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28/11/2005

Mercado: Previdência aberta já sente desaceleração

Depois de crescer a taxas de 35% ao ano na última década, volume de aplicação encolheu 2,7% neste ano até setembro

EDSON PINTO DE ALMEIDA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Frase

"Trabalhamos com curva de crescimento [do mercado de previdência] na faixa de 7% a 10% ao ano, nos próximos três anos. Não há mais tantos consumidores a conquistar"

EDUARDO BOM ÂNGELO
presidente da Brasilprev Previdência e Seguros
Na última década, os fundos de previdência aberta cresceram a taxas de 35% ao ano, fazendo com que a receita e o patrimônio acumulado -hoje na casa dos R$ 71 bilhões- praticamente dobrassem a cada três anos.

Em 2005, porém, o volume de aplicações feitas de janeiro a setembro encolheu 2,65% em relação a igual período de 2004. Embora enxergue nessa queda um fator pontual -a demora na regulamentação da regra tributária dos fundos-, o mercado reconhece que a curva de crescimento daqui para frente será menor.

Eduardo Bom Ângelo, presidente da Brasilprev Previdência e Seguros, não acredita que a receita dos fundos repita o desempenho de anos anteriores. "Trabalhamos com uma curva de crescimento na faixa de 7% a 10% ao ano, nos próximos três anos", revela. O que explica esse novo cenário, diz ele, é o fato de que não há mais tantos consumidores a conquistar.

José Cechin, ex-ministro da Previdência Social e consultor da Aggrego, também vê dessa forma. "O mercado não vai mais evoluir a taxas de 40% ao ano, a não ser que a economia cresça acima dos 5% anuais", diz.

O diretor do Itaú e presidente da Anapp (Associação Nacional de Previdência Privada), Osvaldo Nascimento, diz acreditar num desempenho melhor, mas admite que a tendência é de que haja crescimento no volume de investimentos e não na base de investidores.

Classe média

Há vários motivos para explicar o que tem impulsionado as aplicações em fundos de previdência. Primeiro: o fato de representarem uma saída para a classe média complementar a previdência oficial, cujo déficit insolúvel alcança 7,5% do PIB.

O cenário econômico também contribuiu. "Inflação alta não combina com previdência, que exige pensar a longo prazo", afirma Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Vida e Previdência. "E isso só se resolveu a partir de 1994", diz.

Outro motivo é o próprio produto. Somente depois do lançamento do PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres), em 1999, e do VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres), em 2002, o aplicador encontrou uma alternativa.

"No passado as seguradoras não tinham bons planos. As taxas eram altas demais", diz Edson Jardim, da Mercer Consultoria.

Muito parecidos com outros fundos de investimento, o PGBL e o VGBL ganharam a confiança dos investidores. O fato de oferecer ganhos tributários, como é o caso do PGBL, que permite abater na declaração anual do Imposto de Renda até 12% da renda bruta tributável, mostra também outro lado da questão.

"As pessoas investiram pensando mais em auferir ganhos financeiros do que buscar uma melhor condição de aposentadoria", diz Renato Russo, vice-presidente da SulAmérica. Prova disso é que a renda vitalícia é opção de apenas 10% dos participantes.

Vantagem tributária

Com a recente mudança das regras tributárias, trazidas pela lei 11.053, que reduz as alíquotas do Imposto de Renda para 10% a partir do décimo ano de aplicação, a atitude do investidor deve mudar. "O potencial de benefícios dos planos abertos ainda não está totalmente assimilado pelas pessoas", diz Russo.

"No PGBL, que já oferecia uma rentabilidade de 120% do CDI ao ano, com o novo modelo de tributação, os ganhos no longo prazo são ainda maiores. Equivale ao governo devolver dinheiro ao aplicador", afirma.

"Quem deseja ganhar no curto prazo vai buscar outras alternativas", diz Bom Ângelo, da Brasilprev. "Estamos vivendo um ano de transição", avalia.

Desafios

Para Cechin, da Aggrego, o grande desafio das seguradoras é fazer um esforço para convencer pessoas de menor renda aderirem aos planos.

"Quem ganha na faixa dos cinco salários mínimos tem fôlego para poupar? Por que faria isso, se pode se aposentar pelo INSS com algo próximo ao seu salário?", indaga o ex-ministro.

Rossi, da Bradesco Vida e Previdência, entende que é possível atrair pessoas com rendimentos na faixa de R$ 1.500 a R$ 4.000. "Há produtos a partir de R$ 50 mensais", afirma.

Osvaldo Nascimento concorda. "Comprar cigarro é mais caro que fazer poupança a longo prazo."

Bom Ângelo, da Brasilprev, vê grande potencial no segmento private, onde estão os consumidores de alta renda, com portfólio de investimentos no Brasil.

"O VGBL é uma boa alternativa para esse segmento por duas razões: a tributação menor no longo prazo e a possibilidade de transferir patrimônio para os herdeiros sem pagar impostos, pois não entra no inventário", diz.

Rossi aposta em outros dois segmentos: o de profissionais liberais, que não têm IR a deduzir, para quem o VGBL é uma boa alternativa, e o das empresas, que hoje respondem por apenas 19% da receita dos planos abertos.


     

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