28/11/2005
Aplicar em imóvel requer cuidado com custo de manutenção
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando se fala em investimento de longo prazo o brasileiro logo pensa em comprar um imóvel para renda. Investir em imóveis é uma tradição para as classes A e B do país. Elas têm a maior parte de seu estoque de investimentos concentrada nesses ativos, mobilizando R$ 224 bilhões, segundo dados da Brazilian Capital.
Mas, como em qualquer tipo de aplicação, é necessário analisar riscos e rentabilidade desse tipo de investimento. "Se considerarmos a volatilidade do câmbio e dos juros no Brasil, o investimento imobiliário oferece mais segurança", observa Bernd Rieger, sócio da Rieger Auditoria de Investimentos.
Atualmente um imóvel que fique desocupado entre 8% a 12% do ano rende entre 0,6% e 0,8% ao mês, em aluguéis. "Essa é a taxa de vacância de imóveis comprados por um profissional para renda", observa Rieger.
Quem usa o imóvel como forma de pecúlio pode ter sua rentabilidade corroída pelos altos custos de manutenção, que são difíceis de prever.
Desvalorização
No caso de imóvel que sofreu uma desvalorização tecnológica, o proprietário terá de arcar com custos elevados que reduzirão a rentabilidade do investimento.
Exemplos de desvalorização tecnológica são edifícios para escritórios lançados há 30 anos, com salas de 30 metros quadrados, na av. Faria Lima, em São Paulo, diz Rieger. Também há o desgaste provocado pelo tempo, que pode exigir investimentos.
A contrapartida desses problemas é que por falta de oferta os imóveis podem se valorizar no longo prazo. Nesse sentido, Miguel Oliveira, vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), diz que este pode ser um bom momento para quem tem recursos comprar um imóvel para renda. "Há muita oferta no mercado. É possível fazer bons negócios e apostar na valorização futura do imóvel", diz.
Para o presidente do Creci-SP (conselho de corretores), José Augusto Viana Neto, "em qualquer momento compensa comprar imóvel para renda. A pessoa tem um aluguel e ao mesmo tempo pode ganhar com a valorização do imóvel". Por isso, segundo ele, o imóvel ainda é bastante usado como fonte de renda pelo público de varejo.
Oliveira lembra que a renda obtida vai depender da localização e da procura. "Hoje há aluguel equivalente a 0,7% até 1,5% do valor do imóvel", diz ele. No entanto, entre 6% a 10% do valor do aluguel fica para a imobiliária.
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