28/11/2005
Setor agora busca código de auto-regulação
ADRIANA AGUILAR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os próprios executivos das empresas de previdência privada reconhecem que o mercado só cresceu nos últimos anos depois que surgiram produtos com maior transparência para o investidor. Para Eduardo Bom Ângelo, presidente da Brasilprev Seguros e Previdência, falta ainda um código de auto-regulação que poderia ter como referencial o código de auto-regulação da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) para ofertas públicas, fundos de investimentos, programas de certificação e de serviço de custódia qualificada.
O processo de auto-regulação é comum nos mercados desenvolvidos e não-regulamentados. Por meio do código, em vez de o governo baixar regras, as próprias entidades participantes do mercado estabelecem alguns parâmetros para suas atividades como padronização de procedimentos, formas de proteção aos participantes da previdência, mais qualidade nas informações, entre outros itens.
Enquanto isso não acontece, os clientes ainda procuram caminhos para não depender apenas da eficácia da comunicação das empresas. Bom Ângelo reconhece que a dificuldade hoje existente em ter acesso a todas as informações dos fundos pode até ser uma deficiência de comunicação que deveria ser melhor avaliada.
"Quanto maior o progresso da transparência no setor, melhor será a relação com o cliente", afirma.
Busca difícil
Na opinião dos especialistas, hoje, dificilmente a pessoa física vai conseguir pesquisar no site da seguradora o fundo de previdência que ela achou mais interessante no jornal. "Seria uma medida de transparência conseguir verificar, de maneira independente, o que o gerente da agência fala, o que os jornais publicam e o que é divulgado no próprio site da seguradora", afirma o economista Marcelo D'Agosto.
O presidente da Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp) e diretor da Itaú Vida e Previdência, Osvaldo do Nascimento, explica por que nem sempre o nome do fundo de previdência está discriminado ao lado do nome fantasia do mesmo plano.
O motivo, segundo ele, é para evitar que haja confusão de nomenclaturas por parte de quem navega pelo site de qualquer seguradora. "No extrato dos planos, recebidos pelos clientes, há nome de todos os fundos onde o dinheiro é aplicado", explica.
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