18/05/2005
Títulos de longo prazo favorecem renda fixa
LUCIANO MARTINS
COLABORAÇÃO PARA A
FOLHA
Os fundos de renda fixa ofereceram aos investidores uma boa correlação entre risco e rendimento no primeiro trimestre deste ano, por conta dos juros elevados e do cenário institucional relativamente tranqüilo, associado à baixa volatilidade do mercado.
Os campeões do período foram justamente aqueles que buscaram conciliar a redução dos riscos com o alongamento dos prazos dos títulos, buscando o benefício das melhores alíquotas de IR sobre o rendimento. Com alternativas muito equilibradas, taxas de administração mais baixas ajudaram a compor o bom resultado.
A CEF (Caixa Econômica Federal) foi uma das instituições que anteciparam o alongamento das carteiras para atender à nova tributação dos fundos que entrou em vigor em janeiro.
"Desde novembro do ano passado começamos a adquirir títulos mais longos para os fundos e quando o mercado saiu comprando esses papéis eles se valorizaram dando ganhos aos nossos cotistas", diz Wilson Risolia, vice-presidente de ativos de terceiros da CEF. A instituição tem seis fundos entre os mais rentáveis do ranking do Labfin - cinco são de renda fixa e um DI.
Avessos a risco
Sérgio Petrônio, diretor do Banco BVA, colocou seu BVA Fix Seguro no alto da lista dos fundos de renda fixa com uma estratégia conservadora. "Sempre fomos avessos a risco, não trabalhamos com derivativos, estivemos sempre em renda fixa e usamos cautela e agilidade", afirma.
"Temos em carteira 50% de Letras Financeiras do Tesouro, para garantir liquidez, e compramos CDBs de bancos com baixo risco de crédito e com boas taxas de juro", completa.
Roseli Machado, diretora de Gestão do Fator Administração de Recursos, explica que o Fator Plural Max Corporativo se destaca pela rentabilidade tendo como estratégia a manutenção de uma carteira de títulos públicos pós-fixados com prazos de vencimentos que têm boa liquidez. Um produto com pouca margem de manobra "exige atenção na escolha de títulos corporativos aprovados por uma rigorosa analise de crédito", afirma Roseli.
Líderes
Primeiro colocado na faixa de fundos com aplicação inicial mínima entre R$ 5 mil e R$ 20 mil, o Renda Fixa Mercatto Top tem perfil de risco moderado, segundo as informações publicadas pela Mercatto Gestão de Recursos Ltda. Busca superar o índice CDI usando CDBs, debêntures, títulos cambiais, direitos creditórios e outros papéis.
O Personnalité High Yeld, segundo colocado nessa faixa, é um fundo fechado para aplicações. Cobra uma taxa de administração de 1% ao ano sobre o patrimônio líquido, mais um adicional de resultado de 50% sobre o ganho que exceder 102% do CDI.
O Unibanco Pós Longo Prazo, primeiro entre as alternativas de renda fixa para médios a grandes investidores, mantém entre 95% a 100% do patrimônio líquido em cotas de fundos de renda fixa.
Uma parcela pequena dos recursos, de até 5% está alocada em depósitos à vista ou aplicados em títulos públicos federais e títulos de renda fixa de emissão de instituições financeira.
O Fundo FI RF Pactual Capital Markets, segundo mais rentável nessa faixa, tem um patrimônio superior a R$ 700 milhões. A taxa de administração, de 0,35% sobre o patrimônio líquido, sem taxa de ingresso ou de saída, é um fator adicional de rentabilidade.