Folha Online 
Mundo

Em cima da hora

Brasil

Mundo

Dinheiro

Cotidiano

Esporte

Ilustrada

Informática

Ciência

Educação

Galeria

Manchetes

Especiais

Erramos

BUSCA


CANAIS

Ambiente

Bate-papo

Blogs

Equilíbrio

Folhainvest em Ação

FolhaNews

Fovest

Horóscopo

Novelas

Pensata

Turismo

SERVIÇOS

Arquivos Folha

Assine Folha

Classificados

Fale com a gente

FolhaShop

Loterias

Sobre o site

Tempo

JORNAIS E REVISTAS

Folha de S.Paulo

Revista da Folha

Guia da Folha

Agora SP

Alô Negócios

Reunificação alemã - 15 anos
30/09/2005

Barreira que dividiu Berlim começou a ser construída em 1961

EMILIA BERTOLI
da Folha Online

"Ninguém tem a intenção de construir um muro". A frase dita pelo secretário-geral do Partido Comunista da Alemanha (SED), Walter Ulbritch, que desempenhava também a função de Presidente do Conselho de Estado da Alemanha Oriental, em 1961, é uma das mais fortes lembranças do clima de tensão que marcava o país no início dos anos 60.

Ulbritch fez essa afirmação em uma coletiva de imprensa, no dia 15 de junho de 1961, ao ser questionado por uma jornalista como ele pretendia interromper o grande fluxo de alemães orientais que fugiam para a Alemanha Ocidental, em busca de uma condição socioeconômica melhor. Apesar de ter negado qualquer intenção de construir o muro, seria Ulbritch quem anunciaria, quase dois meses depois, em 13 de agosto daquele mesmo ano, o bloqueio de Berlim Oriental.

Naquela data --um fim de semana-- soldados e policiais primeiramente fecharam todas as passagens que davam acesso ao lado ocidental de Berlim. Depois, bloquearam com tanques locais importantes, como o portão de Brandenburgo, a fim de evitar que manifestantes do lado ocidental tentassem fazer protestos em Berlim Oriental.

Trens que ligavam as duas partes da cidade pararam de circular, e uma cerca de arame farpado passou a isolar as duas regiões de Berlim. Alemães orientais que moravam próximos do local onde passava a cerca tiveram que abandonar suas casas e apartamentos, que foram demolidas logo em seguida, abrindo um espaço entre a cerca e o início da área urbana em Berlim Oriental. A partir dessa data, a divisão entre as duas cidades seria vigiada dia e noite por guardas.

Os prédios próximos à cerca que foram deixados em pé foram murados, para que seus moradores não conseguissem ver Berlim Ocidental, e os edifícios muito altos tiveram que demolir seus últimos andares.

"Faixa da morte"

Com o tempo, o governo da Alemanha Oriental construiu um muro afastado da cerca de metal, criando um espaço de 50 metros entre as duas barreiras, que era chamado de "faixa da morte", repleto de obstáculos antitanques, torres de controle e projetores de luz. Os alemães moradores de Berlim Oriental assistiram calados a construção da bloqueio: os protestos eram permitidos apenas do lado ocidental.

Foi na faixa da morte que muitos alemães foram mortos, tentando fugir para Berlim Ocidental. Mas a violência não se concentrava apenas em Berlim: toda a população oriental era proibida de chegar perto de qualquer ponto da fronteira entre as duas Alemanhas. A região fronteiriça era considerada militar, e qualquer alemão oriental precisava de uma autorização especial para atravessar para o outro lado.

A permissão de passagem tinha que ser requerida com um longo tempo de antecedência antes da viagem, e nenhum alemão tinha a garantia de que conseguiria passar.

A radicalidade na manutenção do muro chegou a um tal ponto que até mesmo os cemitérios de Berlim foram divididos. Em 1985, uma igreja foi destruída porque ela obstruía a visão dos guardas em Berlim Oriental. Conhecida como Igreja da Reconciliação, foi reconstruída, depois, em Bernauer Strasse.

O Muro de Berlim só foi finalizado no final da década de 70, quando o muro foi revestido por uma camada de concreto. Os grupos de trabalhadores participavam da construção sob uma estrita vigilância policial.

Cada segmento do muro tinha 3,6 metros de altura, 1,2 metro de largura, 15 centímetros de espessura, e pesava cerca de duas toneladas. Ao todo, a barreira teve 115 quilômetros.

Fonte: Deutsches Historisches Museum e Ministério das Relações Exteriores da Alemanha

     

Assine a Folha

Classificados Folha

CURSOS ON-LINE

Aprenda Inglês

Aprenda Alemão


Copyright Folha de S. Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).