02/04/2005
Defensor da paz, papa condenou terrorismo e o ódio étnico
da
Folha Online
O papa João Paulo 2º foi um crítico feroz dos atentados terroristas, das guerras e dos atos de violência pelo mundo. Chegou a ser cotado para o Prêmio Nobel da Paz em 2003, mas o prêmio foi concedido à advogada iraniana Shirin Ebadi.
AP |
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João Paulo 2º foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz, em 2003 |
Em seu último livro, "Memória e identidade" [editora Objetiva, R$ 29,90, 192 págs], o sumo pontífice fez citações aos atentados de 11 de setembro de 2001 (Estados Unidos), 11 de março de 2004, em Madri (Espanha), além do massacre na escola de Beslan, na Rússia. "Aonde nos levarão estas novas erupções de violência?", questionou João Paulo 2º.
Sobre o terrorismo, o papa afirmou no mesmo livro: "Noto que os atos de violência diminuíram notavelmente, mas ainda existem no mundo as chamadas ‘redes do terror‘, que representam uma ameaça constante para a vida de milhões de inocentes".
11 de Setembro
Os atentados terroristas de 11 de Setembro, reivindicados pela rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, foram duramente criticados pelo papa.
Ao comentar os atentados a seus fiéis na Basílica de São Pedro, ele disse: "Não há sentimentos de frustração, filosofia ou religião que justifiquem uma aberração como essa".
Cerca de 3.000 pessoas morreram após ataques coordenados, com quatro aviões comandados por seqüestradores, que destruíram as torres gêmeas do World Trade Center de Nova York e parte do Pentágono, em Washington.
"Queremos questionar a consciência dos que planejaram e executaram um plano tão bárbaro e cruel", afirmou ainda à época.
Iraque
O papa também defendeu o perdão da dívida externa de países em desenvolvimento e classificou a Guerra do Iraque como "imoral e injusta".
"Quando uma guerra, como a que ocorre no Iraque, ameaça o destino da humanidade, é urgente que proclamemos, com uma voz forte e decidida, que somente a paz é o caminho a ser seguido para construir uma sociedade mais justa e mais unida", afirmou, em 2003.
João Paulo 2º chegou a se encontrar com o primeiro-ministro interino iraquiano, Iyad Allawi, e fez apelos pelo respeito às minorias no país, em especial a cristã [representam pouco mais de 3% da população iraquiana de cerca de 27 milhões de pessoas].
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