes credos e nacionalidades prestaram a última homenagem ao papa.
Reconciliação
João Paulo 2º empreendeu iniciativas concretas para reunir representantes de diferentes religiões.
Em 2002, ele reuniu na Itália cerca de 150 líderes cristãos (católicos, protestantes, ortodoxos), muçulmanos, judeus, budistas, hindus, sikhs, jainistas, xintoístas, zoroastristas, confucionistas e animistas.
O objetivo era manifestar a disposição de exortar seguidores das mais diversas crenças a promover a paz e a reconciliação com os que manifestam sua espiritualidade de outra forma.
Em 2004, João Paulo 2º devolveu à Igreja Ortodoxa os ossos de dois patriarcas que estavam no Vaticano, em Roma, há séculos, trazidos de Constantinopla (atual Istambul, na Turquia) e que, segundo os ortodoxos, haviam sido roubados pelos católicos.
Mea Culpa
Em 2000, João Paulo 2º pediu perdão a Deus pelos pecados da Igreja Católica, especialmente pelo tratamento dispensado aos judeus e pelas violações de direitos de grupos étnicos.
Em um dos marcos de seu pontificado, ele pediu perdão pelos erros causados por cristãos católicos em 2.000 anos de cristianismo, sobretudo, pela Inquisição.
Em 2004, o então sumo pontífice pediu perdão abertamente pela Inquisição --época em que a Igreja Católica torturou e matou pessoas consideradas hereges, forçou conversões ao catolicismo, entre outras coisas.
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