30/09/2005
Pressão social provoca queda do muro em 1989
da Folha Online
Em 1989 --ano da queda do Muro de Berlim-- já havia já muita incerteza sobre o futuro da Alemanha Oriental. Nos meses anteriores, milhares de alemães orientais conseguiram atravessar para o lado Ocidental, da mesma forma como acontecia antes da construção do Muro de Berlim, e centenas de pessoas saíram às ruas em manifestações.
Apesar das agitações sociais, o governo da Alemanha Oriental permanecia impassível: em 7 de outubro de 1989 --menos de um mês antes da queda do muro, em 9 de novembro-- autoridades festejaram a fundação do Estado da Alemanha Oriental. Mas o aparente descaso com a emergência de um movimento social não barrou as manifestações.
Em 30 de outubro de 1989, mais de 300 mil pessoas se reuniram em Leipzig. No dia 4 de novembro daquele mesmo ano, a multidão reunida em Berlim Oriental ultrapassou meio milhão de pessoas. Três dias depois, o governo do primeiro-ministro Willi Stoph renunciou ao cargo; em 8 de novembro, foi a vez de Erich Honecker (1912-1994), o chefe de Estado.
Especula-se que um mal-entendido provocou a queda do Muro de Berlim.
O Ministro das Comunicações da época, Günter Schabowski, que estava de férias quando houve a promulgação da lei, lê apressadamente uma nota, em uma coletiva de imprensa, que dizia que os alemães poderiam cruzar a fronteira entre as duas Alemanhas sem qualquer permissão. Questionado quando a lei começaria a ser válida, ele respondera que naquele mesmo dia a legislação tinha entrado em vigor.
Milhares de pessoas foram imediatamente aos postos de comando do muro, exigindo sua passagem, e o muro caiu.
O Conselho de Ministros ainda não tinha aprovado as novas diretrizes, e os soldados nos postos fronteiriços foram tomados totalmente de surpresa pela multidão, sem qualquer orientação de como proceder. Nesse dia, pela primeira vez em 28 anos, alemães de ambos os lados de Berlim se encontraram livremente.
Reação
O governo da Alemanha Ocidental reagiu, em um primeiro momento, de forma bastante reservada à queda do Muro de Berlim, mas pouco tempo depois, em 28 de novembro daquele ano, o chanceler Helmut Kohl [1982-98] apresentou ao Parlamento alemão um programa para reunificação dos dois países.
Com isso, os dois governos passaram a trabalhar na união econômica e política, para a constituição de um só Estado. Em 18 de maio de 1990, os Parlamentos dos dois países aprovaram o acordo que estendeu o sistema financeiro do Ocidente ao Oriente: o marco alemão ocidental era agora a moeda única para os dois países.
Em 12 de setembro de 1990, representantes dos dois Estados alemães, junto a líderes dos países vencedores da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) --EUA, União Soviética, França e Reino Unido-- assinaram, em Moscou, um tratado que dava plena soberania ao novo Estado alemão, unificado.
Mas foi em 20 de setembro de 1990 que os dois Parlamentos aprovaram, finalmente, o tratado da reunificação dos dois Estados. Em 2 de dezembro, foram realizadas as primeiras eleições parlamentares da Alemanha unificada, que tiveram como vencedores os democrata-cristãos e liberais, com a eleição de Kohl para a Chancelaria alemã.
Fonte: Deutsche Welle
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